Ainda hoje alguns cristãos, em datas comemorativas, usam o auto-flagelo como forma de redenção.
Em nome do cristianismo, na Inquisição, milhares de mulheres foram torturadas e queimadas vivas.
Quem participava das Cruzadas, uma guerra santa, busca o perdão divino.
Dor e culpa estão na base de um religião, que é hegemônica no mundo ocidental.
Tratar de dor e culpa sob esse olhar parece natural na visão da maioria. Entretanto, relacionar dor e culpa ao sexo aparece como uma aberração, que é conceituada como sadomasoquismo.
A culpa é uma estratégia eficiente no processo de dominação, seja do ponto de vista religioso como sexual.
Dever algo para o outro é submeter-se aos seus caprichos e ordens. Funciona numa relação com o grande público, as massas populares, ou numa relação particular, de um casal, por exemplo.
O essencial seria entender a origem da culpa. Em outras palavras, como auto-flagelo, tortura e guerra podem estar associados a uma religião cuja base seria "amar o próximo como a si mesmo"? Do ponto de vista de um casal, como explicar a relação de amor e ódio no cotidiano de um casamento?
Freud dizia que o indivíduo nasce também com um instinto de autodestruição. A culpa seria uma necessidade biológica ou uma construção social, inventada por uns para dominar os outros? Poderia ser as duas coisas?
De qualquer maneira, o certo é que não passa de uma manipulação ideológica o uso de termos - auto-flagelo, tortura e guerra - que podem ser apresentados como normais ou aberrações.
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