Em Paris, não era fácil encontrar uma edição da Playboy (francesa). A revista não era encontrada nas bancas da Champs-Élysées
Quando encontrei a revista, em outras lojas, o dono (com um olhar de preconceito) avisava que ela ficava no setor de material pornográfico. A edição da revista seguia o modelo internacional, mas nas páginas finais havia anúncios que dificilmente estariam de acordo com “o padrão Playboy de qualidade”. A edição francesa não existe mais.
Agora chega ao fim a Playboy brasileira. Diferente da francesa, desde o começo, a edição brasileira vinha associada a uma certa respeitabilidade. As suas longas entrevistas poderiam revelar informações fundamentais. Intelectuais importantes contribuíam com os artigos da revista. O seu “ranking de cursos e de universidades” era citado por todos.
Não havia vulgaridade na nudez apresentada pela Playboy brasileira.
Por isso mesmo, era visto como natural quando uma personalidade resolvia posar nua para a revista. Não existia escândalo. Havia uma espécie de orgulho dos envolvidos (a mulher e o marido, por exemplo).
Talvez a aceitação da Playboy por aqui tenha a ver com os ares tropicais. Quem sabe?
O fim da edição brasileira pode ser associado a inúmeros motivos, principalmente ao avanço da tecnologia (selfie, etc) e à mudança de comportamento (tatuagem, piercing, bisexualismo, nova forma de feminismo, niilismo, entre outras coisas).
A questão que fica agora é o que ocupará esse espaço da Playboy brasileira que teve um representação histórica no cotidiano nacional. Ou não. Em outras palavras, o fim da Playboy brasileira foi só um marco de algo que já não existia mais.
© profelipe ™
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.