quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Augustines

Augustines é uma banda com um som intenso, diferente da maioria que rola por aí. O vocalista tem muita personalidade.
Ela foi formada a partir de outro grupo - “Pela” (não tive curiosidade de ouvir o som).
A música “Book of James” é fantástica! Além de guitarras, existe algo de gospel e blues no meio da sonoridade dos Augustines. Dá vontade de ver ao vivo.
No Spotify, um dos destaques seria “Nothing To Lose But Your Head” (bela... "live" rola uma guitarra “noise” ao estilo de Jesus and Mary Chain). “Cruel City” é muito boa também.
Mais por ser um trio e pela personalidade do vocalista, Augustines me lembrou um antiga banda que era elogia pelo NME: Therapy? (que tive o prazer de ver ao vivo em São Paulo, no Monsters of Rock Festival).
© profelipe ™

The mistakes of Governments of PT

Brazilian diplomacy was always respected because it was wise and it was the opinion of an important country that avoided wars.
It changed after 2003.
The government of PT (“Workers’ Party”) chose new friends in the international politics as Iran's President Mahmoud Ahmadinejad, Hugo Chavez (and now Nicolás Maduro) from Venezuela, Castro (Cuba), Evo Morales (Bolivia) and other dictators.
In 2009, “while visiting Libya, Lula did not even miss the opportunity to call Libya's President Gadhafi a close friend whose 'great advice' he highly appreciates.”*
Some dictators are now dead but it did not change the coalition with these kind of countries. President Dilma (after Lula), for example, avoided to criticize the serious mistakes of Vladimir Putin (Russia) or Bashar al-Assad (Siria).
In her reelection project, President Dilma made it worse because she created an imaginary war between the north and the south of Brazil (or between “the rich and the poor”). She won the elections because she thought it was necessary to apply “the hate speech”. The country is divided now.
The mistakes of governments of PT (Lula and Dilma) were in the coalition with dictators (international politics) and now the choice of “the hate speech” dividing their own nation.
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CDs, Filmes, Livros & Tecnologia

Depois do Windows 1995, Napster, o recente Spotify, Google Books e tantos outros recursos, houve uma revolução com a questão do direito autoral.
Quem ganha dinheiro compondo músicas hoje em dia?
Quem compra CD, filme ou livro, se está tudo praticamente de graça na internet?
Os músicos usam a internet para divulgar as suas excursões e as suas músicas. De fato, ganham dinheiro quando fazem os seus shows.
Não adianta brigar com a tecnologia.
Quem escreve livro, se não for muito famoso, (1) precisa praticamente pagar para publicar ou (2) divulga os seus textos em congressos temáticos ou feiras de livros ou (3) divulga (na prática, de graça) na própria internet, em blogs ou websites.
Ganhar dinheiro com livros? Sem chance... principalmente num país (como o Brasil) em que as pessoas gastam mais dinheiro com roupas e outros “objetos da moda” do que com educação (Dados da Globonews 2015).
Publiquei livros impressos na década passada. Hoje me contento em escrever textos opinativos que são divulgados em blogs e websites.
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Bon Jovi Hollywood Rock Rio

É meio complicado escrever sobre o Bon Jovi.
Por um lado, é necessário reconhecer que “Slippery When Wet” é um bom disco. Existe ainda o bom gosto do Tico Torres e do Ritchie Sambora quando o assunto é mulher (Eva Herzigova, Heather Locklear, Denise Richards)...
Por outro lado, outra coisa indiscutível (associada ao grupo) é que Mr. Jon se acha o centro do universo, o que pode comprometer bastante um show da banda (como o que vi em São Paulo). Outra coisa: o tom otimista (nasletras) soa artificial.
Mesmo assim, vi no Rio em 1990 (a primeira vez que vieram ao Brasil) um bom show dos caras. Lembro-me de pouca coisa, apesar de ter sido divertido. Lembro-me do Jon derrubando (sem querer) o baixista Alec (que seria demitido depois), de “Bad Medicine” (que ficou ótima ao vivo) e, sobretudo, do final do show, com um acústico do Jon e do Ritchie Sambora.
Posso ter confundido alguma coisa. Entretanto, quando vejo um show ao vivo, prefiro ficar com a minha memória daquela experiência do que conferir “a objetividade dos fatos” no You Tube.
Não pagaria para ver o Bom Jovi hoje em dia, mas naquela época parecia razoável.

