Existem três formas comuns que um indivíduo utiliza para
resolver uma crise pessoal:
Primeiro, troca a realidade pela fantasia. Ou seja, não
admite que existe algo errado.
Segundo, preocupa-se com a vida do outro, com os problemas
do outro. Trata-se de uma forma de desviar o foco (quanto a si mesmo).
Terceiro, admite a crise mas a culpa seria do outro. Não
existe autocrítica.
Fugir da crise é difícil. Existe um incômodo no corpo, na
mente. Aparecem sinais. Insônia. Manchas no corpo. Falta de apetite.
A origem da crise está no passado. Aconteceu algum trauma
que a pessoa tem medo de passar por aquela situação novamente. Ela tenta apagar
o trauma da memória, mas ele permanece no inconsciente.
O trauma “faz aniversário” e isso gera aquela tristeza sem
explicação. A morte de um familiar, por exemplo, que aconteceu em 15 de fevereiro
de 2001. Apesar do indivíduo ter vivido o luto e, teoricamente, ter superado a
dor, quando chega fevereiro, aparece um certo mal estar.
O “aniversário” pode tornar-se, inconscientemente, um padrão.
Ou seja, a pessoa acredita que em cada fevereiro acontecerá algo ruim.
Quanto mais traumas, mais “aniversários” e a vida torna-se
mais complicada. Só piora a situação o fato de não admitir as frustrações,
decepções e traições.
Não assumir o que o indivíduo é, de fato, o seu corpo, os
seus desejos, a sua idade... Tudo isso cria um nó (ou vários) na vida da
pessoa. Ela, com o tempo, se vê envolvida numa rede múltipla e caótica de
problemas, crises, frustrações, decepções, traições (tanto explícitas no corpo
e na mente, como ocultas).
Para melhorar, o indivíduo precisa, sinceramente, buscar a
(s) causa (s). Fazer o percurso ao contrário: parte do incômodo do presente e
caminha em busca de sua origem no passado.
Compreender o processo e saber o que acontece, de fato, no
cotidiano, pode tornar a vida mais leve e divertida na medida em que o
indivíduo descobre que não precisa ter medo do seu verdadeiro “eu” e nem do seu
passado.
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