quinta-feira, 30 de junho de 2011

PRECISA MUDAR?

Quer mudar? Por quê? Primeiro, deve admitir que existe algo errado. Ninguém muda se está tudo bem. Em segundo lugar, deve encontrar o erro, aquilo que incomoda. Na maioria dos casos, trata-se da ponto do iceberg, aquilo que é o óbvio. A partir daí, um terceiro passo seria descobrir o que estaria oculto. Existe algo como uma pedra no sapato. As pessoas não percebem. Aparentemente, tudo está normal, mas o indivíduo que calça o sapato sabe que não é bem assim. Descobrir o sentido do incômodo significa mexer com o passado. Afinal, como o indivíduo chegou até ali sem perceber "a pedra no sapato"?
Aqui está o principal obstáculo: a maioria tem medo do próprio passado. Esquecer tem sido a solução (ver "Psicopatologia da Vida Cotidiana" de Freud). Na verdade, esquecer, fingir, omitir, dissimular e mentir (para si mesmo ou para os outros) só agrava a situação. Romper com o velho hábito é um problema. Mas se o incômodo já é sentido, não há outro caminho: é necessário analisar por que a pessoa, por exemplo, não tem apetite, não consegue dormir ou não tem uma vida sexual saudável. Alguns fazem vários exames e nada. A razão é simples: a crise emocional não é identificada em exames.
Sim, há um crise e ela é invisível. Admitir é um começo. Não reconhecer o fato é agravá-lo, ou seja, o resultado pode ser um ataque do coração ou um derrame cerebral. Com o passar dos anos, o aumento das frustrações e das cobranças pode levar a pessoa a tal resultado. Muitos estão, sem perceber, a beira do abismo. O corpo dá sinais - insônia, etc -, mas o indivíduo recusa vê-los. O preço da alienação pode ser alto demais. Pense. A escolha é sua.  

domingo, 26 de junho de 2011

SONHOS

Alguns neurocientistas dizem que os sonhos funcionam como um organizador do cérebro. Eu costumava dizer para a minha psicoterapeuta que acabava que os sonhos seriam como um mapeamento do cotidiano (com raízes no passado).
Na verdade, os sonhos representam a arena de conflito entre os saberes consciente e inconsciente. Em suma, os sonhos oferecem dicas. Elas podem ser certas ou erradas. Podem ser aceitas ou não pelo indivíduo. Mas são instrumentos que ajudam a melhorar a vida. Para isso, claro, é necessário lembrar do conteúdo dos sonhos.
O ser humano passa um terço da vida dormindo. Como desprezar esse tempo? Como não "viver" esse tempo? Para muitos, a vida parece ser mais perigosa nos sonhos, na medida em que não existe a censura do superego. Bobagem. Se o sonho representa o reino da liberdade, deve mais é ser aproveitado e entendido em sua própria dimensão, afinal, sonho não é realidade.
É razoável gastar o tempo com o sonho e a realidade. Vale lembrar uma citação de Freud:
  "A 'precondição essencial' do sono é facilmente reconhecida na criança. As crianças dormem enquanto não são atormentadas por nenhuma necessidade [física] ou estímulo externo (pela fome ou pela sensação de frio causada pela urina). Elas adormecem depois de serem satisfeitas (no seio). Os adultos também adormecem com facilidade 'post coenam e coitum' [depois da refeição e da cópula]."  (FREUD, Processos Primários - o Sono e os Sonhos)
Sono e realidade são processos essenciais ao desenvolvimento do ser humano. O problemático é a fantasia. Trocar a fantasia pela realidade é complicado. É uma escolha arriscada, que normalmente termina em arrependimento de não ter feito algo "naquele tempo". Em outras palavras, a alienação nunca é a resposta. Cedo ou tarde, o castelo de cartas desaba.

sábado, 25 de junho de 2011

HOMENS ABANDONADOS


As mulheres não precisam dos homens. Em alguns momentos, talvez. Mas o fato é que nós, homens, somos acessórios. Felizmente, algumas demoram a perceber isso, principalmente as casadas. No entanto, chega uma hora que desaba...
Já comentei que os meus amigos da adolescência, agora 50tões, estão sendo abandonados pelas esposas. Não é um caso ou outro. É a maioria !
Todos ficam perdidos com a nova situação de "solteiro". É irônico, pois antes culpavam o casamento pela própria infelicidade. Agora, livres, não sabem o que fazer. Muitos recusam a humilhação de tentar reatar o casamento. Estão certos. Seria uma humilhação desnecessária.
Poucos 50tões admitem a crise. Evitam falar no assunto. E bebem. Bebem muito. É uma forma razoável de esquecer. É temporária. Existe a ressaca. Mas para quem recusa a auto-crítica, é uma alternativa interessante.
Faz um certo tempo (anos, na verdade) que sou divorciado. Passei por essa crise, que não representa grande coisa diante das OUTRAS crises que virão. Sim, depois do cinqüenta, a tendência é piorar... Começa pelo corpo e todo o resto acompanha a decadência em direção a morte. Dramático? Nada. É o processo da vida. Afinal, viagra, botox e cirurgias plásticas não resolvem as emoções que precisamos para lidar com a última fase da existência. 

