domingo, 29 de julho de 2012

PODER, SEXO E DINHEIRO

Paulo Francis costumava dizer que "quem não tem sexo nem dinheiro, não pensa em outra coisa". Eu acrescentaria uma terceira coisa: poder.
De fato, as pessoas utilizam a busca sexo, dinheiro e poder para evitar o óbvio: pensar em si, na sua própria condição de existência.
Os indivíduos procuram construir uma lógica para justificar uma busca que nunca termina. Conseguiu dinheiro? Precisa procurar mais. Poder? Mais.
E o sexo? Mais... Entretanto, nesse ponto, como conseguir mais?
Em termos de quantidade, bastaria aumentar o número de parceiros. Mas, mesmo assim, pode ficar repetitivo. Faltaria "qualidade" ou para ser mais exato: "novidade". Aqui a invenção da Sex Shop representa uma ajuda.
Limites? É difícil, mas torna-se necessário, exceto se, no fundo, o indivíduo deseja mesmo é a morte.
O início é sempre o mesmo: anos de casamento, novas posições e, depois, conversas sobre as fantasias do casal. Visitas ao Sex Shop. Ménage à trois ("threesome")? Swing (troca de casais)?
Depois da década de 1980, o swing virou "moda" no Brasil. Passou. O swing é um jogo perigoso na medida em que pode representar o fim do casamento.
Para os solteiros, mais recentemente, surgiram as festas em fazendas com bastante álcool, drogas e orgias promovidas, algumas vezes, em "dark room" (uma ideia antiga usada em boites homossexuais desde, pelo menos, a década de 1970).
Nos anos 1990, surgiu o termo BDSM (Bondage Discipline Sadism Masochism). Na prática, tornou-se comum relações que utilizavam os recursos do sadomasoquismo. Para quem se identificava com esse estilo, como no caso do swing, surgiram os clubes especializados. Um fotógrafo famoso da Playboy norte-americana, Ken Marcus, abandonou as fotos "convencionais" e passou a se especializar em BDSM, que ele associava ao termo "exquisite erotica".
Juntamente com o BDSM, tornou-se comum o "sex tape" na Internet assim como o "snuff film" - que mostraria assassinatos supostamente reais.
Onde tudo isso pode parar? A parada final pode ser a morte. Trata-se de um jogo, como seria a "asfixia erótica". Um exemplo: a causa oficial da morte de Michael Hutchence seria suicídio. Entretanto, a sua companheira na época, Paula Yates, insistia que isso não seria verdade, que o amante teria morrido numa auto-axifia-erótica.
Os jogos sexuais podem ser perigosos pois, em sua maioria, escondem inseguranças ou traumas vividos na infância. Entrar nesse "universo" é um risco. Ficar na mesmice e na monotonia de uma vida sexual pode também não ser a melhor solução a ser adotada por um casal. No fundo, é uma questão de escolha. 

sexta-feira, 27 de julho de 2012

BRUXARIA NO SÉCULO XXI?

No dia 14 de julho de 2012, Roseana Collor deu uma entrevista ao Fantástico da Rede Globo com o objetivo de revelar os erros do ex-marido. O que era para ser uma "entrevista bombástica" tornou-se motivo de piada no dia seguinte. O principal motivou foi a entrevistada se dizer evangélica e, ao mesmo tempo, afirmar que não seria justo receber uma pensão de "apenas" 18 mil reais. 
Outro ponto que chamou a atenção na entrevista da ex-primeira dama foram os rituais de magia negra praticados pelo ex-marido enquanto estava na presidência da República.
Em linhas gerais, haveria uma "magia negra" em que o indivíduo faria rituais visando o benefício próprio ou o ataque aos seus adversários. Existiria ainda uma "magia branca", que defenderia o oposto, que seria, portanto, altruísta. 
Na série de "Charmed", por exemplo, aparece uma distinção entre as bruxas do "bem" e aqueles que seriam do "mal" - os chamados "warlocks". "Charmed" é ficção mas existem muitas pessoas que defendem uma perspectiva bastante diferente do cristianismo. É o caso do Jimmy Page - guitarrista do Led Zeppelin - que, em 1974, numa entrevista ao Melody Maker, tratou do assunto:

