sábado, 30 de agosto de 2014

GAROTAS DE 20 ANOS



Uma jovem garota (eu e as meninas de 20 anos, rs) afirmou que entendia o fato de ter transformado um dos quartos do meu apartamento em biblioteca. Entretanto, ela dizia não compreender a minha necessidade de escrever tanto – ter pesquisado e publicado seis livros e (atualmente) criar textos opinativos para vários “blogs” e “websites” com temáticas tão diferentes.

Não expliquei o motivo para a garota. Primeiro, no sabático, recuso-me a falar o que (para mim) seria óbvio demais. Segundo, estava meio fascinado com a beleza dela para problematizar qualquer coisa – mesmo reconhecendo (e até talvez por isso) que ela era bastante inteligente – e isso não tem nada a ver com idade.

FLERTAR COM O PODER: PT & PSDB


Parece (pelos trechos divulgados na internet) que foi interessante a Aula Magna da Profa. Dra. Marilena Chaui na USP.
Ela sempre foi bastante inteligente e irônica. Já ouvi quem foi aluno dela acrescentar que ela seria muito autoritária também.
De qualquer maneira, como intelectual, ela tem errado - na sua defesa da prática governamental petista – ao falar só dos erros do PSDB.
Não foi diferente na Aula Magna:
“ ‘A metamorfose da universidade pública em organização tem sido o escopo principal do governo do Estado de São Paulo’, denunciou Marilena. Ela argumentou que a reforma do Estado adotada pelo governo FHC (1995-2002) e efetivada pelos governos estaduais do PSDB, particularmente o de São Paulo, pautaram-se pela articulação com o ideario neoliberal (Estado mínimo, privatização dos direitos sociais) e, no caso do ensino superior, realizaram a agenda de mudanças preconizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a reestruturação das universidades da América Latina e Caribe, em 1996, e baseada na redução das dotações orçamentárias públicas às instituições de ensino superior.”*
O problema não é discordar deste discurso. O que chama a atenção é a omissão quanto ao discurso (e prática) dos presidentes Lula e Dilma quanto ao ensino superior no país.
A metralhadora verbal que Marilena Chaui utiliza contra o PSDB seria adequada e esclarecedora também para avaliar a trajetória da prática petista tanto quanto ao papel da universidade pública no país como (e principalmente) a omissão em relação aos empresários do setor privado, que, desde 2007, “oPTaram” pela demissão em massa dos professores doutores de suas instituições, comprometendo qualquer possibilidade séria de ensino e pesquisa nestas instituições.

29-08-2014

(*) http://www.adusp.org.br/index.php/campanha-salarial-2014cs/2076-aula-magna-de-marilena-chaui-desvenda-universidade-operacional

sábado, 23 de agosto de 2014

VISUAL E CONTEÚDO


Você, por algum motivo, sente-se atraído por uma pessoa. Deseja ser discreto e não sair perguntando por aí... 

Neste caso, a Internet torna-se uma boa ferramenta para obter informações. Basta saber pesquisar e cruzar todas as informações – verificar as fontes e ver o que seriam possíveis verdades ou simples invenções, montagens ou fofocas.

Perfeito. Tudo pronto. Começa a pesquisa e encontra fotos, fotos, fotos... 

Deve existir mais alguma coisa... Os dados são os básicos – nome, idade, cidade e hobbies. 

O que ela pensaria sobre a vida e sobre temas polêmicos? Não haveria algo mais? Não. É só “interface”.* Falta conteúdo. 

Coisa para “one night stand” e não para um relacionamento. 

© profelipe ™

(*) "Interface: a device enabling a user to communicate with a computer..."

