quinta-feira, 21 de maio de 2015

REBELDIA EM 2015?

"Slip Kid" foi uma música feita pelo The Who. Foi lançada na década de 1970. Tratava de temas comuns no rock: a rebeldia e a oposição entre o novo e o velho. Roger Daltrey, em 1976, cantava:

 “Leve-me para a estação. Sim, eu estou indo para a guerra civil.
(...) Você [velho] e a sua história não vão me governar

Você poderia ter sido um lutador, mas admitiu que falhou”*

Sobre tocar a música na atual tour do grupo, o guitarrista Pete Townshend (70 anos) afirmou não via problema na medida em que achava que a canção ainda parecia atual:

“Você poderia colocá-la na voz de algum jovem estudante islâmico que decide ir lutar na Síria e termina no Estado Islâmico sendo forçado a cortar a cabeça das pessoas.”**

Será que seria essa a imagem do rebelde em 2015? Sobrou só isso? Não existem mais mobilizações e movimentos da juventude?

Não seria justo comparar 2015 e 1968. No entanto, não é animador perceber o egoísmo e o individualismo nas ações das pessoas, inclusive dos jovens.

Parece que algo deu errado ao longo das décadas. Se antes “ser jovem” significava ser rebelde, lutar por algo novo; atualmente “ser jovem” tornou-se “ser normal” de acordo com o discurso hegemônico capitalista.

Parece existir, em todas as idades, alguma coisa próxima do “cada um por si”, associada, claro, ao tédio, ao cinismo e ao niilismo.

Alguém poderia dizer equivocadamente que os movimentos liderados pelos jovens nas décadas de 1960 e 1970 não obtiveram resultados.

Mesmo se essa hipótese fosse correta, ainda assim, poderia se afirmar em favor daqueles jovens que, pelo menos, eles tentaram e arriscaram. Eles, de alguma maneira, fizeram o que era esperado da juventude: questionaram a ordem estabelecida, o “status quo”. Tentaram ser diferentes (tanto com ideias como com atitudes) dos velhos, das antigas gerações.

© profelipe ™ 18-05-2015

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.