No dia do show do Mudhoney, cheguei cedo e fiquei na área de fumantes até liberar a entrada para poder ver os shows (o outro grupo era o Leave Me Out).
Ali,
experimentei uma bebida, de graça, servida num copinho por duas belas garotas.
Associei tal passagem a uma fala do Toscani:
“(...) enquanto beldades decotadas, de saias curtas,
ficam zanzando ali sem dizer mais do que três palavras, como nos anúncios.” (A publicidade é um cadáver que sorri, p. 169)
A
estratégia, portanto, é antiga e é usada em eventos ou em shows
de televisão. As garotas apareceriam como “iscas” no sentido de chamar a
atenção. Depois, aparecia a bebida de graça (isca número 2). Assim, o indivíduo
conhecia a bebida (neste caso, era “Jägermeister”) e ainda a associava ao momento, quando foi
abordado pelas duas mulheres.
Nada contra. Gostei da “Jägermeister” (era a minha primeira vez mesmo) e as meninas eram
muito bonitas. Essa sensação agradável, porém, não foi suficiente para
me colocar só na posição de um objeto alienado que deveria beber apenas aquela
bebida (tanto que, durante o show, bebi cerveja). Em outras palavras, no mundo
da publicidade, existem cores, fantasias e “promessas” que nunca são cumpridas.
Não existe novidade nisto. Penso... Será que seria possível apresentar
algo realmente novo ainda vinculado ao modo de produção capitalista?
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