REDES SOCIAIS



Não gosto de censura. A Facebook funciona de uma maneira, o Twitter de outra e o Tumblr de outra... Por mim, tudo bem...
Dito isso, uma dica: se possível, evite reclamar da ferramenta (o Facebook, por exemplo) e seja claro com a sua irritação e com a pessoa “X” e pronto.
Outra coisa: se um dos seus “5.000 amigos do Facebook” não te cumprimentar numa "boite" barulhenta, escura, depois das 3 horas da manhã... Por favor, não leve pelo lado pessoal...
Existem dois mundos: o real e o virtual... E, claro, existe uma “interação” entre esses “universos”... Seria razoável saber lidar com as múltiplas e infinitas possibilidades dessas relações antes de resolver “brincar” de se expor e de se relacionar com os outros – on line ou não...
Ah, mais uma coisa (e essa, de fato, é importante): eu posso estar completamente errado.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

BADOO

Depois do fim do Second Life e do fim (próximo) do Orkut, criei uma certa desconfiança quanto as chamadas “redes sociais” (também não gosto desse nome).
Eu uso mesmo o Facebook, o Twitter e .a.d.o.r.o. o Tumblr.
Apesar de ter sido criado em 2006, eu ainda não havia tido contato com o Badoo. Resolvi conhecê-lo.
Pareceu-me algo meio surreal... Para começar, é dito que não existem perfis falsos*...
É impossível a existência da internet sem a possibilidade de hackers e de informações falsas. Simples assim.
Ainda não naveguei o suficiente no website, mas encontrei garotas bonitas e jovens (pelas .f.o.t.o.s.) cujo principal interesse seria “sexo sem compromisso” (?!).
Não que algo assim não exista, o problema (para mim, pelo menos) é compreender um perfil nesse modelo numa “rede social” sem falar explicitamente em “escort girl” ou alguma coisa do gênero.
Fiquei sabendo, em menos de meia hora no website, que uma garota gostou de mim e que três outras gostaram das minhas fotos. Conclusão?! Nenhuma. Não pareceu-me algo relevante.

(*) Aliás, coloquei (de propósito) alguns dados pessoais fictícios no meu perfil.


© profelipe ™ 13-08-2014

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

NOVELA E COMPORTAMENTO


Houve um tempo em que a novela era transmitida pelo rádio. Existia também em forma de revista - a fotonovela. A sofisticação do formato veio com a televisão.
O sucesso da novela brasileira ultrapassou os limites do país. Entretanto, o seu conteúdo não pode deixar ser problematizado.
Na época do regime militar, tratava-se de um meio claro de alienação das pessoas (e ainda sofria censura por parte dos governantes).
Com a redemocratização, as temáticas mudaram e ficaram mais próximas da realidade das pessoas. Foram discutidas ainda problemáticas consideradas polêmicas, como o homossexualismo e o preconceito diante de algumas doenças.
O essencial, porém, permaneceu: a dicotomia entre o bem e o mal, o excesso de drama e a visão simplista (e ideológica) da sociedade brasileira.
Num país em que a educação não é levada a sério, os professores recebem mal e as escolas tornaram-se um meio de enriquecimento para poucos, as novelas acabaram assumindo um papel importante no que diz respeito ao comportamento dos cidadãos.
Em suma, as pessoas aprendem como se relacionar umas com as outras a partir do que assistem em novelas. Aqui está o problema: na telinha, as pessoas gritam (não conversam), são agressivas, violentas e manipuladoras como se isso representasse o “cotidiano normal” de cada um. Não é verdade. Mas para quem não vai à escola, não tem um pai dentro de casa (ou alguma pessoa que represente a figura da autoridade), o que é visto na televisão aparece quase como normas de comportamento social.
Tudo piora quando surgem, nos intervalos da novela, os tais comerciais que, com produções requintadas, mostram uma infinidade de produtos que seriam sinônimos de prazer, conforto e modernidade. O telespectador é avisado que poderia possuir tudo aquilo a partir de parcelas “infinitas” que caberiam no seu orçamento. Trata-se de uma armadilha e a inadimplência só comprova isso.
O mais grave é o que isso faz com o jovem: é estimulado o desejo por bens materiais; não existem, no entanto, escolas adequadas e nem empregos para todos. Indiretamente, a alternativa seria a criminalidade, afinal, só se envolvendo com atividades como o roubo e o tráfico de drogas, o tal jovem conseguiria dinheiro para possuir os cobiçados bens e fazer sucesso nas “baladas”.
O resultado de tudo isso está na insegurança das cidades. Aumentar o número de policiais e de presídios não mudará esse quadro. A questão social – com o uso irresponsável dos meios de comunicação – é bem mais complexa do que as soluções simplistas de políticos que só pensam em garantir lugares no poder.
© profelipe ™ 11-08-2014