The Pretenders & Johnny Marr

Atrasei no primeiro dia do extinto Hollywood Rock no Rio. O motivo foi justo: estava bebendo cerveja com uma amiga em Copacabana. Quando cheguei na Apoteose, havia terminado o show do Ira e começaria o show dos Titãs (formação completa da época de “Cabeça Dinossauro”). Showzaço!

Depois vieram os Pretenders com Johnny Marr na guitarra. Tinha tudo para dar certo, mas não deu. Foi repetitivo e fui embora antes do bis. Chrissie Hynde compensou depois com a sua participação no show do UB40 (que contou ainda com a participação de Robert Palmer). Bons tempos.

Francis Fukuyama

No início da década de 1990, houve uma euforia quanto ao fim da União Soviética. Isso levou, por parte de Francis Fukuyama, a retomada do debate sobre o "fim da História". Ele sofreu críticas de vários autores.
Stuart Sim resumiu a postura de Jacques Derrida na polêmica:
“O ‘fim da história’ não é a boa notícia que Fukuyama acredita que seja; não é que temos qualquer desejo de contestar o equilíbrio do poder econômico e político que prevalece hoje em nosso mundo. Seria necessário um tempo para estabelecer essa certeza, mas, em última análise, a desconstrução de Derrida está na perspectiva da esquerda." (Derrida and the End of History, p. 63)
A realidade, depois de quase duas décadas, mostrou que o otimismo de Fukuyama estava errado. O capitalismo globalizado acirrou as diferenças sociais em todo o mundo e reforçou a acumulação de riquezas nas mãos de poucos. A crise do socialismo real não demonstrou que a resposta seria o modo de produção capitalista. As ditaduras no leste europeu estavam erradas, assim como sempre foi equivocado o individualismo proposto pelos liberais.
Em 1994, Viviane Forrester já denunciava as falhas da ideologia:
"E não há dúvida hoje de um ‘fim da história’, como tentaram nos convencer, mas, pelo contrário, existe um desencadeamento da história que sempre inquieta, que sempre manipula em uma direção, no sentido de um foco do tipo 'pensamento único' - apesar da eficiência elegante da camuflagem que justificaria o lucro." (L'Horreur Économique, p. 131)
A dificuldade de lutar contra esse "pensamento único" permanece. A associação entre capitalismo e modernização, sobretudo com o avanço das novas tecnologias, acabou sendo aceita pela maioria. O individualismo parece ser a norma e o consumismo aparece como a resposta imediata num mundo onde existe cada vez mais miséria e desemprego. As multinacionais demitem milhares de trabalhadores e os seus lucros aumentam. Qual seria o sentido de tudo isso? Lucro. Acumular capital. Os problemas decorrentes deste processo parecem não afetar a elite. O aumento no número de "homeless", na violência e na criminalidade, inclusive nos países ricos, é mostrado como algo "natural" do desenvolvimento.
Não existe alternativa? Pelo menos até hoje, as esquerdas e os opositores do capitalismo não souberam elaborar um projeto global que servisse de contraponto ao neoliberalismo globalizado. Então, como diria Lênin, o que fazer? Está aí uma boa pergunta.
© profelipe ™

PhD Historian

If you were a son of a person from the working-class, there was no future for you. Then, a ideology told to everybody: if you were a good student, you could get a good life in the future. Really?