TRAGÉDIAS COLETIVAS E INDIVIDUAIS


Após a "tsumani", houve um aumento no número de casamentos. Parece que após uma tragédia nacional, as pessoas se dão conta da limitação da vida e procuram realizar os projetos que antes adiavam.
Em outras palavras, a vida é imprevisível e de uma hora para outra o indivíduo deixa de existir.
O tempo foi um invenção do homem, como forma de estabelecer um planejamento para a sua vida. A duração do ano e dos dias foi criada a partir do olhar do homem para o céu, ou seja, percebendo os movimentos do planeta sobre si mesmo e diante do sol, olhando a localização das estrelas, ele construiu os calendários, conseguindo prever as épocas de frio e calor. Tentou ir além, e prever os acontecimentos da vida no planeta, mas falhou.
Com o conhecimento e a tecnologia existentes em 2011, as catástrofes da natureza ainda surpreendem o homem, resultando em milhares de mortos.
O homem, diante da fragilidade da vida e da insignificância do ser humano, procura fazer algo que lembre que ele tem algum poder sobre o próprio destino. É um ato de desespero.
As tragédias coletivas, produzidas pela natureza ou pelo homem, como as guerras - têm o poder de lembrar que viver significa nascer para morrer. O que indivíduo tenta esquecer - a possibilidade do fim, da morte -aparece em todos os noticiários. Não há como fugir.
Antecipar decisões importantes - como o casamento - aparece como uma maneira de "antecipar a vida". Como o fim é uma certeza, trata-se de viver o máximo possível antes da chegada da morte - é ela que aparece nos noticiários, é ela que lembra o homem de sua temporalidade.
Na crise da meia idade, muitos que viveram os excessos dos "prazeres carnais", tornam-se pessoas religiosas. Lembrar da existência da morte (por causa da idade ou das tragédias naturais e sociais) leva o indivíduo a atitudes inesperadas. A crença em fantasias como verdades absolutas está associada a busca de algo que não existe: uma segurança de que tudo dará certo.
É isso. Não existe "a" resposta. O futuro é uma invenção. As tragédias, coletivas ou individuais, pelo menos obrigam as pessoas a refletir sobre a existência. Não chegarão a lugar algum, mas refletir sobre si mesmo já é alguma coisa.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

POR QUE UMA PESSOA TORNA-SE AMANTE?


A resposta depende do sexo. Para o homem, é cômodo, não é visto como algo negativo - basta ver o exemplo do personagem Charlie Harper. A mulher, normalmente, é enganada no início, não imagina que o novo namorado já tenha compromisso sério. Não há como negar, entretanto, que a principal vítima, nos dois casos, é o (a) parceiro (a) oficial.
Os amantes possuem expectativas diferentes. Enquanto o homem quer diversão, a mulher quer deixar a condição de amante o mais rápido possível. Ela é iludida com presentes e com a "clássica promessa" de que ele está com a esposa só por causa dos filhos.
Os homem não deseja "oficializar" a relação. Desconfia que, como diz uma antiga música, "se ela faz com ele, vai fazer comigo, e vai fazer exatamente igual, e eu não quero ser manchete de jornal"...
Tradicionalmente, é aceito que o homem tenha amantes. No livro Kama Sutra, por exemplo, existe um capítulo dedicado exclusivamente ao assunto.
Os hábitos mudaram, mas a visão machista ainda existe e é defendida tanto por parte dos homens como das mulheres. O homem enganado é ridicularizado e o enganador é percebido como esperto. As mulheres querem homens "fortes" e não vítimas. É comum ver a argumentação de que "não deu assistência, perdeu espaço para a concorrência". Tudo isso, porém, são mitos criados para justificar os atos daqueles que traem.
A atitude de ser amante não é aceita como "natural" na sociedade. Parece que, no final, o (a) amante seria tão enganado (a) como o (a) companheiro (a) oficial.
 Em suma, os motivos dos três envolvidos - o casal e o amante - podem ser diferentes, mas o fato é que, na maioria dos casos, trata-se de um jogo baseado na mentira e na omissão

