Existe um tipo de mal-estar que não pode ser resolvido com remédios nem com terapias. Muitas pessoas fazem vários exames e os médicos não identificam a causa. Teoricamente, está tudo bem com aquele indivíduo. No entanto, o incômodo permanece.
Alguns tentam fugir, inventam um obsessão qualquer e acreditam que, assim, não sentiriam mais aquela dor. Uma alternativa comum é escolher o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Por um momento, pelo menos, existe a sensação de bem-estar, mas, posteriormente, vem a ressaca e aquela dor ainda está lá. Seria a dor da solidão?
Como diria o poeta, "é impossível ser feliz sozinho." Em outras palavras, existem emoções que só podem ser plenamente satisfeitas com a intervenção do outro. Freud esclarece:
"A experiência demonstra que, aqui, a primeira via a ser seguida é a que conduz a 'alteração interna' (expressão das emoções, gritos inervação vascular). Mas, como já explicamos no início (...), nenhuma descarga pode produzir resultado aliviante, visto que o estímulo endógeno continua a ser recebido (...).
Nesse caso, o estimo só é passível de ser abolido por meio de uma intervenção (...) e uma intervenção dessa ordem requer a alteração no mundo externo (fornecimento de víveres, aproximação do objeto sexual), que, como 'ação específica', só pode ser promovida de determinas maneiras.
O organismo humano é, a princípio, incapaz de promover essa ação específica. Ela se efetua por 'ajuda alheia', quando a atenção de uma pessoa experiente é voltada para um estado infantil por descarga através da via de alteração interna."
Em suma, é difícil admitir que o outro é necessário. É desagradável perceber que aquela fuga não passou de uma ilusão e que o problema permaneceu. Tentar ser feliz com alguém é admitir uma relação conflituosa. Mas, existe outra solução?
Parabéns pelos posts, gostei muito do blog. Não entendo como ninguém comenta. Excelente reflexão.
ResponderExcluirDavid de Souza, Manaus - AM
David de Souza,
ResponderExcluirobrigado pelos comentários.
abraços,
profelipe.