I was a good student. I am a PhD historian. I wrote books. However, world changed and people don’t care about knowledge anymore. Mathew Lyons wrote (24th August 2015):

“(…) today it takes a brave person to undertake postgraduate study in the humanities – and then to seek a career in academia – without the security of a private income, or rich parents, or, more commonly, both.”*

Why? There are no respect and no money in the humanities. “Young academics (…) [are] poorly paid and treated with contempt.”*

Mathew Lyons analyzes the reality of the historians in England.

And... what about Brazil? It is worst. Government does not take education seriously. Universities’ owners believe they don’t need PhD professors. The majority wants easy money. Everything must be immediate and superficial. Nobody cares about true knowledge.

The consequence of this is simple: the bad image of Brazil. In other words, Brazil would not be a serious country. It would be another “banana republic”.
 
There is a real crisis today. It started when politicians decided education was not important.

© profelipe ™

(*) Mathew Lyons Young academics: The great betrayal. History Today, 24th August 2015. http://www.historytoday.com/…/young-academics-great-betrayal

Dilma Rousseff 2015

Na sua prisão por causa do mensalão, José Dirceu quis ter uma postura de mártir. Já na prisão por causa do petróleo, foi um constrangimento geral, até mesmo para as lideranças do PT, afinal, no meio de inúmeras provas e acusações, aparecia “o enriquecimento próprio”. Ou seja, a corrupção não era “o projeto do partido ou o projeto de Estado.”
Alguém lembra-se... de 2014 (ano passado!!):
. Uma estratégia da campanha petista da candidata Dilma em 2014 era “separar a ‘população entre norte, sul, nordeste, ricos, pobres’.”*
. Os analistas eram pessimistas quanto ao futuro econômico do país em 2015. No entanto, os brasileiros, influenciados pelos discursos de continuidade e de otimismo da candidata Dilma tinham outra postura:
“(...) os brasileiros em geral estão na contramão desse sentimento, o que ajuda a explicar o aumento da aprovação da presidente Dilma Rousseff (PT) e sua reação na corrida pela reeleição.”**
Hoje a realidade é bem diferente das previsões petistas. 
Recessão. Inflação. Desemprego. 
A própria presidenta Dilma admite a crise e afirma que é hora de sacrifício de todos os brasileiros (em 2014 ela fazia piada quanto ao pessimismo de Aécio...).
Hoje os mais otimistas admitem que a realidade do país pode começar a melhorar no final de 2016... 
O debate nas ruas é sobre o impeachment da presidente Dilma...
2014: mentiras, manipulações e ilusões... As consequências estão aí.
Isso é só o começo.

(*) Lilian V S Akel. No rádio Dilma ataca gestão de Aécio MG e explora o aeroporto e, Cláudio. Estado de São Paulo, 13-10-2014. 
(**) Ricardo Mendonça e Mariana Carneiro. Otimismo com economia cresce e bebefia Dilma em nova pesquisa. Folha de São Paulo, 22-10-2014.

Governo Federal 2015

O discurso muda com as circunstâncias. Antes “o selo de bom pagador” era usado pelos governistas para mostrar que o Brasil estava no caminho certo. Agora eles dizem que esse selo não é importante.
Tradicionalmente a única coisa que sobrevive às crises econômicas é 
(por motivos óbvios) o aumento de bebidas alcoólicas. 
Hoje, no país, nem isso. Basta comparar com o mesmo período do ano passado.
Obviedades. OK. A questão seria: como pode piorar mais? A resposta pode começar pelas experiências que apareciam como milagrosas (no início) e tornaram-se desastrosas (depois). Alguns exemplos:
. Censura aos Meios de Comunicação – Lei Falcão (Governo Geisel)
. Congelamento de preços (Governo Sarney)
. Confisco do dinheiro da população (Governo Collor)
. Moratória da dívida externa (Governo Sarney)
. Ameaça de confisco de terras das grandes propriedades (Governo Goulart)
. Renúncia do Presidente da República (Governo Jânio Quadros)
. Golpe de Estado (contra o Governo Goulart)
. Ditadura militar (1964-1985)
. Imposição do parlamentarismo (Governo Goulart)
. Reeleição (Governo Fernando Henrique Cardoso)
. Mensalão (Governo Lula)
. “Milagre Econômico” (Governo Médici)
Essa é uma lista bastante restrita. Existem muitos mais erros. O que existe em comum: 
os erros graves foram cometidos tão em períodos democráticos como ditatoriais.
Já vivemos isso. Daqui para frente, pelo menos, os políticos deveriam diminuir as tais bravatas e as suas pretensões de serem “salvadores da Pátria” e assumir posturas mais responsáveis quanto ao destino do país.
© profelipe ™