"No crepúsculo, (...) o amanhecer de uma Nova Era, você sabe, Lúcifer será o portador da luz, e não Satã, como querem os termos cristãos. (...) Olha isto, quando a igreja se iniciou, ela eliminou tudo, e não foram só os deuses pagãos, mas qualquer coisa que estava no seu caminho. 
Você conhece as atrocidades cometidas cometidas pela igreja. E o poder da igreja hoje está igual. Quero dizer, eles tentam incutir no pensamento das pessoas: 'obrigado Senhor Deus', e ficam batendo e nos importunando com isso." *


Outras pessoas famosas se apresentam como bruxos, como Alan Moore e o o escritor brasileiro Paulo Coelho. No filme "Código do Vinci", baseado no livro de Dan Brown, é citada a diferença entre o paganismo e o cristianismo: 


"Os pagãos encontram a transcendência através da união de masculino para feminino. No paganismo, as mulheres eram adoradas como uma rota para o céu, mas a igreja moderna passou a ter um monopólio sobre isso... dizendo que a salvação seria com Jesus Cristo. 
E aquele que guarda as chaves do céu garante o domínio sobre as regras do mundo. 
As mulheres, então, tornaram-se uma enorme ameaça para a igreja. A Inquisição Católica logo publicou o que pode ser o livro mais sangrento na história: 'Malles Maleficarum' - 'O Martelo das Bruxas'. Esse livro instruía o clero a localizar, torturar e matar todas as mulheres que pensavam livremente. Em três séculos de caça às bruxas, 50.000 mulheres foram capturadas e queimadas vivas na fogueira."


Qual seria o sentido de falar em bruxaria no século XXI? Primeiro, muitos defendem tal concepção sem saber direito do que se trata. Seria como mais uma "moda". De qualquer maneira, fazem isso porque "podem", ou seja, em países democráticos, não existe uma censura explícita e, muito menos, ocorre uma perseguição ao indivíduo que se diz "bruxo".
Em segundo lugar, além das divisões do cristianismo ao longo da história, não é mais segredo o que os líderes religiosos fizeram durante o período da Inquisição.
Finalmente, nesse século, após as desilusões com as práticas associadas ao catolicismo e, no campo político, ao comunismo "real", não sobraram muitas alternativas para as pessoas acreditarem num grande projeto como resposta para a incerteza do futuro. O cinismo e o niilismo são hegemônicos atualmente.


* Jimmy Page, entrevista feita por Michael Watts, Melody Maker, 07/09/1974. Tradução: Selmane Felipe de Oliveira. The Rover - Boletim Zeppelin-Maníaco, n° 3 Nov. Dez. e Jan. 1984 e 1985.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

NORMAIS E LOUCOS

Quem, a partir de uma viagem de avião, vê uma cidade, lá embaixo, algumas vezes, percebe que aquilo que parece ser "tudo", como um metrópole, na verdade, poderia ser comparado a um formigueiro.
É interessante que mesmo assim muitos indivíduos chamados de "normais" acreditam que todo o universo existiria a partir deles. Claro, os alienados não se percebem como alienados, eles realmente acreditam que a ilusão corresponderia à realidade. 
Lendo um depoimento do Salvador Dalí - constantemente ele tinha que explicar que não era louco -, entendi que o "verdadeiro louco" também não se percebe como tal.
No caso da loucura, o conceito e o contexto histórico devem ser considerados (ler o livro o Foucault sobre o tema).

FOGO AMIGO

  • Enquanto estão vivas, algumas pessoas são importunadas constantemente, em nome do "amor", por familiares e amigos. Trata-se do chamado "fogo amigo".
  • É difícil lutar contra isso pois os ataques, organizados em verdadeiras conspirações, aparecem normalmente como atitudes normais de indivíduos que, alguns se dizem religiosos, "só querem o bem do próximo".
  • Utilizar a religião como uma aliada daria um caráter de "imparcialidade" aos agressores.
  • O suposto objetivo - "o bem do próximo" - garantiria a "superioridade" dessas pessoas.
  • Isso lembra um depoimento de Freud:
  • "selvagem pode cortar a sua cabeça, comê-lo, torturá-lo, mas ele vai poupá-lo das pequenas provocações que, às vezes, tornam a vida em um comunidade civilizada quase insuportável." (A Arte da Entrevista, p. 95)
  • Além de lidar com as contradições "internas" e os inimigos "externos", o ser humano ainda precisa ficar atento ao "fogo amigo". E, para alguns, isso seria uma "evolução"...

