Era desigual a luta armada contra a ditadura militar no Brasil.
Algumas dezenas de militantes de esquerda contra as Forças Armadas (que
contavam como apoio dos Estados Unidos).
Neste período, por parte da esquerda, havia uma estratégia problemática. Tratava-se do justiçamento.
Isso significava basicamente assassinar inimigos (e até
ex-companheiros) como forma de implantar uma revolução comunista aqui no
Brasil.
Além de polêmico, ainda havia a possibilidade de existirem erros na aplicação do justiçamento.
Um caso famoso foi a tentativa de justiçar Gary Prado que estava no
Brasil na década de 1960. O grupo responsável por essa missão era o
Comando de Libertação Nacional – COLINA. De acordo com Jacob Gorender:
“Gary Prado ganhou citações na imprensa internacional por ter sido o
oficial que aprisionou Che Guevara, ferido e incapaz de reação. Também
recaíam sobre ele acusações de cumplicidade no assassinato do herói
argentino-cubano. O justiçamento do oficial boliviano desafrontaria o
movimento revolucionário de toda a América Latina.
No começo da
noite de 1º. de julho de 1968, João Lucas Alves, Severino Viana Colon
(...) e mais um terceiro integrante do grupo de fogo dirigiram-se, num
Fusca cor gelo, à rua Engenheiro Duarte, na Gávea. Ali interceptaram o
oficial, abateram-no com dez tiros e levaram sua pasta. Ao abri-la,
SURPRESA esmagadora: o oficial justiçado NÃO era Gary Prado, mas Edward
Ernest Tito Maximiliam von Westernhangen, major do Exército da Alemanha.
O COLINA NÃO podia ASSUMIR o terrível ENGANO e SILENCIOU. O episódio
permaneceu misterioso, mas hoje não há razão para deixar de
esclarecê-lo. Ao erro do militante responsável pela identificação deveu
Gary Prado sua sobrevivência.”
(Combate nas Trevas, p. 130 – os grifos são meus)
Claro que o erro do COLINA não representa o que foi o justiçamento na
época do regime militar. A intenção – aqui neste texto – não é julgar o
justiçamento (se seria legítimo ou não diante da repressão da
ditadura).
O objetivo é apresentar um fato que ocorreu no país e
utilizá-lo como exemplo para as gerações mais novas que talvez
desconheçam certos fatos da nossa história.
© profelipe ™ 30-10-2014
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