Rock in Rio 2015

Age. On the past I saw Rock in Rio live. Today I see (some parts) on television.

Age. The Royal Blood should call The Young Blood. Good sound, bass and drums. Simplicity. Unafraid to play for a crowd of over 80,000 people. The “Iron Man” riff was perfect there.

Age. 34 years as a rock band. Motley Crue. A musician does not support to see the face of another one. Old. Tired. Fat. It was as any cover band.

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José Guilherme Merquior, Michel Foucault & Karl Marx

Não tenho paciência com gente que deseja parecer superior intelectualmente, esconde-se atrás de termos complexos e longos parágrafos, mas que, de fato, não apresenta originalidade alguma. Também não gosto de “muito barulho por nada”, como quando José Guilherme Merquior quis corrigir os intelectuais brasileiros sobre os termos que seriam corretos associados ao pensador Michel Foucault:

“(...) este antipanegírico de Foucault nasceu de uma constatação irritante: a de que, na maioria esmagadora dos casos, a tribo foucaldiana (entre nós, barbaramente autodesignada como ‘foucaultiana’) tem o hábito de ignorar sistematicamente o volume e a qualidade das críticas feitas às proezas histórico-filosóficas de seu ídolo.” (José Guilherme Merquior, Michel Foucault ou o Niilismo de Cátedra, p. 9)

Apesar da explicação (típica) de José Guilherme Merquior, prefiro utilizar o termo “foucaultiano” nos meus textos opinativos. Não seria para implicar com Merquior, aliás, sempre li os livros dos pensadores brasileiros de direita (como Paulo Francis, Nelson Rodriguez, entre outros). Não concordo com suas teses. No entanto, isso não seria suficiente para impedir qualquer tipo de leitura.

Eu não sou “foucaultiano”. Ele aparece bastante nas citações dos textos opinativos por um motivo óbvio: são textos que tratam do cotidiano e os marxistas (por exemplo) nunca se preocuparam em discutir objetos como sexualidade, loucura ou presídio.

Dito isso, eis a problemática de hoje: o que fazer quando a profissão que escolheu – e após décadas – parece não lhe dar mais prazer? Penso aqui no tipo de indivíduo que acredita que o seu trabalho contribui também para a sociedade (e, portanto, não trabalharia só por dinheiro).

Michel Foucault, após trabalhar (décadas) como professor e ter ficado conhecido como uma dos principais intelectuais do mundo por causa das publicações de seus livros, pensou seriamente em abandonar tudo e começar com outra profissão:

“Foi na época em que queria sair do Collège de France. ‘Uma coisa é certa, não vou recomeçar o meu curso no ano que vem,’ diz no início de 1984 a Pierre Bourdieu (...) Foucault falava também, várias vezes, em parar de escrever. (...) Foucault acha que o preço a pagar pela ‘glória’ é alto demais. Porém o que pode fazer? Como mudar de vida quando se tem quase sessenta anos? Ele pensa no jornalismo. Gostaria de escreve crônicas sobre geopolítica.” (Didier Eribon, Michel Foucault – Uma Biografia, p. 301)

Dar aulas pode tornar-se repetitivo. Faltam, algumas vezes, desafios. Agora escrever deveria ser um prazer. Foucault não pensava assim. A fama e ‘glória’ podem ser, pelo seu discurso, cansativas.

