- Quem tem superstição não gosta muito de conversar sobre o assunto e, muito menos, admitir que seria uma pessoa supersticiosa, pois isso significaria que ela não se sentiria como a verdadeira responsável por seus atos.
- Freud esclarece as diferenças entre ele e um supersticioso:
- "(...) primeiro, ele projeta para fora uma motivação que eu procuro dentro, segundo, ele interpreta mediante um acontecimento o acaso cuja origem eu atribuo a um pensamento." (Psicopatologia da Vida Cotidiana, p. 223)
- Explica ainda o que existiria em comum entre a sua teoria e a postura do supersticioso:
- "Mas o oculto para ele corresponde ao que para mim é inconsciente, e é comum a nós dois a compulsão a não encarar o acaso como acaso, mas a interpretá-lo." (Psicopatologia da Vida Cotidiana, p. 223)
- E daí? Ora, primeiro, o óbvio: um supersticioso não gosta de conversar sobre o assunto pois teme "aprender" outras formas de superstição - seria algo como um "contágio". Trata-se, de fato, de uma situação de insegurança do indivíduo.
- Portanto, ele até pode não abandonar a superstição, mas deveria compreendê-la, sobretudo a sua origem, para poder não levá-la tão a sério.
- Em segundo lugar, na medida em que "não encara o acaso como acaso", o supersticioso deveria utilizar a sua metodologia de desconfiança também num processo de autocrítica.
- Assim, além de se conhecer, ele poderia melhorar a sua relação com o outro e diminuir a sua ansiedade quanto ao futuro.
... Influenciado por um depoimento de Henry Miller - "mas eu não vou parar de escrever, pelo menos vou querer me divertir com isso; estou cansado de fazer coisas longas, sombrias e sérias" - e pela leitura de "Mitologias" de Roland Barthes, comecei a escrever textos opinativos sobre vários temas ... © profelipe ™
sábado, 26 de maio de 2012
A SUPERSTIÇÃO E O ACASO
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