Pode parecer estranho, mas houve uma época em que alguns cantores brasileiros tentavam se passar por estrangeiros para tocar na rádio e vender discos. Foi o caso de Fábio Jr., que usava o nome de Mark Davis ou Uncle Jack (Veja, 20-01-2016, p, 96). Isso aconteceu ainda com Christian (atual cantor de música sertaneja) e Morris Albert (famoso pela canção “Feelings”).
Era a década de 1970, em que o país vivia sob a ditadura militar. Isso significava censura e, portanto, as pessoas nunca sabiam direito se algo era verdadeiro ou não.
Este fenômeno estava associado também a uma mentalidade que afirmava que o que era bom, de qualidade, era aquilo que era estrangeiro. Não havia dúvida quanto a influência dos Estados Unidos tanto no golpe em 1964 quanto nos governos que vieram depois. Alguns chamavam isso de imperialismo.
De qualquer maneira, foi algo “datado”, quer dizer, tratou-se de um fenômeno específico de um período ditatorial. A ênfase não era cultural. O objetivo era comercial.
Em suma, jamais poderia ser considerado um fenômeno que visasse conscientizar as pessoas. Funcionava sim, claro, num sentido contrário, ou seja, reforçava uma ideologia que desconsiderava o valor da cultura brasileira.
© profelipe ™ 23-03-2016
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