“(...) ‘a gente começa a escrever por acaso e continua pela força circunstâncias.’ Repete que escrever não é uma atividade que realmente ele escolheu.” (Didier Eribon, Michel Foucault – Uma Biografia, p. 301)

Michel Foucault não realizou os seus desejos porque faleceu em 1984.

Um outro autor (mais importante do que Foucault) que viveu em uma época diferente: Karl Marx. Foucault vinha de uma família rica, Marx não. Foucault queria mudar de profissão, Marx não. De fato, apesar de ser nietzscheano, Foucault admitia que as leituras das obras de Freud, Marx e Nietzsche foram fundamentais na sua carreira.

Marx, na velhice, “sentia-se menos capaz das campanhas ativas de sua juventude e anos intermediários; o excesso de trabalho e a pobreza tinham-lhe minado a resistência; vivia cansado, com frequência enfermo, e começou a preocupar-se com a saúde.” (Isaiah Berlin, Karl Marx, p. 246) Além disto:

“A impaciência e irritabilidade aumentaram com a velhice e ele tomou cuidado para evitar a companhia de pessoas que o aborreciam e a quem desagradava com suas opiniões. Tornou-se mais difícil no relacionamento pessoal.” (Isaiah Berlin, Karl Marx, p. 246)

Provavelmente os exemplos citados (principalmente no caso de Marx) não serviram muito para responder o que seria a problemática central deste texto. Contudo, as ideias aqui apresentadas podem servir como reflexão no sentido do que fazer e como se comportar quando a crise da meia idade deixa de ser só um conceito (distante) e torna-se uma realidade.

© profelipe ™ 30-09-2015

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

VICIADO EM SEXO

Algumas coisas despertam a curiosidade das pessoas e, depois de algum tempo, perdem o caráter de novidade e até são aceitas como normais.
Neste sentido, o tema do sexo é o que mais chama a atenção. O ato sexual é uma coisa natural, um instinto óbvio. Ele desperta mais a curiosidade não pelo ato em si, mas pelo que os indivíduos constroem sobre ele, criando regras, proibições, condenações e assim por diante.
O que era algo natural e simples torna-se um instrumento de poder no mundo civilizado (ler Foucault). Entre os vários exemplos, chamou a atenção quando Tyger Woods e Michael Douglas foram internados em clínicas por serem considerados viciados em sexo. De acordo com a revista Galileu:
 
“Apesar do caso de Tiger ter tido repercussão mundial, as consequências na vida de um viciado podem ser ainda mais destruidoras. As relações sociais se desgastam, o desempenho profissional e escolar cai e não existem mais momentos de lazer. ‘Em muitos casos, os compulsivos perdem o emprego e, por pagarem cada vez mais pelo sexo, eles quebram financeiramente’, explica a Dra. Carmitta. Outra sequela é o desgaste físico e a significativa perda de energia causada pela prática excessiva do sexo, o que leva a uma baixa da imunidade. Aliando a isso o fato de toda a preocupação com o sexo seguro perder o significado e o número de parceiras aumentar, o viciado passa a correr o risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis com muito mais facilidade.”*

O vício em sexo, basicamente, é percebido como um desequilíbrio que atrapalharia a vida de um indivíduo civilizado, podendo comprometer até a sua saúde.
Outro caso que chamou a atenção (esse mais recente) foi o do vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson, que associou o câncer de língua com o sexo oral. Estado de São Paulo:

“Em uma entrevista a uma emissora de rádio americana, Dickinson disse que havia cistos ‘do tamanho de uma bola de golfe’ na região da boca. ‘Todo mundo brinca sobre Michael Douglas [que fez afirmações no mesmo sentido] porque ele fazia sexo oral e era, digamos, tudo bem, nós precisamos superar isso, caras, porque isso é meio sério. Há centenas de milhares de pessoas em risco por isso’, disse (via NME). ‘Caras devem saber que, se você tem um caroço por ali, e tem mais de 40 anos, não apenas imagine que antibióticos vão dar conta. Vá e tenha o caso checado corretamente. É importante’, continuou Dickinson.”**

De fato, na sociedade, sexo é tratado como algo proibido ou como piada. As pessoas ficam constrangidas ao falar desta problemática e utilizam o humor como forma de defesa ou uma estratégia para mudar de assunto.
O ato sexual é um instinto natural que é realizado num cenário civilizado, o que complica bastante em virtude dos diversos valores inventados para lidar com essa questão.
O óbvio sobre sexo: tem a ver com saúde (também) e tem a ver como o indivíduo é aceito na sociedade (devido a sua opção sexual)...
Enfim, dissimular e fingir que sexo é algo simples não resolve a sua complexidade e os riscos que envolvem a sua prática.

© profelipe ™

(*) Érika Kokay. Entenda o vício sexual de Tiger Woods. Galileu. http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI124234-17770,00-ENTENDA+O+VICIO+SEXUAL+DE+TIGER+WOODS.html

(**) Bruce Dickinson, do Iron Maiden, diz que sexo oral pode ter causado câncer na língua. O Estado de São Paulo, 04-09-2015. http://cultura.estadao.com.br/blogs/radar-cultural/bruce-dickinson-do-iron-maiden-diz-que-sexo-oral-pode-ter-causado-cancer-na-lingua/

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Mudança e Frustração

Antes, ir em algum “sex shop” parecia algo estranho, tinha que ser escondido, em alguma madrugada. Parecia que só de estar lá, a pessoa estaria fazendo algo errado.
Foi o tempo. Hoje, existem produtos que eram vendidos em “sex shop” que agora são vendidos em farmácias (em alguns países, pelo menos...).
Parecia bem estranho (até para as amigas), uma garota admitir que usava vibradores. Hoje algo assim pode até ser presente de namorado ou marido.
A internet foi importante no sentido de desmistificar os “brinquedos eróticos”. Acessórios que antigamente eram exclusivos das pessoas do BDSM, agora são adquiridos por casais “normais”.
Tudo isso ajudou a diminuir a velha distância que sempre houve entre o que era considerado “bizarro” e o que era aceito com “normal”.
Nas velhas discussões nos tribunais sobre estupros, é recusado e ridicularizado aquele tipo de discurso machista do policial que afirmaria que “a garota seria a responsável pela situação porque estava vestida como prostituta.” Qualquer garota veste como quer e isso não tem nada a ver com um convite para o sexo.
Os homens, daqueles que ainda sonham com a “Amélia”, têm bastante dificuldade para compreender estas mudanças. Para eles, antes era tudo mais fácil: 
sexo “selvagem” era com a prostituta, casava com uma virgem que seria mãe dos seus filhos e, se necessário, continuaria com os encontros com as prostituas. Esse era um privilégio masculino. A esposa deveria permanecer fiel.
Tal mundo não existe mais e a frustração masculina, algumas vezes, pode ser associada à violência doméstica e até aos assassinatos de namoradas ou esposas. Infelizmente.
Esse tipo de reação, por parte de alguns homens, não tem nada a ver com resistência. É simplesmente caso de polícia. As mudanças nos relacionamentos já começaram e não devem parar tão cedo.
Cresça ou fique isolado do mundo.
© profelipe ™