quarta-feira, 22 de junho de 2011

SER REJEITADO

Paquerar é lidar com a possibilidade de ser rejeitado. Todo mundo passa a imagem de que a conquista seria um processo fácil, mas não é... De fato, paquerar e ser rejeitado são quase sinônimos. Existe uma lenda que afirma que em dez tentativas, o indivíduo acertaria uma. Isso para os otimistas, claro.
As mulheres são educadas para dizer "não". Rejeitar mais do que um jogo, parece ser um teste de sobrevivência para elas. São especialistas. Algumas mais, outras menos.
São várias as técnicas utilizadas. A primeira - e mais importante - é o olhar. A maneira que ela olha o rapaz pode levá-lo a desistir na hora. Em casos extremos, ele pode abandonar, desiludido, a festa imediatamente.
Outra tática deixar o homem falando sozinho ou, no caso das educadas, pedir licença e desaparecer no meio da multidão. É comum, no meio da conversa, ela ficar olhando o relógio ou bocejar. A amiga é uma aliada neste momento, pois aparece do nada e diz que alguém quer falar com ela. Isso pode ser feito com o celular.
Ser rejeitado é ser humilhado. Não dá para negar. A sensação é péssima. O sentimento de fracasso é claro. Talvez por isso, antes de começar as investidas, muitas rapazes bebem (muito). Dizem que é para "dar coragem". Sim, pois parece que vão para um batalha e a chance de derrota é considerável.
Alguns preferem enfrentar uma briga do que uma rejeição. Aliás, uma coisa pode levar a outra. É comum depois de várias rejeições e "não pegar nada na noite", os indivíduos passem a mexer com as namoradas dos outros, visando não a conquista, mas a briga. Querem desabafar. Querem aliviar aquela sensação de derrota. Se não podem provar a masculinidade na conquista, a conquistarão na luta com o outro. Patético.
Os mais novos são mais ousados na paquera. São ingênuos. Pela idade, foram rejeitados poucas vezes (se comparados com os mais velhos). Acreditam que o carro, o anabolizante, a camiseta pólo e o cabelo da moda garantirão a conquista. Além do mais, eles são "jovens" e entre eles e os "velhos", naturalmente elas ficariam com eles. Por isso, quando perdem para um "velho" dizem logo que aquele senhor ficou com a garota pois tem dinheiro - se recusam a admitir a derrota e a possibilidade de que, para a garota, uma pessoa culta e educada pode ser mais interessante do que um menino inexperiente e convencido.
Os mais velhos não investem diretamente na paquera. Não querem se expor. Reconhecem que não é fácil concorrer, neste nível (que a aparência é fundamental), com os mais jovens. Por tudo isso, tendem a ser discretos. Existem exceções, aqueles que acreditam que ainda têm 20 anos ou que usando correntes de ouro e dando sinais de riqueza garantiram a sedução das mulheres mais jovens. Pode funcionar. Mas no geral, essas exceções tornam-se motivo de piada na vida noturna.
Em suma, paquerar faz parte do jogo do conquista. O difícil é entender os sinais deste jogo, quando as palavras têm sentido ambíguo - um "não" pode ser "talvez" ou "sim" ou realmente "não" - e os olhares, os toques e os gestos dizem muito sem a pessoa deixar explícito o que realmente deseja. É um jogo de paciência, de acerto e erro. É um jogo dissimulado. É, sobretudo, um jogo de poder. Assim, ser rejeitado representa o outro lado do poder, é sinônimo de derrota, de dor e de humilhação. Faz parte do jogo, mas não é agradável.    

AMOR & MORTE

Até a década de 1970, no Brasil, um marido tentava usar o "amor" para justificar o assassinato da esposa. Em muitos casos, o que ocorria era excesso de ciúmes. Predominava ainda uma mentalidade machista.
Em 2011, em relação aos crimes passionais, 10 mulheres são assassinadas por dia no país, sendo 25% por motivos banais, ou seja, "os crimes não foram planejados." (Bom Dia Brasil, 22/06/2011).
O que acontece? Primeiro, aquela mentalidade machista não acabou. Novos direitos e as delegacias das mulheres não conseguem deter a fúria de namorados e maridos rejeitados. Segundo, as mulheres, sobretudo as mais jovens, trabalham e participam mais da vida noturna. Isso possibilita o contato com outros indivíduos, o que pode levá-las a questionar os seus relacionamentos. É comum, por exemplo, a oposição de maridos quanto às iniciativas das esposas no que diz respeito à realização de um curso superior. Trata-se simplesmente do "medo da concorrência".
O problema, basicamente, seria: como prever tal situação? Como saber que um pretendente é um assassino em potencial? É raro, mas os homens podem ser vítimas também (o filme "Atração Fatal" mostrou os riscos).
O indivíduo revela traços da sua personalidade através de sinais, como irritação exagerada e mesmo gritos simplesmente porque a outra pessoa não concordou com o seu ponto de pista em relação a um tema corriqueiro, como futebol, por exemplo. A questão é que, na paquera, todos tendem a esconder os defeitos e a não querer perceber os riscos que podem representar o futuro relacionamento. A conseqüência é que, depois de meses de namoro, pode chegar uma hora que o término da relação seja algo problemático.
Por que adiar a decisão? Por que não recusar antes o que será um desgaste no futuro? O motivo está em priorizar o presente, ou seja, muitos estão dispostos a quase tudo para não permanecerem sozinhos. O medo da solidão faz com que a pessoa acredite que poderá mudar o outro. Ela se recusa a ver os defeitos do outro. Se for alertada por um amigo, é mais fácil ele perder a amizade desde que ela continue o relacionamento.
Portanto, cada um é responsável pelo que escolhe. Existem vários fatores que devem ser considerados - sedução, mentira, manipulação, entre outros -, mas, no final, quem decide é a pessoa e será ela que viverá as conseqüências, algumas vezes desastrosas, desta escolha. Nesta perspectiva, a vítima pode não deixar de ser vítima, mas coube a ela alguma responsabilidade por ter entrado naquela situação.

