quarta-feira, 29 de agosto de 2012

SEXO: ATO E DISCURSO


O adultos, em sua maioria, valorizam excessivamente o ato sexual. O "sexo em si" é a realização de um instinto natural. Só isso. Pronto.
Entretanto, muitos colocam um mero instinto como o centro da vida, como a razão de tudo. Parece que, como diria a personagem de Julia Roberts no filme "Closer", têm 12 anos...
A vida adulta, de um indivíduo civilizado, está, teoricamente, associada aos fatos complexos, daqueles que precisam de várias interpretações e apresentam, não raramente, várias possibilidades de resposta.
Neste contexto, o sexo é tratado não como o ato "em si" mas como uma estratégia de poder, um discurso que permite estabelecer regras para controlar o outro.
Quando os religiosos condenam a relação sexual fora do casamento ou o homossexualismo, eles não estão preocupados com o prazer ou não das pessoas e nem o que elas efetivamente fazem entre quatro paredes.
O que importa para eles é utilizar o sexo como uma estratégia de controle ou como uma forma de ser autoridade sobre o outro.
Matar o desejo do outro não gera grande prazer para uma autoridade. A satisfação vem do poder de dizer ao outro o que ele deve fazer.
Trata-se de controle, de manipulação. É, basicamente, uma questão de poder.
E o ato sexual? Quem se importa? Quem acredita? Sexo é só sexo.
E o amor, a moral, a religião, a ética e os outros valores? Esses conceitos representam exatamente isso: outros valores. Associá-los ao sexo é só uma maneira de desviar o foco do essencial e, assim, conseguir controlar o outro.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

INTERNET E CAPITALISMO


Karl Marx já denunciava, no século XIX, as "tendências globais" do capitalismo e a transformação do homem em uma "mercadoria".
A partir da revolução tecnológica proporcionada pelo computador pessoal e pela Internet, tudo isso aparece mais claro aos olhos de todos e muitos pensadores - como Domenico de Masi e Pierre Lévi - tentam explicar o mundo atual. Conseguem? Não. As transformações são muito rápidas.
Alguns intelectuais, mesmo assim, tentam apresentar uma "resposta" para o que estaria ocorrendo no mundo. Na maioria dos casos, porém, aparecem mais palavras de ordem ou expressões gerais que servem para impressionar sobretudos as pessoas da classe média - consumistas e individualistas.
Andrew Keen utiliza termos como: "a superexposição dos usuários, (...) a 'doutrina da multidão' (...) 'geração sem mistério' (...) 'ditadura da ignorância'" *
Interessa aos capitalistas descartar as diferenças individuais e tratar as pessoas como uma "massa de consumo". Doutrina da multidão? Provavelmente... mas sempre foi assim de acordo com os princípios desse sistema.
Para atingir os seus interesses e apresentar os seus objetivos particulares como a vontade da maioria, interessava às lideranças burguesas formar indivíduos alienados, pessoas incapazes de perceber que o que existira por trás desse discurso hegemônico. Ditadura da ignorância? Claro. Entretanto, isso é uma base do modo de produção e não algo criado recentemente.
O problema da 'superexposição dos usuários' da Internet não seria apenas produzir uma 'geração sem mistério'. A questão estaria, provavelmente, na causa de tal exibicionismo. O elogio da ostentação também não é algo novo ao capitalismo. Os indivíduos tentam criar, com seus bens materiais - financiados a longo prazo - uma realidade que não é verdadeira, ou seja, todos querem "parecer" ricos e bonitos. As ferramentas da Internet - como Facebook ou Twitter - somente facilitam esse processo.
Em suma, o capitalismo não mudou. O que aconteceu, com a tecnologia atual, foi um reforço de princípios que duram séculos. 

* http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/twitter-e-facebook-vao-acabar-com-segredos-das-pessoas

domingo, 19 de agosto de 2012

SOZINHO OU SOLITÁRIO

  • Uma coisa é mulher sair sozinha para a 'balada'. 
  • Outro coisa é homem precisar sempre da companhia de um amigo para chegar em bares e boites.
  • Lembrar uma crítica aos Rolling Stones feita por John Lennon:
  • "Quando você tem 16 anos é certo ter companhias e ídolos masculinos. É coisa de tribo, tudo bem. Mas, quando você ainda faz isso aos 40, significa que, na cabeça, você ainda não passou dos 16."
  • Moro sozinho, sou divorciado, chego nos bares sozinho. Converso, algumas vezes, com um conhecido ou uma garota, mas sempre tenho o cuidado em ser o mais objetivo possível para não incomodar a outra pessoa.
  • Saio pouco. Quando isso acontece, pego o carro, chego no bar, bebo, observo o ambiente e as pessoas. Se for o caso, fico no "fumódromo" na "companhia" de um cigarro ou (raramente) de um Cohiba. Depois pego o carro e volto para o meu apartamento. Não enche o saco dos outros e não sou incomodado. Ótimo.
  • É bom lembrar que as pessoas que estão sozinhas nos bares não são necessariamente solitárias ou tristes. Elas querem, algumas vezes, ficar sozinhas. Não desejam conversar. Observam. Fantasiam. Sentem pena do visível tédio de certos casais que estão ali "por obrigação" de serem vistos. Afinal, existem indivíduos que acreditam no tema da série Gossip Girl: "você não é alguém enquanto as pessoas não falarem em você" ou, em inglês: "you're nobody until you're talked about..."