Uns e os Outros

As coisas perdem as cores, perdem os sabores. O que era fantástico, torna-se repetitivo. O tédio prevalece. Tudo isso poderia ser a descrição de 3 anos de namoro ou 10 anos de casamento. O pior é quando esse tipo de crise aparece e a pessoa está sozinha. Ou seja, nem colocar a culpa no outro indivíduo ela pode.
O chato é olhar para o lado e perceber que o mundo continua “funcionando” como antes, todos fazem as suas coisas e sua crise reforça os sentimentos de impotência e solidão.
O “seu olhar” para os outros é incompleto na medida em que é um olhar de quem está em crise. Em outras palavras, nessa situação, é normal a percepção de que que todos estariam felizes e que as coisas deram errado só na sua vida.
Não é bem assim, claro. Os outros estão aos pedaços também, mas sabem esconder e disfarçar o que de fato acontece no outro jardim. Sentem pena de quem assume a crise como se fossem fortalezas racionais. É mentira. São castelos de cartas. Estão à beiro do abismo. Sabem disto, Dormem mal (quando dormem).
Desconfiam que uma hora a verdade prevalecerá e tudo desabará. Estão certos. Temem a morte por causa da vida que tiveram. Sabem que o arrependimento não resolve mais, aliás, ele sempre foi uma estratégia para enganar “os otários” para poder prejudicá-los novamente.
E pensar que fizeram tudo por dinheiro e que essa premissa não vale coisa alguma quando a vida chega ao fim. A velha senhora não aceita suborno, não acredita em arrependimento. Ela (a morte) faz o que tem que fazer, cumpre o seu papel... na vida de cada indivíduo.
© profelipe ™

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Amor & Morte

Quando vi o Simply Red ao vivo, uma música me impressionou: “every time you say goodbye, I die a little” (“toda vez que você diz adeus, eu morro um pouco). Linda. Vi no Rio, na Praça da Apoteose.
A música, obviamente, associa o fim do amor com o fim da vida. A morte sempre chega, mas o amor poderia ser eterno?
O que fica do amor permanece na memória (no cérebro do indivíduo... Bertrand Russell acreditava que com a morte, o desaparecimento do cérebro levaria também ao fim da memória).
Não basta saber que após a morte, para alguns filósofos, o que resta seria o nada. O complicado é lidar com os fatores genéticos, ou seja, a pessoa já nasce com várias predisposições, principalmente no que diz respeito às doenças.
Em outras palavras, a pessoa nasceria “programada” a sofrer tal doença ou (talvez) a cometer suicídio. Não é tão simples, claro, então vejamos a opinião de David Bakish, psiquiatra no Royal Ottawa Hospital:
“Você pode nascer com este gene [da depressão] e ele pode nunca se expressar exceto se ocorrer um grave fator externo, como uma morte na família, divórcio, perda de um emprego, ou algo que cause um forte estresse. (...) A depressão não é uma falha no caráter. Ela é algo que nasce com a pessoa, como muitas outras doenças.”*
É praticamente impossível viver em sociedade e evitar o “grave fator externo”, afinal, os exemplos citados por Bakish (perda de emprego e divórcio) são cada vem mais comuns hoje em dia. Logo, o que seria uma predisposição torna-se fato.
Por outro lado, nada indica uma diminuição do preconceito em relação à depressão ou a condenação do suicídio na sociedade ocidental. São temas complexos e estão associados (muitos “esquecem” deste “detalhe”) aos fatores genéticos. Ou seja, se quer um culpado, procure em outro lugar e não na vítima!!
Além do mais, trata-se de uma visão cultural sobre tais problemas. Um exemplo:
“Na sociedade japonesa, o suicídio tem sido tradicionalmente visto como uma forma de manter a honra, como no caso do ritual do Samurai, conhecido como seppuku ou harakiri.” **
O ponto central não é elogiar ou criticar um ato. A questão é evitar o preconceito, procurar saber mais e, principalmente, lembrar que todas essas concepções são inventadas pelos próprios homens de acordo com o seu ambiente, a sua cultura, para explicar os seus desejos e as suas frustrações.
© profelipe ™
(*) "You may carry this gene and it may never be expressed unless some big environmental factor comes along, (…) such as a death in the family, divorce, loss of a job, or some other stressful catalyst. should de-stigmatize mental illness. (…) It's not a character flaw. It's something you're born with, like many other diseases."http://www.genomenewsnetwork.org/artic…/…/suicide_gene.shtml
(**) “In Japanese society suicide has traditionally been seen as a way of maintaining honour, as with the Samurai way of ritual self-disemboweling known as seppuku or harakiri.” http://mg.co.za/…/2006-07-13-author-of-japanese-suicide-man…

