Os excessos – bebidas, drogas, paqueras, brigas, entre
outros – serão apenas instrumentos para realizar algo que já estava traçado
pela pessoa. Tristeza, frustração e rejeição fazem parte deste processo.
Alegria e satisfação também, dependendo do estado de espírito de cada um.
Existem pessoas que bebem ou cometem outros excessos para
esquecer os problemas do cotidiano ou ainda algo mais grave, como um trauma na
infância. Não resolve. Piora. Elas estarão bem piores no final da noite.
Alguns falam em ressaca moral, mas pode ser mais complicado.
No caso de algum trauma, além do mal estar, elas terão que enfrentar, ao dormir,
tudo aquilo que queriam esquecer... em pesadelos terríveis que parecem cada vez
mais reais.
A tentativa de fugir
do inconsciente não funcionou. Ele é implacável e a dor produzida, invisível e
solitária, é tão intensa que leva a alguns na escolha de algo até então
impensável.
Tudo isso pode tornar-se um ciclo de autodestruição. As
fotos produzidas para as redes sociais, com gente bonita e belos sorrisos,
parecem não enganar mais, o mesmo acontece com a constante troca de elogios
tanto pessoalmente como pela Internet.
O tempo passa e a situação piora. Ficar em casa, vendo
televisão e comendo, pode ser pior. Engorda. Piora a já debilitada autoestima.
Mais gorda, mais a pessoa quer ficar em casa, quer esconder do outro e de si
mesma. Entretanto, o problema, como antes, não está na aparência física. Ele
vem de dentro... A emoção não pode ser controlada e os erros – escondidos no
inconsciente – insistem em voltar a incomodar, sobretudo em momentos de
fragilidade.
Não existe solução. Alguns diriam que o tempo seria a melhor
resposta. Talvez. Mas nem ele resolverá o mal estar existencial da condição humana.
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