sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

JACKY CHAMOUN: "SELFIE" E CHOQUE DE CULTURAS



Toda garota, em qualquer parte do planeta, gosta de ser admirada pela sua beleza. Aqui no Brasil, por exemplo, existe até orgulho quando falam que “as mulheres brasileiras são as mais bonitas do mundo”. A maioria, aqui, não se importa se as modelos brasileiras (ou atletas) aparecem nuas na mídia internacional.

Isso, porém, não acontece em todo país. De fato, existe um “choque de culturas”, para dizer o mínimo, entre as visões de mundo do Ocidente e do Oriente. Neste sentido, foi interessante, com o noticiário sobre as olimpíadas de inverno, a polêmica envolvendo uma esquiadora:
“Jacky Chamoun criou desconforto com seu país ao fazer topless na neve, no Líbano.”*

A diferença de culturas, citada inicialmente, aparece no texto do Lancenet:
“O Líbano é um dos países menos conservadores do Oriente Médio, mas, ainda assim, o Ministério da Juventude e do Esporte do país, por meio de seu ministro Faycal Karamé, solicitou que o Comitê Olímpico do Líbano investigue o caso como forma de ‘proteção à reputação do país.’”*

Por um lado, a reação da garota foi esclarecer que a sua atitude não representaria necessariamente o seu país:

“(...) a esquiadora divulgou comunicado pedindo desculpas pelo ocorrido e dizendo que as imagens feitas não refletem a cultura do país.”*
Antes, ela havia dado entrevistas falando abertamente a sua opinião, ou seja, que não se arrependia, tinha gostado das fotos e que sabia que, ao digitar o nome dela na internet, ela estaria associada também a esse material:
“Foi positivo para mim. Eu não me arrependo de nada. Quando iniciei meu trabalho, por exemplo, as pessoas procuram por mim na internet e as vezes encontram essas fotos diretamente, então você pensa que pode não ser a melhor coisa, a melhor imagem que você pode oferecer para alguém, mas eu não me importo. Eu gostei e não me arrependo, gosto das fotos e não tenho problemas com isso.”*

Existem realmente muitas fotos e vídeos de Jacky Chamoun na internet, seja como atleta, seja como modelo, seja, como qualquer garota, naquele estilo “selfie” (que a pessoa tira foto dela mesma – aliás, até o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já participou deste tipo de brincadeira).

Houve “muito barulho por nada”? Talvez. Mas, por outro lado, não há como negar que por trás de tudo isso existe o fato de que, em eventos internacionais, quando pessoas de diferentes países se encontram, aparecem as culturas e (quase) todos aprendem com todos e ainda problematizam as próprias visões de mundo, percebendo que algumas coisas que seriam consideradas equivocadas em seus locais de origem, poderiam, aos olhos dos outros, de outros lugares, seriam percebidas como naturais e corretas.



(*) Leia mais no LANCENET!
http://www.lancenet.com.br/minuto/Jacky_Chamoun-Libano-Topless-Jogos_Sochi-2014_0_1083491663.html#ixzz2tETUSXLr
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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

AS MULHERES, OS HOMENS E O PODER



As mulheres mentem melhor que os homens. Pode ser lenda. De qualquer maneira, uma personagem, no filme “Closer” (“Mais Perto”), diz algo como “mentir é a coisa mais divertida para garota sem ela ter que tirar as roupas.”

Um jogo de poder normalmente precisa do uso da lógica e de, entre outras coisas, mentir, enganar, seduzir e dissimular. Certamente o fascínio pelo poder não é exclusivo das mulheres. Ao contrário, basta olhar na direção das esferas oficias do poder, as mulheres quase não aparecem, como se o poder público fosse uma arena para homens.

Houve inversão quanto ao pressuposto inicial. Os homens, então, mentiriam melhor que as mulheres? Essas são, de um ponto de vista geral, problemáticas desnecessárias.

O que interessa é que retirando a violência como técnica de definir um vencedor, foi preciso, no mundo civilizado, inventar outra estratégia de luta: aqui aparece a política (no sentido amplo e não somente do ponto de vista dos partidos políticos).

As relações, entre civilizados, são políticas, tratam do discurso e da ação (Hannah Arendt).

No discurso explicitamente baseado na filosofia de Michel Foucault, o poder deixa de ser algo exclusivo do espaço público na medida em que ele faria parte de todas as relações. Não seria somente uma luta pelo Estado.

Assim, as mulheres retornariam ao jogo político com seus disfarces (como maquiagem e cirurgias), suas estratégias discursivas e seus silêncios. Alguns diriam que, na esfera privada (entre quatro paredes), elas “massacrariam” os homens, tornando-os, por causa da libido, meros fantoches no sentido da realização dos seus desejos.

"Lying is the most fun a girl can have without taking her clothes off, but it's better if you do."

Talvez seja verdade...