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Sexo Pago e Lições do Caso Matsunaga

1. Os homens em crise da meia-idade são carentes e buscam, com o sexo pago, os elogios que recebiam aos 20 anos; são, portanto, alvos fáceis;
2. Se o sexo é pago, é uma relação profissional, não deveria existir envolvimento emocional;
3. Se namorar uma profissional é algo complicado, casar com ela é inviável;
4. Mesmo pagando (mais) para ter exclusividade, isso nunca acontecerá;
5. Mesmo casada ou namorando, uma profissional, provavelmente, nunca deixará de ser profissional, isso significa que ela sempre fará programas;
6. Ela mente sempre, faz parte da sua profissão "alimentar a ilusão" do cliente;
7. Se, de maneira inconsciente, o cliente deseja a morte, as drogas e o sexo pago representam mecanismos eficientes para realizar tal objetivo.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

NATUREZA

  • Em um artigo, citando os exemplos de "Calígula" e "Império dos Sentidos", disse que as pessoas perdem o foco na história (e nos outros aspectos) de um filme quando aparecem cenas de sexo. 
  • Com "De Olhos Bens Fechados" de Stanley Kubrick não foi diferente. 
  • Trata-se de uma obra-prima, que mostra dúvidas e alternativas dos adultos na atualidade. 
  • A festa - com máscaras e orgias - reflete a falta de perspe
    ctiva (em relação ao sentido da vida) de ricos e poderosos. 
  • Aqui pode ser lembrada a cena de outro filme, baseado no diário de uma das secretárias de Hitler, 
  • "A Queda", que mostra o cotidiano no "bunker" do tirano e que, no final, quando tudo parecia perdido, as mulheres seduziram os homens e todos fizeram sexo como se fosse o último momento da vida deles. 
  • Em suma, tanto num filme como no outro, o "retorno" ao sexo representaria um "retorno" à natureza - a morte faz parte dela - e, ao mesmo tempo, demonstraria a obviedade da falta de sentido da existência.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

MÚSICOS E BELAS MULHERES

A indústria cultural, após as duas grandes guerras mundiais, tornou-se algo fundamental para o capitalismo. Rádio, cinema, televisão, música... A mulher seria admirada como objeto de desejo e associada, na publicidade, com a venda de produtos. 
Após a invenção da pílula anticoncepcional nos anos 1950 e a partir da sua comercialização na década de 1960,  a mulher deixou de ser apenas um objeto e passou a ser sujeito, reivindicando, em movimentos, a igualdade de direitos com os homens.
A criação da Playboy em 1953, com a Marilyn Monroe na capa, representaria um marco na produção da mulher como objeto de desejo. Os filmes de Hollywood serviriam para reforçar o mito do que seria uma bela mulher. A construção dessa imagem mudaria ao longo das décadas seguintes.
Como sabemos, a Geração Beat e a invenção do rock n' roll seriam fundamentais para os movimentos de libertação que aconteceriam nos 1960. 
"Sexo, Drogas & Rock & Roll" seria a síntese de um período histórico, com o movimento hippie e o sucesso de bandas inglesas como os Beatles e os Rolling Stones
Nessa época, os músicos de rock namoravam com as modelos - que não eram famosas e nem milionárias com as supermodelos da década de 1980 - e com as admiradoras que os seguiam por todos os lugares. Essas admiradores seriam rotuladas de "groupies".
As modelos se consideravam diferentes das "groupies". A famosa modelo nos anos 1970, Jerry Hall, que foi noiva de Brian Ferry e depois casou com Mick Jagger, uma vez disse: "eu sou um pouco 'groupie'." Como negar?
O fato é que as estrelas do rock casavam, namoravam ou ficavam, algumas vezes, ao mesmo tempo, com essas mulheres. Jimmy Page teve um caso com Krissy Wood, esposa do guitarrista dos Rolling Stones, sem que isso abalasse a amizade dos dois. No período, Ron Wood ficou com a amante de Page, Bebe Buell, que, em seguida, ficaria grávida de Steven Tyler. 
Anita Pallenberg se envolveu, em épocas diferentes, com Brian Jones, Mick Jagger e Keith Richards dos Stones. Cyrinda Foxe, que seria esposa de Steven Tyler, antes teve casos ou namorou com David Johnasen, Iggy Pop e mesmo Joe Perry. Jimmy Page casaria com Charlotte Martin, que havia ficado com Eric Clapton e George Harrison.
Pamela Des Barres nunca se apresentou como modelo. Era "groupie" e pronto. Fazia parte de uma turma chamada GTOs. Eram garotas fanáticas por música e pelos músicos. Ela teve casos com Robert Plant, Jimmy Page, Mick Jagger, Keith Moon, Jim Morrison, entre outros. Posteriormente, ela escreveu livros sobre as experiências como 'groupie".
Em resumo, os "rockstars" gostavam de belas mulheres. Muitos diziam que aprenderam a tocar guitarra e formaram bandas para poder ficar com as garotas. Mito ou realidade, o fato é que muitos músicos tornaram-se famosos e milionários e realizaram os sonhos dos fãs  - como objetos ou sujeitos, pouca importava - participando da vida de lindas garotas, podendo ser, claro, famosas modelos ou "groupies".