sábado, 21 de julho de 2012

PERVERSÃO

BDSM não é crime. É considerado, por muitos, uma perversão. Problema? Basta pensar nas questões freudianas. 
Neste contexto, Jacques André afirma: 
"A culpabilidade evoca a falta e, assim, a 'sequência de Édipo': desejo - proibição - transgressão." (Préface, FREUD, La malaise dans la culture, p. XVI)
Em outras palavras, a transgressão é uma forma de resistência aos limites impostos pela civilização. A perversão poderia ser vista também como resistência?
Do ponto de vista geral, da civilização, é interessante perceber que a centralização de poder da igreja na Idade Média reforçou a tese da culpa - o indivíduo "nasce no pecado" -, as técnicas de tortura - na Inquisição - e o autoflagelo como forma de tentar "limpar os pecados" a partir da dor.
O sentimento de culpa persegue o sadomasoquista. Essa culpa está associada aos abusos sofridos na infância. Trata-se, basicamente, da culpa de "não ser amado".
Nas guerras e nos regimes ditatoriais e totalitários, os militares "inovaram" criando várias e novas técnicas de tortura. O nazismo, em especial, tornou-se um símbolo nesse sentido. Não foi por acaso, aliás, que o uniforme nazista passou a ser utilizado nas práticas de BDSM.
O autoflagelo usado por religiosos, com o cilício, por exemplo, ainda deve ser associado ao pecado. No BDSM, a utilização do autoflagelo representa algo diferente: o recurso da dor física torna-se uma forma de tentar "apagar" uma dor emocional - normalmente um trauma sofrido na infância.
Em suma, apesar de ser visto como uma "aberração", o BDSM é resultado das contradições criadas pelos ditos "homens civilizados". Prazer e dor fazem parte da chamada condição humana.

ELEIÇÕES [21-07-2012]

  • Criticar a democracia [e não os políticos atuais] é um jogo perigoso e abre espaço para "alternativas" e ações totalitárias, como:
  •   os políticos da extrema direita na Grécia;
  •   o atentado na Noruega e
  •   a experiência alemã com Adolph Hitler. 
  • As pessoas devem compreender que existe, no Brasil, uma crise dos partidos políticos e NÃO da democracia ou da política. Na verdade, os líderes políticos atuais confundem o eleitor. Exemplo: o PT é aliado do PP em São Paulo e é adversário do mesmo PP em Uberlândia... Depois os políticos ainda reclamam que os eleitores não votam nos partidos políticos e sim nos candidatos... 
  • Ainda sobre as eleições... O partido dos Democratas pediu explicações sobre as acusações feitas contra Demóstenes. O senador não soube explicar. Foi expulso.
  • Por que os líderes do PSDB não fizeram a mesma coisa com o Perillo?  
  • O Lula, na sua chantagem contra o ministro do STF, disse que tinha "o controle da CPI do Cachoeira". Deve ser verdade. 
  • Provavelmente essa CPI foi criada para desviar a atenção sobre o julgamento do "mensalão". Se isso é correto ou não tornou-se secundário diante de uma pergunta simples: como negar que existia "a quadrilha do Cachoeira" e que o governador do PSDB e os políticos do PT faziam parte dela? 
  • Aliás, com a CPI do Cachoeira, o Lula, mais uma vez, "sacrificou" companheiros petistas em nome de um suposto projeto nacional.
  • Ele fez isso na época do "mensalão" e os companheiros petistas aceitaram tudo em nome do partido e agora, provavelmente, serão condenados. E o Lula? 
  • O advogado de Marcos Valério, o "operador do mensalão", lembrou do ex-presidente para defender o seu cliente:
  • "mandantes e beneficiários em segundo plano, alguns, inclusive, de fora da imputação, como o próprio presidente Lula." *
  • Chantagear um ministro do STF apresentou o resulto oposto do que esperavam os petistas. E agora? Uns ficarão contra os outros [como fez o advogado de Marcos Valério]? E os ministros do STF, apresentarão o resultado final ainda em agosto, antes das eleições? Logo essas questões serão respondidas.