COMO CONTROLAR O DESEJO?

O que leva um indivíduo a fazer algo?
1. Necessidade: a sobrevivência, conseguir alimentação e  moradia, por exemplo.
2. Motivação: a criação de uma fantasia, algo como adquirir um carro novo representaria maior sucesso com as mulheres.
3. Medo: o exemplo óbvio é o medo da morte, o que leva a pessoa a deixar de fumar, fazer exercícios físicos e ter uma alimentação saudável.
Fazer algo é uma ação. Isso, num ambiente social, leva a uma reação. Viver em sociedade é incomodar o outro. Se a pessoa está feliz, incomoda. Se está deprimida, incomoda. Quem? Familiares, amigos, colegas de trabalho e assim por diante. Quem é incomodado reage. O resultado é o conflito. Disto, criamos os fatos, que podem ser bons para uns e ruins para outros.
Tudo isso ocorre num contexto "externo".
Internamente, cada pessoa enfrenta os seus próprios conflitos. Para ser breve, citando Freud, trata-se do id, ego e superego. Os conflitos que ocorrem no presente são influenciados pelos acontecimentos do passado, sobretudo da infância (Freud). Outras teorias afirmam que esses acontecimentos viriam de mais longe, de vidas passadas. Em suma, tudo ficaria na memória do indivíduo, mesmo que de forma inconsciente, e afetaria sempre as suas ações. Além disto, a pessoa nasce com uma carga genética, que gera nela uma predisposição, por exemplo, para doenças. Essa predisposição influencia os seus atos.
Este conjunto de características ocorre em um indivíduo. Ele é o resumo desta complexidade. Na medida em que ele entra em contato com o outro, na verdade, ele enfrenta outro conjunto de características complexas e contraditórias. Disto, resulta, como afirmado anteriormente, os fatos. Não há como prever as conseqüências dos contatos sociais.
Alguns acreditam que podem controlar os outros e os fatos. É uma ilusão, afinal, eles não conseguem controlar nem os seus desejos inconscientes e nem as suas contradições "internas".

MULHERES ALCOOLIZADAS

Teoricamente, os homens trabalham, produzem, gastam e movimentam a economia. O que eles querem? Simples: mulheres. Como lembra Zhirinovsky, "os homens procuram dinheiro para o prazer da mulher, para comprar presentes para ela. (...) Eles não precisam de dinheiro para eles mesmos. Eles precisam para comprar presentes caros." (Playboy, March 1995, p. 55 e 154)
Nesta perspectiva, são realizadas festas que só entram mulheres até a meia noite e elas não pagam pelas bebidas. A estratégia é óbvia. Depois deste horário, é liberada a entrada para os homens. Conheço rapazes que, nesta linha de raciocínio, chegam nas festas e boites depois das duas horas da manhã. Se o objetivo é conquistar uma mulher, se ela estiver alcoolizada e ele não, seria mais fácil.
Existem vários "webites" que elogiam as mulheres bêbadas - "everyboy loves a drunk girl", mas as garotas nas fotos parecem mais mulheres de strip-tease do que garotas normais, daquelas que estudam, trabalham e moram com a família. Será que elas se importam? É comum ver peças de roupas, no cotidiano delas, que antes só eram usadas entre quarto paredes ou em bordéis.
O fato que poderia ilustrar esta situação seria a constatação de que a garota de programa, atualmente, faz faculdade e mora em flats bem localizados.
Claro que existem diferenças entre os vários tipos de garotas que freqüentam os bares e as casas noturnas. Alcoolizadas, porém, aos olhos dos homens, todas ficam parecidas, o que levaria, inclusive, a atitudes grosseiras por parte deles - qual mulher nunca levou uma cantada de extremo mau gosto de um homem (bêbado ou sóbrio)?
Em suma, na noite, a idéia que passa seria que uma mulher alcoolizada seria um alvo fácil. Fragilizada, ela faria algo que se estivesse sóbria nem pensaria em tal possibilidade.
O que fica nisto tudo? Primeiro, deve ser pensado o que a pessoa provoca no outro - com as roupas ou a postura. Segundo, antes da famosa terceira dose, vale a pena refletir se compensaria fazer coisas que no dia seguinte deixaria qualquer indivíduo envergonhado.
Dicas são hipóteses. Na prática, costumamos esquecer as teorias e os conselhos, deixando tudo por conta dos instintos. A ressaca, assim, torna-se inevitável. 

