quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Jung & Heidegger

É interessante a relação entre Carl Jung e Martin Heidegger com o nazismo. Jung teve uma paciente e amante judia. Heidegger teve um caso com uma aluna judia.
A intenção, aqui, não é tratar das relações entre os arianos e as judias. O que chama a atenção é, por um lado, a quebra de uma hipócrita norma social de monogamia no casamento - ambas são amantes - e, de outro, o rompimento de um "protocolo profissional" - médico/ psicanalista e paciente (Jung) e professor/aluna (Heidegger).
O controle do outro, provavelmente, estaria por trás da criação de tais convenções sociais. Elas são produzidas e mudam de acordo com as épocas históricas e com as sociedades.
Num modo de produção como o capitalismo, no qual o elogio ao trabalho tornou-se algo fundamental, seria razoável esperar condenações morais (e até legais) quanto ao rompimento destas normas.
O objetivo, neste sistema, seria produzir ao máximo - o "aceitável seriam oito horas por dia e seis dias por semana em um ambiente com outras pessoas (como uma fábrica ou uma loja).
Ainda assim, em tal ambiente, com homens e mulheres passando tanto tempo juntos,  espera-se que não exista qualquer tipo de envolvimento amoroso.
Em outras palavras, não bastaria a tortura do trabalho. Tentar controlar a libido e proibir as relações sexuais seriam formas de controlar o outro, roubando o seu tempo, o seu espaço, a sua mente (imaginação) e o seu prazer sexual (mesmo fora do trabalho)




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