* http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/valerio-pede-ao-stf-foco-nos-protagonistas-politicos

quarta-feira, 11 de julho de 2012

AUTORIDADE, PERDA & CULPA ² (citação em português e em francês)

A "influência externa" (que reflete o superego) não é mais aquela do pai que diz "não" e da castração, mas trata d o mais arcaico "domínio d o outro" (...) "da autoridade incontestável" (...), "os pais" ao invés do pai sozinho. A ansiedade não é mais da castração, mas d a perda do amor. O sentimento de culpa, "variedade tópica de ansiedade" (...), está associado ao tópico : então é culpado pelo amor perdido, é culpado de não ser amado. A neurose de compulsão é o horizonte do caminho do superego em sua primeira expressão, a melancolia (mas também a histeria e o seu núcleo de passividade) está associada ao cenário que corresponde ao seu segundo momento.
Jacques André, Préface, Freud, Le malaise dans la culture, p. XVIII.

L' " influence extérieure " (que reflete le surmoi) n'est plus celle du père qui dit " non " et de castration mais celle plus archaïque de " l'autre surpuissant " (...), " l'autorité inattaquable " (...), " les parents " plutôt que le pére seul. L'angoisse n'est plus de castration, mais devant la perte d'amour de la part de l'objet. Le sentiment de culpabilité, " varieté topique de l'angoisse " (...), ne demande qu'à suivre : on est alors coupable de l'amour perdu, coupable de ne pas être aimé. La névrose de contrainte est l'horizon du surmoi première manière, la melancolie (mais aussi l'hystérie et son noyau de passivité pulsionnelle) se profile en toile de fond de second.
Jacques André, Préface, Freud, Le malaise dans la culture, p. XVIII.

AUTORIDADE, PERDA & CULPA ¹

A CENSURA que o indivíduo impõe a SI MESMO estaria associada:

1. " 'a AUTORIDADE incontestável' dos pais;

2. a PERDA do amor e

3. o sentimento de CULPA (relacionado à ansiedade) estaria associado ao tópico:

então o indivíduo é culpado pelo amor perdido, ele é culpado de não ser amado." *

(Eu fiz algumas adaptações na citação original.)

* Jacques André, Préface, Freud, Le malaise dans la culture, p. XVIII.

terça-feira, 10 de julho de 2012

ESSAS & AQUELAS

ESSAS:
Eu gosto muito de algumas pessoas. Elas são inteligentes, sensíveis e éticas. 

AQUELAS:
Muitas outras, a maioria, valorizam coisas superficiais, são falsas, convencidas, agressivas, óbvias, preconceituosas e se consideram melhor do que as outras por causa do dinheiro, da religião, da raça, do conhecimento ou do sexo. Essas pessoas adoram subestimar a inteligência dos outros. Acreditam que enganam. Adoram autoelogio. Elas fingem ser felizes. São alienadas. São, basicamente, pessoas que evito o contato.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

POLÍTICA: JOGO DE XADREZ?

O ex-presidente Lula acredita que realmente é especial e que a sua popularidade lhe daria poderes especiais, como pressionar e chantagear um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) no sentido de adiar o julgamentos dos seus amigos no processo do "mensalão".
Parece que Lula acredita ainda que as pessoas não lembram da sua oposição radical ao Paulo Maluf. A aliança com o ex-governador de São Paulo - com direito a uma foto histórica - deveria constranger qualquer petista que conhece a história do partido.
A crença em "poderes especiais" pode ser explicada pelo poder que Lula exerce no Partido dos Trabalhadores, mas não há como negar também o papel dos dirigentes dos meios de comunicação de massa que insistem em não mostrar os grandes erros do seu governo.
O mais óbvio e que não é debatido é o aumento no número de funcionários públicos, inclusive na ampliação de unidades do ensino superior. Ampliar, contratar e criar novas despesas era uma tarefa fácil para o ex-presidente - que conseguia a simpatia dos trabalhadores, sindicalistas e, portanto, obtinha um aumento em termos de votos nas eleições. O problema, claro, seria do seu sucessor, que teria que pagar os salários e cuidar da manutenção adequada das novas e das antigas unidades do governo federal.
Esse é o problema da presidente Dilma. A greve nas universidades federais é justa, mas o problema não foi criado pela presidente atual. O mentor do projeto foi p ex-presidente Lula e a presidente Dilma não pode denunciá-lo não apenas por ser do mesmo partido político mas sobretudo por vê-lo como seu "padrinho político". É o que, entre alguns pensadores da esquerda, chamam de "complexo da dívida".
Em 2009, no portal Terra aparecia uma matéria com o título: "Número de funcionários públicos cresce 11,75% no governo Lula". Os dados eram claros:
"O Executivo federal tem hoje 542.843 servidores civis ativos, um acréscimo de 11,75% em relação aos 485.741 servidores no início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. De acordo com o secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Marcelo Viana, houve a contratação de mais 57.102 servidores de 2003 até agora. Deste total, mais de 29 mil contratações ocorreram na área de educação, sendo 14 mil professores." *
No Valor Econômico, em 09/07/2012, diante de uma "ameaça de greve geral", Lula era lembrado:
"O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a sua experiência de sindicalista, certa vez comparou a greve dos funcionários públicos a férias remuneradas. Por isso, no Brasil de hoje, existem trabalhadores de primeira e de segunda categoria: os servidores públicos, com todas as suas vantagens e um direito de greve especial; e os trabalhadores da iniciativa privada." **
A greve geral seria algo justificável, de acordo com o presidente da CUT, Artur Henrique:
" 'Não dá para retroceder em relação aos oito anos de governo Lula (...) Não dá para esticar essa corda', diz, cobrando uma resposta rápida do governo, o que, segundo ele, poderia evitar uma greve geral dos servidores." ***
Seria uma luta dos petistas contra petistas? O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, na mesma matéria do jornal Estado de São Paulo, afirma que trata-se de
"um jogo de xadrez bem complexo." ***
Complexo? Por quê? O problema seria como resolver uma crise iniciada pela liderança do PT sem "manchar a imagem" do Lula? O "jogo de xadrez" contará com novas "peças" do STF no julgamento do "mensalão" em agosto. Nesta nova etapa, provavelmente será mais difícil manter "limpa" a história política do ex-presidente Lula.


