Todo indivíduo desenvolve, inconscientemente, dentro de si, uma
espécie de Bomba Atômica Emocional (BAE). Ela fica escondida dentro do
ser humano e é “alimentada” por “coisas” como fracassos, rejeições,
traições decepções, rancores, invejas e assim por diante. Tudo piora com
o passar do tempo e, assim, a BAE ganha mais complexidade e aumenta o
seu poder de destruição.
O indivíduo utiliza o mecanismo da lógica para proteger-se de si mesmo e
para, obviamente, não saber sobre a BAE. É um jogo perigoso. Ele,
eventualmente, em algum momento da vida, terá que lidar com a BAE.
Aliás, ela “ganha vida” nos piores momentos, como a morte de um parente,
a falência da empresa, a demissão, o fim do casamento, entre outros.
A BAE lembra a história do indivíduo que deixa de procurar os monstros
embaixo da cama quando descobre que eles estão dentro dele mesmo. É
verdade.
Não existe solução. Viver é correr riscos e quanto mais
experiências, claro, maior será o número de fracassos, rejeições e
traições.
Só complica todo o processo quando o indivíduo insiste
em fugir de si mesmo e prefere a facilidade da ilusão do que encarar a
realidade como ela, de fato, se apresenta.
O indivíduo pode
acreditar que exerce o controle sobre os seus filhos ou funcionários ou
eleitores. Ele pode acreditar na segurança do planejamento quanto ao
futuro. Ele pode sentir-se seguro com as estratégias proporcionadas pela
racionalidade.
Tudo isso, porém, vira fumaça quando a emoção
entra em cena. Tudo que parecia tão sólido não passava mesmo de um
castelo de cartas. A emoção não pede licença e não escolhe a hora.
Quando decide aparecer, não sobra espaço para qualquer outra coisa. Se
ela vier “acumulada” na forma de uma BAE, não sobrará muita coisa do
indivíduo (que, neste momento, já foi abandonado pelas ilusões e
fantasias – construídas cuidadosamente ao longo dos anos). Se for o fim
mesmo do indivíduo (a morte), ele poderá ser considerado “alguém de
sorte”, afinal, em momentos deste tipo, coisas bem piores podem
acontecer.
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