quinta-feira, 31 de outubro de 2013

OTIMISMO

Algumas pessoas têm medo de pensar. Outras acreditam que ler só ajuda a inventar problemas. Filosofia, Política, História, Sociologia, nesta perspectiva, não seriam úteis.
Trata-se de uma postura (preconceituosa e) equivocada. Toda forma de conhecimento serve para ajudar o ser humano no seu cotidiano. A teoria só faz sentido em função da prática:
“A filosofia existe para que as pessoas possam viver melhor.  Sofrer menos. Lidar mais serenamente com as adversidades.” (Essa e as outras citações foram retiradas da Época, 22-01-2007, p. 67-73)
Nesta revista, são utilizadas ideias e citações de vários filósofos da Grécia Antiga no sentido de “serenar a tempestade da alma” (Montaigne) Em outras palavras, qualquer um sente dificuldade em controlar a própria mente, sobretudo naquele momento, que após um longo dia de atividades exercidas, o indivíduo pretende dormir e ter um sono tranquilo. A insônia aparece tanto com questões do dia como também com experiências passadas e preocupações quanto ao futuro.
Os filósofos apresentam algumas sugestões. Demócrito: “Ocupe-se de pouco para ser feliz.” Privilegie o equilíbrio, a calma, a serenidade, a linguagem simples, o silêncio, o riso e a paciência. “O futuro é fonte de desassossego”, portanto, seria necessário viver o “aqui e agora”. Para Sêneca, seria “preciso livrar-se da agitação desregrada, à qual se entrega a maioria dos homens.”
 Algumas coisas acontecem independentemente da vontade do indivíduo.  Epiteto, assim, afirmava:
“Não se deve pedir que os acontecimentos ocorram como você quer, mas deve-se querê-los como ocorrem: assim sua vida será feliz.”
Sentimentos negativos devem ser evitados. “O homem sábio nunca tem maldade e sempre esquece as injustiças de que é vítima.” (Aristóteles) A maioria vê como problemáticas negativas a morte e o envelhecimento. Fugir de pensar (nestas temáticas) seria um erro. Montaigne: “O remédio do homem vulgar consiste em não pensar na morte. (...) Isso é uma demonstração de cegueira e estupidez.”
No que diz respeito ao envelhecimento, a leitura e a reflexão sobre o passado podem ser aliadas. De acordo com Cícero, “a memória declina se não a cultivamos ou se carecemos de vivacidade de espírito.”
Em resumo, as sugestões do que seria razoável na velhice, na prática, servem para qualquer idade: cultivar a memória, ser “intelectualmente ativo” e não abandonar as atividades físicas. Se não trocar o passado ou o futuro pelo presente, o dia-a -dia, certamente a vida pode ser mais tranquila e prazerosa.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

CRISE E CAUSA

Quando uma pessoa entra em crise, muitas vezes, ela procura um culpado. Nem sempre funciona. A grande pergunta neste momento deve ser: qual foi a causa? Alguns não gostam de pensar o próprio passado... mas existe outra alternativa? A origem do mal-estar do presente está no passado, algumas vezes, até na infância.

Experiências desagradáveis produzem recalques, que geram resistências internas em admiti-los. Eles são, assim, retirados da consciência, do lado racional, e escondidos no inconsciente. Certamente não seria possível acreditar que eles simplesmente desapareceriam. Viveu algo... Ficou gravado em sua mente.

A alienação começa quando a pessoa tenta fugir do passado desagradável. Não dá. Aqueles traumas escondidos voltam a perturbar no presente: primeiro, com processos como insônia, falta de apetite, desinteresse sexual e marcas no corpo; depois, pode ficar sério pois os riscos são: ataque cardíaco, AVC, loucura ou suicídio.

Para evitar tais situações, é necessário admitir a crise. É importante parar de se enganar e identificar a origem dela. Problematizar pode não trazer uma resposta imediata, mas saber a causa do problema representa um avanço na história do indivíduo. Ele começa a ficar mais a vontade com o seu passado e isso melhora o presente, o seu cotidiano.

Os pesadelos não param. Quem se importa? O fundamental é dormir e, claro, saber o significado dos sonhos. A pessoa, afinal, passa um terço da vida dormindo e não seria razoável desprezar as mensagens que são emitidas do sono, mesmo que, aparentemente, elas pareçam bizarras e sem sentido.