... Influenciado por um depoimento de Henry Miller - "mas eu não vou parar de escrever, pelo menos vou querer me divertir com isso; estou cansado de fazer coisas longas, sombrias e sérias" - e pela leitura de "Mitologias" de Roland Barthes, comecei a escrever textos opinativos sobre vários temas ... © profelipe ™
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
CASAMENTO E SOCIEDADE
Houve uma época que o casamento servia para "unir" as propriedades ( e não os noivos).
Durante o período que se esperava que a mulher casasse virgem - ou ela seria "devolvida" à família -, o casamento poderia ser usado ainda como um pretexto para se fazer sexo com a pessoa amada (que, naquele momento, era jovem e atraente).
Foi inventada a associação entre casamento e amor.
Havia uma confusão entre realizar um instinto biológico (portanto, do "corpo material") - o sexo - e viver plenamente um sentimento (óbvio, "invisível") chamado amor. Associar os dois fenômenos - sexo e amor - ao casamento não esclareceu coisa alguma. Serviu apenas como uma estratégia para alienar e manipular os envolvidos, visando a satisfação dos interesses materiais de outras pessoas.
De fato, o que seria "o reconhecimento social do casamento"? Para Claude Lévi-Strauss, trata-se simplesmente da "transformação do encontro sexual baseado na promiscuidade em contrato, cerimônia e sacramento." (O problema do Incesto, In.: Massimo Canevacci, Dialética da Família, p. 194)
O casamento, assim, permite a continuidade da sociedade. Ele diz respeito mais aos interesses coletivos de uma comunidade do que das fantasias individuais dos seus membros.
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