terça-feira, 21 de junho de 2011

TRAIÇÃO

Parece que os jovens traem mais hoje do que antigamente. Mentem com mais facilidade. Não se preocupam com as consequências dos seus atos.
Tudo isso é resultado de uma geração de (muitos) pais divorciados e (muitas) mães solteiras, geração que foi criada num clima político sem  censura e, na área econômica, sem inflação. As conquistas do movimento feminista aparecem como coisas naturais aos olhos dos mais jovens. A flexibilidade na educação (tanto na escola como na família) contribuiu para a formação daqueles que agora estão com 20 e poucos anos.
Assim, trair a pessoa num namoro não é considerado grave. Para alguns, é um hábito. Fazem isso sempre e em todos relacionamentos. Tudo funciona até o indivíduo experimentar do próprio veneno, ou seja, quando ele realmente gosta de alguém e descobre que foi traído... Vem a sensação ruim de ter sido enganado pela pessoa amada... a dor no coração... a angústia... a solidão...
Em muitos casos, por causa do amor, quer perdoar a traição, mas tem medo que aconteça novamente. Fica claro que alguma coisa "quebrou" na relação e ela nunca mais será a mesma. Mas se está apaixonado, o que fazer? Não consegue mais viver sem a pessoa amada e não suporta olhar na cara dela e lembrar da traição. O dilema deve servir como um aprendizado, como uma autocrítica, afinal, o que ele fazia com todos, ocorreu com ele.
Entretanto, nem sempre as pessoas mudam após sofrer uma traição. Muitos desejam vingança, como se isso fosse resolver alguma coisa. Outros escolhem o cinismo. De qualquer maneira, a primeira traição (sim, virão outras) muda algo no indivíduo. A partir daquele momento, ele terá que fazer novas escolhas. A sensação de que era intocável não existe mais. Ele é apenas um ser humano e sofre como qualquer um. Pode ser que fique mias maduro no que diz respeito às relações amorosas. Ou não. Cada um faz o seu caminho. Mas é justo saber que ninguém é melhor que ninguém. Em resumo, estamos no mesmo barco.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

PERDAS E DANOS


Algumas pessoas acham que me conhecem, mas isso não é verdade. Criaram uma imagem e acreditam nela.
Outras pessoas acreditam que podem me controlar. A ingenuidade é algo interessante. Normalmente, elas são garotas que se envolveram comigo em vários tipos de relações (namoros, "ficantes" e amizades). No final, surpresas, muitas dizem: "eu não esperava isso de você"... como se eu fosse obrigado a corresponder a uma imagem (minha) que nem conhecia...
De fato, eu não sou o que os outros esperam e faço coisas que, na cabeça deles, não teriam a ver comigo. Como sabem? Na verdade, nem eu sei o que farei. Conheço bem o meu passado e antes de fazer algo, avalio os riscos e as conseqüências.
Isso não significa, porém, que eu não faça besteira. Faço. E muitas. Mas penso antes do fato. Depois que decidi fazer, a coisa acontece e, óbvio, fora do meu controle. Daí, muitos acreditam que apenas a sorte pode ajudar... ou um anjo da guarda... Brinco que se eu tiver um anjo da guarda, em alguns momentos, devo dar muito trabalho para ele.
Os maiores problemas que tive estiveram relacionados à paixão, aquele sentimento intenso que faz com que você pense 24 horas numa pessoa. No cinema, o personagem de Jeremy Irons em "Perdas e Danos" seria o que mais se aproximaria desta situação limite. Só quem viveu algo assim pode entender tal falta de controle, que aos olhos da maioria - ah, a maioria sem graça e bege como uma parede de hospital... - não seria uma coisa normal.
Uma banda antiga, Nazareth, tocava uma canção chamada "love kurts". É isso. Seria como, para citar outro grupo, Pink Floyd, "the final cut"