* Número de funcionários públicos cresce 11,75% no governo Lula.
06/10/2009. http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4024735-EI7896,00-Numero+de+funcionarios+publicos+cresce+no+governo+Lula.html
** Ameaça de greve geral reaviva velhas discussões. Valor Econômico, 09/07/2012. http://www.valor.com.br/impresso/ Apud http://servidorpblicofederal.blogspot.com.br/
*** Marta SALOMON e Tânia MONTEIRO Sem Lula no Planalto, CUT aumenta pressão sobre Dilma por salário maior. O Estado de S.Paulo, 09/07/2012. http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,sem-lula-no-planalto-cut-aumenta-pressao-sobre-dilma-por-salario-maior-,897828,0.htm  

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Por que um homem de 50 anos namora com uma garota de 18?

Primeiro, porque ele pode, ou seja, consegue ser atraente, de várias maneiras, para uma garota tão nova.

Segundo, esse homem, muitas vezes, não tem filhos. Isso é importante pois ele não tem o limite de que "essa garota é da idade da minha filha".

Terceiro, com 50 anos, é divorciado, tem sua própria casa e seu próprio carro. Possui uma independência. Em outras palavras, não precisa dar satisfações aos outros.

Quarto, com 50 anos, ele vive aquilo que chamam de "crise da meia idade", ou seja, ele parou de subir e começou a descer "a ladeira". O ponto final, claro, é a morte.

Assim, depende de cada caso, um prefere comprar um carro vermelho e usar medalhas de ouro, outro pinta os cabelos, outro namora com ninfetas e assim por diante. Em suma, cada um tenta recuperar algo de bom que teve na vida.

TRADUTOR

O Caetano Veloso, em uma de suas músicas, diz que só seria possível filosofar em alemão. Essa idéia, se eu não me engano, era defendida originalmente por Martin Heidegger.

Eu fiz o curso básico de alemão, na época que fazia faculdade. Fui na Alemanha três vezes e, especialmente em Berlim, não era fácil encontrar alguém que falasse em inglês. Assim, não havia alternativa a não ser utilizar a língua original. Fiz isso. Contudo, não significa que eu fale alemão. É difícil encontrar algum brasileiro que realmente fale essa língua. O Jô Soares, que estudou na Suíça e diz que fala alemão, na hora que foi entrevistar o Beckbauer, "preferiu" que a entrevista fosse em inglês.


Eu não sou tradutor, nem de inglês nem de alemão.Também não sou daqueles que odeiam tecnologia e rejeitam as suas facilidades. Eu sei que cada vez fica mais fácil traduzir um texto "automaticamente" de uma língua para outra, mesmo considerando que a tradução não seja lá essas coisas. Não sou do tipo implicante que acredita que você só pode ler um texto na língua em que ele foi escrito.


