Tive vários amigos, na adolescência, que eram bastante
machistas e adoravam utilizar frases como “ser virgem é bobagem”, “toda garota
tem de dar mesmo”, “toda mulher deve posar nua”, entre outras. Eles cresceram,
casaram, tornaram-se pais, tiveram filhas e mudaram completamente a postura.
Chega a ser
constrangedor ouvir um indivíduo falando que o sonho seria ver a filha casar
virgem e na igreja – no passado, aliás, a mesma pessoa fumava maconha e dizia “pérolas”
como “casamento é para babaca” ou “se eu tivesse filha, ela podia fazer sexo
toda hora”.
As meninas crescem. Aprendem o poder da sedução. Tiram fotos
no espelho. Querem se sentir desejadas. Elas fazem 18 anos. Confiam nos
namorados. O que fazer? Diante de tal dilema, Renato Gaúcho, ex-jogador de
futebol e conhecido pelo machismo e por ser um paquerador, mandou a filha - Carol Portaluppi - passar uma temporada nos Estados
Unidos após serem divulgadas fotos nuas da garota. O interessante é que o
próprio Gaúcho tirou várias fotos com a filha – com biquínis minúsculos – nas praias
brasileiras. A “ingenuidade” teria sido do pai ou da filha ou dos dois? A visão
do pai seria diferente da postura do homem – algo como “com a do vizinho pode
mas com a minha não”?
Outros
paqueradores famosos passaram por situações semelhantes. Mick Jagger tentou
convencer uma de suas filhas de que não seria adequado posar nua para a
Playboy. Não deu certo. A própria mãe da garota e ex-esposa de Jagger já havia
posado nua.
As filhas de
Keith Richards são modelos e tiraram fotos sensuais mostrando os seios. Richards,
famoso “bad boy” dos Rolling Stones, não reclama (aparentemente). No máximo,
intimida os namorados das filhas mostrando as suas habilidades com um punhal.
A filha de
John Taylor (Duran Duran) também é modelo, fuma e bebe muito e diz que o pai
seria muito “parado” e só falaria do “Discovery Channel” (bem diferente da
imagem de playboy que ele tinha no auge do grupo pop).
Talvez o ponto
central desta discussão seja a educação diferenciada para meninos e meninas
pautada numa concepção (ainda) machista de sociedade. Não seria de estranhar o
incômodo vivido por pais (com suas filhas) que antes, quando garotos, queriam
só se divertir e “transar” com todas.
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