quarta-feira, 15 de junho de 2011

HANK E A CRISE DA MEIA IDADE

"Californication" é um termo criado pelo grupo Red Hot Chili Peppers. É também o nome de uma série, estrelada por David Duchovny - que, antes, trabalhou em "X-File". O seu personagem chama-se Hank e é um escritor em crise. Nada original... Trata-se de um modelo "clássico": não consegue escrever, fuma muito, bebe, tem casos com muitas garotas, é divorciado e tem uma filha adolescente. Todos os elementos juntos poderiam contribuir para uma boa história. 
Gosto do "piloto" da série. A cena inicial do sonho erótico numa igreja ao som dos Rolling Stones - "you can't get always what you wants" - é muito interessante e mostra as contradições que o personagem deve enfrentar. Quando ele acorda, outro conflito: um velho escritor tendo uma caso com uma garota bem mais nova, sendo capaz de levá-la ao orgasmo, coisa que o seu jovem marido não consegue. A cena "real" poderia estar na categoria dos sonhos do personagem, na medida em que é, na verdade, simplesmente uma fantasia da maioria dos homens mais velhos. 
Ter caso com mulher casada pode tornar-se um problema, mas existe algo pior para o homem: envolver-se sexualmente com uma garota com menos de 18 anos. É o que Hank faz em seguida. Para piorar, a menina é filha do noivo de sua esposa.
Aparece ainda o conflito de um livro que virou filme. Os títulos do livro - "God Hate Us All" (aqui existe outra associação ao rock n' roll, agora com a banda Slayer) - e do filme - "A Crazy Thing Called Love" (nome de uma música do Queen...) - mostram em si uma contradição entre "ódio" e "amor", o que seria confirmado por Hank.
Álcool, topless, cigarros, velho escritor em crise, barba mal feita, dirigindo uma carro conversível na Califórnia... Existem ainda referências ao rock, sem aparecer de maneira explícita no roteiro. Uma festa mostrada no primeiro episódio, regada à sexo - inclusive com cena de "menage à trois" - bebidas e drogas, é tratada como um universo freqüentado pela filha. Com o aviso da mãe, o pai - aqui fazendo um papel de "conservador" - a retira da festa, utilizando a "força" e não a "conversa". Parece existir um conflito com uma cena anterior, quando Hank aceita, ironicamente, o que poderia ser a homossexualidade da filha.
Todas problemáticas estão no primeiro episódio. Nada mal. Infelizmente, o ritmo, nos capítulos seguintes, não foi mantido. Em suma, é uma série que vale por seu "piloto". Ou seja, nem sempre boas idéias apresentam resultados satisfatórios. Acontece.   

terça-feira, 14 de junho de 2011

AS "COUGARS" E OS JOVENS


As "cougars" são senhoras divorciadas que gostam de ter relações sexuais com garotos de 20 anos. Antes isso era considerado um "privilégio" dos homens. Aliás, o eterno modelo masculino continua a ser Hugh Hefner, dono da Playboy.
Tanto as  "cougars" como os senhores da terceira idade visam usar os jovens como objetos sexuais. Para isso, evitam utilizar dinheiro, o que daria um caráter muito comercial à relação. Preferem dar presentes caros para os seus amantes.
Depois de um certo tempo, procuram novos "objetos", descartando os antigos como "produtos supérfluos". Não tratam os jovens como seres humanos. As "cougars" e seus similares envelhecem a cada ano, mas isso não acontece com o seu alvo que é sempre o mesmo: jovens com 20 e poucos anos.
A relação sexual mesmo neste nível acaba tendo algum envolvimento emocional. Aqui está o perigo. Apaixonar-se por uma pessoa 40 ou 50 anos mais nova significa perder o controle do jogo. É um risco.
Por parte dos jovens, existe a ilusão de que eles controlam a situação e sairão ricos dos envolvimentos amorosos. Criam hábitos caros. Freqüentam os melhores lugares. Tomam as melhores bebidas e começam a consumir drogas caras, como a cocaína. Quando são "descartados", são considerados velhos (mesmo antes dos 30 anos) e as marcas das drogas os tornam menos atraentes. Trata-se do início da decadência para eles. Os velhos e ricos, neste caso, simplesmente procuram novas "vítimas".
Dizem que as "cougars" desejam recuperar a juventude. Para isso, fazem inúmeras plásticas, utilizando recursos como silicone e botox. Com o envolvimento sexual, procuram ser desejadas novamente, já que os homens da mesma idade estão interessados em garotinhas.
Apesar da maioria perceber isso ainda como algo escandaloso, nada pode ser feito. Não existe envolvimento com menores de 18 anos (aí sim seria crime). Teoricamente, são dois adultos numa relação em igualdade de condições. A diferença de idade - seja de 40, 50 anos ou mais - seria apenas um detalhe, afinal, o que importa é "o amor".

