quarta-feira, 17 de abril de 2013

VIRGINDADE

Ninguém se importa, atualmente, com o tabu da virgindade. Muitas garotas acreditam que isso seria só um "detalhe técnico".

Muitos homens se recusam a ser "o primeiro". Tal atitude não ocorre por acaso:

"Podemos dizer então (...) que o defloramento não tem apenas a única e civilizada consequência de amarrar a mulher permanentemente ao homem: desencadeia, também, a reação arcaica de hostilidade para com ele, que pode assumir formas patológicas." (Freud, O Tabu da Virgindade, p, 112)

Claro que "amarrar a mulher ao homem" pode parecer um exagero. Agora "a reação arcaica de hostilidade" ainda é bastante atual. O homem que já fez amor com uma ou várias virgens compreende essa observação.

A vingança feminina assume as mais diferentes e terríveis formas, ou nas palavras de Freud, "pode assumir formas patológicas." Em suma, o homem se depara com um lado que ele desconhecia na mulher: a vingança. O choque é tremendo. O arrependimento não resolve. Ele carregará em si algo como um medo de que a qualquer momento aquela mulher aparecerá do nada e arruinará a sua vida. Exagero?

"O tabu da virgindade, que nos parece tão estranho, o horror com que, entre os povos primitivos, o marido evita o ato de defloramento, são plenamente justificados por essa reação hostil." (Freud, p. 112)

Sem tratar da virgindade e sim da vingança, bastaria assistir ao filme "Atração Fatal" e, caso o homem não tenha tendências suicidas e afinidade com autodestruição, seria necessário torcer para que a ex-virgem encontre "o amor da vida dela" e o esqueça completamente.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

CANTADAS


Alan Harper ficou indignado quando soube que o seu irmão olhava o decote da sua ex-esposa. A resposta que ele ouviu de Charlie Harper foi: "hey, eu sou homem."


Charlie estava certo. Trata-se de uma questão de instinto. O homem ao tornar-se civilizado tenta controlar o seu lado "animal", mas nem sempre consegue. É a natureza, diriam alguns.

Uma vez, uma amiga para implicar com minha namorada na época disse: "ih, eu já fui cantada pelo profelipe várias vezes."


Era verdade. Entretanto, não era algo especial na medida em que eu cantava praticamente quase todas as minhas amigas e as mulheres que conhecia.

O estranho seria uma garota sair comigo e não ouvir, com todo respeito, claro, uma indireta. As cantadas, em sua maioria, obviamente, nunca davam certo. Eu sabia. E insistia. Por quê? Instinto ou o velha frase do Charlie: "hey, eu sou homem."


Tudo isso não significa que eu seja uma maníaco sexual. Ao contrário, quem me conhece sabe que eu sou extremamente cavalheiro (isso leva algumas garotas a acharem o oposto da imagem anterior, ou seja, imaginam que eu seria gay).


Lidar com as relações humanas não é fácil. Seduzir uma mulher e compreender todos os sinais femininos é algo tão complicado como defender um tese acadêmica.


E então, o que fazer? O casamento poderia ser uma solução, pois o homem ficaria livre de ter que seduzir as outras mulheres e a sua esposa, bem, já seria "a" sua mulher.


Outra alternativa seria a prostituição. Não precisa seduzir. É algo objetivo, prático, como requer as relações capitalistas.


Entretanto, talvez pelo velho "instinto", essas alternativas não se apresentam atraentes ao homem. Ele precisa de desafio. Precisa conquistar. Caçar. Depois de dominada a "presa", o jogo perderia a graça e ele partiria para outra conquista. Costumavam chamar isso de machismo.


Voltando ao meu caso - que é o que realmente me interessa e por isso estou escrevendo sobre o tema -, já fui casado, já me envolvi com, digamos, relações de produção no campo sexual e, como disse no início, tento seduzir toda mulher com mais de 18 anos.  


Os hipócritas poderiam falar que o meu caso deveria ter que ser tratado naquelas clínicas de viciados em sexo. Bobagem. 


Digo hipócritas, aliás, porque os homens, com medo das mulheres, escondem que são casados ou que fazem sexo com prostitutas ou que cantam todas as mulheres que aparecem na sua frente.


Existiria alguma solução? Talvez, se eu não fosse um ser humano. No entanto, como todo animal, tenho instintos e o meu esforço civilizatório nem sempre consegue controlá-los. Ainda bem.