Assim, quando posso, leio o original, mas não me importo em ler também as traduções. Naturalmente, algumas vezes eu comparo os textos e aqui realmente surge um problema: assim como nos filmes, algumas vezes, o que é traduzido não representa o original. Trata-se da imaginação do tradutor.


Posso dar um exemplo: o texto "Fausto" de Goethe - Original: Faust: Eine Tragödie, Wien, Tosa Verlag, 2003, p. 14 e Tradução: Alberto Maximiliano, São Paulo, Nova Cultural, 2003, p. 19. Numa das falas da personagem "Lustige Person", é dito:

"Wenn mit Gewalt an deinen Hals / Sich allerliebste Mädchen hängen." 

Isto é traduzido por: "Ou quando em teu pescoço apóiam-se amorosas / As jovens que tanto gostas." 

Apesar da tradução do "se" (wenn) por "ou", o sentido original da frase permanece.


Agora em seguida aparece trecho:

"Wenn nach dem heft'gen Wirbeltanz

Die Nächte schmausend man vertrinket,

Doch ins bekannte Saintenspiel

Mit Mut und Anmut einzugreifen,

Nach einem selbstgesteckten Ziel

Mit holdem Irren hinzuschweifen."



A "tradução" do trecho para o português:

"Ou se ficas em danças loucas, violentas,

Toda noite a comer e beber em alegria,

Entregue a orgia.

Hoje, a música de outrora podes lembrar,

Fazê-la ressoar com vigor, sem parar

Para um fim almejado

Por suas atalhos alcançados."



Como seria possível tal "liberdade" do tradutor? 

Não digo apenas no sentido das palavras, mas no contexto das frase e de todo o parágrafo. 

Onde o tradutor foi encontrar, por exemplo, no texto original, a frase: "toda noite a comer e beber em alegria, entregue a orgia." (?!)



Imagino que esta não deve ser uma profissão fácil, sobretudo, se for levado em consideração o ponto de vista da consciência do próprio profissional, claro. 

Afinal, a maioria lê pouco e praticamente apenas as traduções, sem se preocupar, muitas vezes, com o sentido do texto... 

Imagino se este tipo de leitor questionaria se o autor alemão queria realmente dizer aquilo...



De qualquer maneira, quando você resolve pesquisar um pouco mais, questionar, acaba descobrindo ou lidando com tais dúvidas ou polêmicas. Isso não é ruim. 

Como em quase tudo, saber mais é sempre útil, na medida em que ajuda o indivíduo a ver melhor a realidade das coisas e das pessoas, podendo, assim, separar as cópias superficiais dos originais.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

SONO & SONHO

David Grant, num artigo sobre depressão, afirma que:

"if you have trouble sleeping, turn on the radio or watch TV"

Sempre faço isso. Nunca durmo "com o silêncio".

Normalmente, ouço a discografia do Led Zeppelin enquanto durmo.

Por algum motivo, o som do Led Zep não causa pesadelos (diferente de outras bandas).

Isso leva ao problema do sono: algo externo pode interferir no conteúdo do sonho?

Freud: "Le dormeur peut réagir de plusieurs manières à l'égard d'un stimulus sensoriel venu de l'extérieux." (Sur Le Rêve, p. 128)

Em outras palavras, algo externo pode interferir no sono mas não pode determinar o conteúdo do sonho.

Nada controla o conteúdo do sonho. Existe uma linguagem própria quando as noções de tempo, espaço e lógica desaparecem.

Trata-se do "reino do inconsciente", diria Freud. E tinha razão.

INDIRETAS

É impossível ao "civilizado" ser direto.

Tudo o que ele diz ou faz... É PENSADO ANTES...

Mesmo quando tal fala e tal ato aparecem aos ingênuos como algo "espontâneo" e "verdadeiro".

O chato do jogo é quando insistem em subestimar a sua inteligência.

A manipulação faz parte da "maravilhosa" condição humana.

Seria interessante, porém, que as pessoas, sobretudo aquelas nos meios de comunicação de massa, fossem mais inteligentes e utilizassem estratégias mais sofisticadas.

O PREÇO DE "VIVER" NA FANTASIA

Heidegger se referia "as mesquinharias do cotidiano" como forma de fuga do ser.

Marx chamaria isso de alienação.

Freud diria que a alienação causa "distúrbios, como falta de apetite, insônia e desinteresse sexual" e

que isso poderia levar a "casos graves de neuroses", chegando ao AVC ou ao ataque no coração.