quinta-feira, 9 de junho de 2016

Máscaras e Bens Materiais

Steve Jobs vestia camiseta preta, jeans e calçava tênis. “Keep it simple.” Era milionário, mas esse não era o ponto. Ele revolucionou a maneira das pessoas se comunicarem. Foi derrotado, como acontece com qualquer um, pela morte.
Para muitos, existem valores mais importantes do que o acúmulo de bens materiais. Sêneca (Sobre a Tranquilidade da Alma, p. 61):
“Seja como for, a alma deve recolher-se em si mesma, deixando todas as coisas externas, que ela confie em si, alegre consigo, estime o que é seu, se aparte o quanto pode do que é alheio, e se dedique a si mesma; que ela não se ressinta das perdas materiais e interprete com benevolência até mesmo as coisas adversas.”
Contudo, nem sempre algumas pessoas conseguem lidar com as perdas materiais. Assim, mesmo quando “as coisas adversas” chegam, elas insistem em aparecer na esfera pública como se nada tivesse mudado. No capitalismo, aliás, isso é muito comum. Para muitos, ostentar, parecer rico, seria mais do que um estilo de vida, seria “uma razão” que faria tudo ter sentido.
O perigo deste tipo de simulação pode ser associado a expressão de “construir castelos no ar”. Representar o tempo todo corre o risco de “se esquecer” quem seria a pessoa de fato. Viver na fantasia, mais do que tentar enganar os outros, representa uma forma de enganar a si mesmo.
Em suma, quando a máscara cai, o que sobra?
© profelipe