INDEPENDÊNCIA E PODER DE SEDUÇÃO


Paquerar é, na maioria dos casos, ser rejeitado. Os homens raramente entendem os sinais das mulheres. Acreditam que basta vestir uma camiseta pólo, passar gel no cabelo, seguindo a moda de alguma dupla sertaneja, e falar o óbvio que a garota será sua. Trata-se de uma ilusão, claro.
De acordo com uma entrevista antiga do Keith Richards, os rapazes vão para as casas noturnas em busca de: garotas ou brigas. Na paquera, "atacam" quase todas que estão no lugar. O objetivo, neste caso, é conseguir uma parceira para um relação sexual no fim da noite. Isso quase nunca acontece. No máximo, conseguem beijos. Prometem "amor eterno", mas, na prática, não querem namoro. Querem "one night stand".
Por parte das mulheres, algumas possuem o chamado poder de sedução. Com charme e beleza, dominam os interessados e eles, quase como escravos, realizem o que elas mandam. Existe saída para "essa dependência"?
Irene Ravache, uma vez, deu uma dica interessante:
"Seria muito bom que as pessoas se masturbassem mais, sem o lado pecaminoso e sujo. Olha, quem inventou, inventou muito bem. O teu corpo, como fonte de prazer, é uma coisa incrível. Quando as pessoas começarem a sentir que não precisam da outra para sentir prazer, então, o relacionamento será mais fácil Sem dependência afetiva ou mesmo material, sem dependência do poder. Você terá ao seu lado alguém apenas para embelezar sua vida." (Playboy, abril 1983, p. 39)
O depoimento trata de maneira sincera um tabu: a masturbação. Sim, poucos admitem a prática e a maioria a condena, mas é uma hipocrisia geral. Ravache afirma que trata-se de algo natural e que pode, inclusive, melhorar a paquera e a escolha de uma companhia adequada para o namoro. Ela está certa.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

POR QUE AS PESSOAS SENTEM PENA DOS OUTROS ?

O psicopata possui uma tatuagem de uma dragão nas costas. A marca na boca está associada aos abusos sofridos na na infância. A identificação com o "dragão vermelho" é a fórmula encontrada por ele para tentar superar o trauma. Essa história encontra-se em "Red Dragon".

No filme, diante da reclamação de uma amiga cega - de que ela odiava quando as pessoas tinham pena dela -, ele afirma: "I have no pity". Ele não sente pena e isso, na história, não significaria que ele a mataria. Ocorre o contrário, ela a protege. Então, o que quer dizer "eu não tenho pena"? Ou melhor, por que as pessoas sentem pena dos outros?

Primeiro, focar no outro é não olhar para si. É ainda uma forma de criticar mas sem querer parecer ofensivo.

Segundo, o indivíduo, além de permanecer "bom", ainda se coloca como superior ao outro.

Terceiro, imaginar a gravidade do problema do outro (e ter pena) seria como que resolver a própria dor, ou seja, o sofrimento do outro representaria a resposta para os seus problemas, na medida em que a sua situação não seria tão grave.

Quarto, o verbo "imaginar" é o mais adequado neste tipo de situação, afinal, a pessoa imagina que o outro está mal e que ela está ótima. É uma imaginação baseada em aparências para melhorar a auto-estima !  

Quinto, sentir pena não significa resolver a situação do outro. 

Algumas pessoas "funcionam" mais ou menos como os cavalheiros do apocalipse: elas somente "ganham" vida quando o outro sofre. Em outras palavras, elas precisam das tragédias (dos outros) para mostrar (ou imaginar) o seu valor.

Sentir pena é humano. É impossível não se comover diante de algumas situações. A questão, porém, é usar esse sentimento como uma estratégia de fuga de si e/ou de controle do outro. Cindy Crawford, irritada com os olhares e as observações dos homens nas academias, afirmou: "I'm thinking, Hello? Have you looked in the mirror lately?" Sim, antes de sentir pena do outro, seria interessante dar uma olhada do espelho.

16 + 30

Você consegue imaginar o que estará fazendo daqui 30 anos? Quando eu era adolescente, numa conversa com um amigo, fizemos essa pergunta e imaginamos como seria o futuro de cada um da nossa turma. Acertamos? Claro que não. A última vez que vi esse amigo, ele estava casado e trabalhava no grupo Algar. Na época, eu também era casado e dava aulas em duas faculdades. Não o vi mais desde então.

E os outros? Sei de gente que morreu de AIDs, outros foram presos por causa de drogas e outro foi parar no presídio, depois dos 45 anos, por estelionato e formação de quadrilha. Teve gente que ganhou dinheiro. A maioria, contudo, trabalha muito, mesmo depois dos 50, para sustentar os filhos e/ou pagar pensões. 

