Não existe, de fato, “um padrão FIFA” para a produção de imagem e de
vídeo para a televisão no mundo. Os povos e os criadores adotam estilos
específicos de acordo com a “cultura” de cada país.
Os
brasileiros insistem em copiar, no geral, aquele estilo de programa de
auditório da televisão italiana, aquela coisa bem exagerada (e falsa).
Essa é a minha impressão (pelo menos).
Não vejo Faustão ou coisas do gênero. Vejo os comerciais avisando o que
de melhor seria apresentado em tais programas (o que já é motivo de um
certo, digamos, constrangimento).
O modelo parece ser o mesmo do
Chacrinha: cores fortes, bordões, mulheres seminuas, imagens dos outros
em situações ridículas e assim por diante.
Quando eu via o
Chacrinha, eu gostava das mulheres seminuas (para época, claro,
atualmente as mulheres andam com muito menos roupas no cotidiano).
No período do Chacrinha, obviamente, era a ditadura militar, tudo era
censurado. Não podia mostrar nudez total nem em filme estrangeiro. Quem
viu Laranja Mecânica no cinema (com certeza) lembra daquela bolinha
preta que os censores inventaram para perseguir a “perseguida”
(“sorry...”) da personagem.
O programa do Chacrinha era horrível,
as músicas eram péssimas e os jurados eram uns malucos. Em uma
entrevista (na revista Playboy), a atriz Vera Fischer confessou que fez
sexo com o diretor do programa do Flávio Cavalcanti para poder ser
jurada no auditório.
Parece (quase) justificável pensar que tudo aquilo acontecia na época de uma ditadura militar.
Agora... o que justificaria a existência de um programa de auditório hoje, no século XXI?
Para piorar, ainda existem as novelas e inventaram os “reality shows”.
É... definitivamente não sou deste planeta.
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