COBRANÇAS

Viver em sociedade é bom. O chato é a cobrança. Os familiares cobram. Os amigos cobram. Os desconhecidos cobram.
As reuniões sociais (principalmente as familiares) são os cenários quando as cobranças acontecem:
. Aquele (a) é seu (sua) namorado (a), sério?
. Quando será a formatura? 
. Já passou naquele concurso? 
. Quando será promovido? 
. E o casamento? Não vai ficar "para titio" (a)... 
. Se casado (a), quando virá o primeiro filho? 
. E a previdência privada? Precisa pensar no futuro... 
. Você engordou tanto, foi efeito de algum remédio? 
. E esses cabelos brancos? 
. Nossa, como você está magro (a), o que aconteceu?
O pior é que a resposta deve ser diplomática porque a pergunta é feita estrategicamente perto de pessoas que são importantes para você (como os seus pais).
O estranho é quando quem pergunta percebe que você não realizou ainda tal objetivo, parece existir um prazer quanto ao “seu fracasso” (entre aspas porque aquilo pode não ser um objetivo na sua vida). Seria como se a infelicidade dos outros causasse prazer naquela pessoa.
O complicado, neste contexto, é que esse tipo de pessoa aparece como se fosse “do bem”, como se fosse alguém que estivesse realmente preocupada com o bem estar do outro.
É irônico… para não dizer desagradável...
© profelipe ™

NCIS & “Gothic Girl”

Gosto da série NCIS. Ela é “sobre uma equipe de agentes especiais cuja missão é investigar qualquer crime que tem provas ligadas a pessoas da Marinha, sem levar em consideração cargos e posições.”*
Os episódios são bem produzidos e os atores convencem. Gosto sobretudo da “especialista Abby Sciuto (Pauley Perette), uma cientista que segue o estilo gótico.”*
De tudo que já vi na televisão, essa personagem seria a que mais se aproximaria daquilo que decidiram rotular de gótico. As roupas, o gosto musical, os assuntos fora do trabalho (por exemplo, namoros em cemitérios).
É interessante perceber que a personagem é também uma “nerd”, ou seja, 
usa a ciência para ajudar na investigação da equipe NCIS, 
o que confirmaria as características da Abby, afinal, 
é comum ver pessoas que usam óculos (supostamente “nerds”) entre os góticos.
Já fui em casas noturnas góticas em São Paulo e em shows de grupos que se identificam com esse tipo de música. Gosto muito da música “Gothic Girl” dos The 69 Eyes – vi a banda ao vivo em São Paulo em 2005.
O que interessa, neste contexto, é que “o gótico” só seria uma das várias opções de estilo de vida que qualquer jovem pode se apegar hoje em dia. Pode parecer bizarro (aos olhos da maioria), mas, na verdade, existe uma coerência no conjunto de características (o predomínio da cor preta, o pessimismo, o vampirismo, o tipo de música e assim por diante) que representaria esse estilo.
Nas grandes cidades, há espaço para diversos movimentos (punk, gay, etc). São diferentes e possuem características próprias. Sem problemas. O fundamental é que exista democracia e respeito de uns diante dos outros.
Aliás, o estilo gótico não é uma aberração ou algo a ser evitado. Ele representa, de fato, só mais das chamadas tribos urbanas.
© profelipe ™
(*) NCIS - Unidade de Elite. http://www.minhaserie.com.br/serie/60-ncis