"Slip Kid" foi uma música
feita pelo The Who. Foi lançada na década de 1970. Tratava de temas
comuns no rock: a rebeldia e a oposição entre o novo e o velho. Roger
Daltrey, em 1976, cantava:
“Leve-me para a estação. Sim, eu estou indo para a guerra civil.
(...) Você [velho] e a sua história não vão me governar
Você poderia ter sido um lutador, mas admitiu que falhou”*
Sobre tocar a música na atual tour do grupo, o guitarrista Pete
Townshend (70 anos) afirmou não via problema na medida em que achava que
a canção ainda parecia atual:
“Você poderia colocá-la na voz de algum jovem estudante islâmico que decide ir lutar na Síria e termina no Estado Islâmico sendo forçado a cortar a cabeça das pessoas.”**
Será que seria essa a imagem do rebelde em 2015? Sobrou só isso? Não existem mais mobilizações e movimentos da juventude?
Não seria justo comparar 2015 e 1968. No entanto, não é animador perceber o egoísmo e o individualismo nas ações das pessoas, inclusive dos jovens.
Parece que algo deu errado ao longo das décadas. Se antes “ser jovem” significava ser rebelde, lutar por algo novo; atualmente “ser jovem” tornou-se “ser normal” de acordo com o discurso hegemônico capitalista.
Parece existir, em todas as idades, alguma coisa próxima do “cada um por si”, associada, claro, ao tédio, ao cinismo e ao niilismo.
Alguém poderia dizer equivocadamente que os movimentos liderados pelos jovens nas décadas de 1960 e 1970 não obtiveram resultados.
Mesmo se essa hipótese fosse correta, ainda assim, poderia se afirmar em favor daqueles jovens que, pelo menos, eles tentaram e arriscaram. Eles, de alguma maneira, fizeram o que era esperado da juventude: questionaram a ordem estabelecida, o “status quo”. Tentaram ser diferentes (tanto com ideias como com atitudes) dos velhos, das antigas gerações.
© profelipe ™ 18-05-2015
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