Uma professora (mestranda) foi aprovada em um concurso público em São Paulo, mas foi impedida de assumir o cargo porque era obesa.
A argumentação oficial era que ela teria que dar aulas
por uns 30 anos e a obesidade poderia causar várias doenças (hipertensão,
ataque cardíaco, diabetes, colesterol alto, apnéia, entre outras).
A argumentação da professora foi boa. Ela disse que se isso
(que o governo dizia) fosse verdade, também os fumantes não poderiam não poderiam
assumir cargos públicos.
O problema central é que
o preconceito aparece na própria fala (e a sonoridade “carregada”) ao pronunciar “obesidade mórbida”.
O gordo, além de ter
problemas com a autoestima e com a rejeição dos olhares dos outros, agora teria
mais um obstáculo: a rejeição do mercado de trabalho, partindo do péssimo
exemplo dado pelas autoridades governamentais.
A obesidade, antes, era
apontada como um problema nos Estados
Unidos, “paraíso do consumo”, onde foi inventado o “fast-food” (baseado na organização do trabalho e da produção na
indústria – ver, por exemplo, fordismo
e taylorismo).
O irônico é que as pessoas são cobradas no sentido de apresentar
comportamentos adequados ao século XXI,
mas, ao mesmo tempo, por parte das elites, são obrigadas a enfrentar preconceitos dos séculos XIX e XX.
Viva Botero!!
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