A morte de John Bonham mais do que o fim do Led Zeppelin, ela significou o fim de uma época, os famosos anos setenta.
A concepção do que viria ser o Led Zeppelin veio do guitarrista Jimmy
Page e do empresário Peter Grant – a partir das cinzas do Yardbirds.
John Bonham foi fundamental para a escolha do estilo do grupo: peso, agressividade e profissionalismo.
Com a sua morte, o Led Zeppelin não poderia continuar mesmo. Na época, isso ficou claro na nota oficial divulgada na imprensa:
“A perda de querido amigo, e o profundo sentimento de harmonia que
existia entre nós mesmos e nosso empresário, nos levaram a decidir que
não poderíamos continuar como éramos.” (Hammer of Gods, p. 210)
Era para ser o fim da história. E foi. Entretanto, ao longo das décadas
seguintes, a maioria não poderia aceitar o fim do símbolo dos anos 1970.
Apareceram, inicialmente, as inúmeras especulações da imprensa. Depois,
com o tempo, os próprios músicos originais do grupo começaram a tocar
as músicas do Led Zeppelin em shows de suas carreiras solos.
O
inevitável veio a acontecer, pela primeira vez, em 1985. A reunião dos
músicos, sem usar o nome da banda, para tocar no Live Aid. Foi o grande
momento do festival. No lugar de John Bonham, tocaram dois músicos: Phil
Collins (que era o baterista da excursão do Robert Plant) e o ótimo
músico Tony Thompson. Não houve tempo para ensaio. Valeu pela
importância histórica da reunião dos ícones da década de 1970.
Outra reunião aconteceria em 1988. Era o aniversário dos 40 Anos da
Atlantic. Mais uma vez, sem ensaios adequados, a apresentação não ficou
no nível do que era a música do Led Zeppelin. Jason Bonham estava na
bateria.
Em abril de 1990, mais uma reunião. Essa foi informal porque aconteceu no casamento de Jason Bonham.
Em junho deste mesmo ano (Classic Rock, January 2001, p. 42), Plant,
Page e Jones ensaiaram com o baterista do Faith No More (Mike Bordin) no
sentido de voltar com o Led Zeppelin. Não deu certo. Jimmy Page não
aprovou a performance de Mike Bordin.
Page e Plant ainda fizeram o
projeto “No Quatter” para a MTV, mas sem usar o nome do Led Zeppelin na
medida em que não houve a participação de John Paul Jones.
Em
2014, em suas entrevistas para promover as novas edições dos álbuns do
Led Zeppelin, Jimmy Page costuma deixar claro que gostaria de voltar a
tocar com a banda, mas que a resistência viria do Robert Plant.
Jimmy Page explica ainda que o sucesso da reunião em 2007 (“Celebration
Day”) foi possível por causa das semanas de ensaios e porque os músicos
queriam apagar as impressões ruins deixadas pelas improvisadas
apresentações em 1985 e em 1988.
Conseguiram. Basta ver o show
ou ouvir os CDs. Mesmo assim, não seria possível seguir adiante como Led
Zeppelin, afinal, não havia mais Peter Grant, os anos mudaram, os
músicos envelheceram (especialmente no que diz respeito ao potencial da
voz de Robert Plant).
O Led Zeppelin existiu entre 1968 e 1980. Foi perfeito. Foi isso.
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