A minha médica recomendou, quando receitou o Rivotril pela primeira vez, que não podia misturar o remédio com o álcool. Fiz isso durante anos. Quando você está em uma crise séria de depressão (e não gosta sofrer), você segue corretamente as orientações médicas.
Eu não
gosto de dor e não tenho perfil psicológico para extremos como sádico ou masoquista. Sobraria admitir (o que eu mais detesto): eu seria uma
pessoa normal. Entretanto, as coisas
nunca são simples.
Álcool
não combina com depressão. É
verdade. Eu bebo cerveja e tenho um histórico de depressão. Não tenho ressaca “moral” faz tempo. Isso não existe para mim.
Sóbrio ou não, penso
antes de fazer algo e se optei por fazer, faço e pronto. A vida é curta demais para arrependimentos (e longa demais para quem tem autocrítica
e analisa bastante as coisas, procurando ir além da aparência e do imediato).
Assim como acredito que o álcool “potencializa” os efeitos do Rivotril (o que é bom), ele também, em excesso, pode
causar o que eu chamaria de ressaca
“depressiva”. Não é tristeza, nem arrependimento ou algo como ressaca
“moral”.
A ressaca
“depressiva” acontece quando você experimenta o péssimo sentimento vivido
numa crise de depressão que pode levá-lo ao suicídio. Não é só uma ressaca. Não
é uma crise de depressão.
Entretanto, não
é nem um pouco agradável sentir (mesmo que por uma manhã ou uma tarde) aquela “coisa” da depressão. Uma boa
dose de Rivotril ajuda num momento como este (por isso, aliás, sou contra
aqueles que “matam o efeito do remédio” por causa da vulgarização - excesso –
do uso).
Em suma, vejo o
Rivotril como um plano B. Ele é necessário (é muito bom saber que ele
existe). Quanto ao álcool, com a lei
seca, tive duas opções: parar de dirigir ou parar de beber. Parei de dirigir.
Não bebo sempre nem todo dia. Não nego que gosto de saborear uma cerveja principalmente
no verão. Quando bebo, diferente de muitas pessoas, evito ficar “tonto”. Bebo
pelo prazer de beber e não para esquecer algo ou fugir da realidade. O problema com o álcool é o autocontrole. Falar é diferente de
fazer. Prometer que terá autocontrole da próxima vez significaria um passo para
o alcoolismo mesmo.
O
que fazer?
Em primeiro
lugar, nada de promessas...
Segunda
dica: a pessoa deve fazer o que gosta aqui
e agora: gosta de beber, beba; gosta de fumar, fume. Existem consequências,
claro. Mas elas ocorrem tanto para aqueles que não são considerados “santos”
como com para aqueles defendem os princípios do “politicamente correto”.
Em terceiro
lugar e o mais importante: seja feliz e viva intensamente o seu prazer aqui e agora.
© profelipe ™
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