Pelo menos um tornou-se alcoólatra. Teve gente que formou e nunca exerceu a profissão. Houve garotas que nunca casaram, mas tiveram filhos e moram com os pais. Houve aposentadorias por motivos de saúde (AVC, por exemplo).

Os machistas de outrora ficam desesperados, hoje, com as filhas lindas e loucas - e nem imaginam o que as meninas efetivamente fazem nas noites da cidade... 

Teve gente que tornou-se evangélico. Alguns fizeram exames de próstata e outros não (pelo menos falam). Houve quem namorava as meninas mais bonitas e depois assumiu a homossexualidade. Divórcio? Alguns. Crise da meia-idade? Todos (apesar de vários não associarem o "nome" a "coisa").

Enfim, para um grupo de adolescentes que viveu na década de 1970, os rumos assumidos não devem ter sido tão diferentes de outras pessoas que cresceram nas periferias dos municípios brasileiros daquele período.  

VOCÊ NÃO SENTE FALTA DO QUE NÃO VIVEU

Você já esteve apaixonado de verdade ? Apaixonado de um jeito que tudo perde o sentido... que a única coisa que você deseja é estar com a pessoa amada 24 horas por dia... tão obsessivo que nem o objeto de sua paixão suporta tanto... sentimento? 

No filme "Damage Done", o ator Jeremy Irons faz o papel de um ministro inglês, cuja característica essencial é a racionalidade. Ele acredita que pode controlar as coisas. Os ingleses são famosos por sua frieza, por não demonstrarem seus sentimentos. O ministro do filme é assim até o dia que fica apaixonado pela noiva de seu filho. Tem um caso com ela. Perde o controle. O filho suicida. A esposa o odeia. Ele perde tudo.

Muitas pessoas costumam dizer que isso só acontece em filme. Sério?! Será que elas realmente acreditam que podem controlar as emoções? Acreditar é "o" verbo. Cada um acredita no que quer. Na caso do conhecimento teológico, o nome disso é fé.

Acreditar não significa realidade. Desejar algo não significa viver/ter aquilo de verdade. Só acreditar é fantasiar. Viver na fantasia é alienação. 

E o amor? É subjetivo, diriam alguns. É invisível, portanto, não existe, diriam outros. Entretanto, como diz aquela velha música: "love hurts". Sim, você não vê, não entende... mas sente ! 

Isso te faz perder aquilo que você jurava que possuía: o controle. Isso te faz sair da terrível e chamada normal "zona de segurança". Você acha ruim? Não importa. Não faz diferença. A racionalidade perde o valor quando você está efetivamente apaixonado. Nunca passou por isso? Tem gente que achará que você é um indivíduo de sorte. Outros terão pena de você. E quanto à você mesmo ?! Pode ser dito que você não sente falta daquilo que não viveu.   

"SEXTAPE"

Em 2000, vi num supermercado, em Madri, o vídeo da Pamela Anderson com o então marido Tommy Lee. Estava junto com outros vídeos. O problema era que o conteúdo era particular: tratava-se da intimidade de um casal, num vídeo caseiro. Não se sabe como o vídeo foi parar na internet e, posteriormente, comercializado como um filme qualquer.

Quando surgiu o debate sobre o "bullying", o que era mais ressaltado era o tipo de gravação clandestina - normalmente comprometendo uma pessoa - que , em seguida, era disponibilizada na internet. Recentemente, aqui no Brasil, uma garota teve problemas quando gravou uma dança sensual para a câmera do celular de um amigo e depois ficou sabendo que todos, em sua pequena cidade, tiveram acesso às imagens.

Internet, câmeras digitais modernas em celulares e adolescentes: trata-se de algo que não havia antes e que pode trazer resultados ruins para os envolvidos, além de ficar, como diria aquele humorista, "eternizado na web".

Solução? Nenhuma. Afinal, envolve o instinto do ser humano e não existe lei que possa barrar esse tipo de desejo. O que pode ser feito é educar e tomar medidas de prevenção, mas não existe garantia de que alguém não cometerá uma atitude anti-ética ou mesmo ilegal.

As celebridades costumam ter mais problemas com este tipo de coisa, como foi o caso de Pamela Anderson. Na época, "caiu na rede" o primeiro "sextape" da Paris Hilton. Só de dizer "primeiro", questiona-se até que ponto o ato de deixar o vídeo ir para internet foi um ato involuntário. No referido vídeo, Paris Hilton aparece bem a vontade, posando para a câmera, mais preocupada com o vídeo do que com o parceiro. O rapaz parece um objeto. Tanto é verdade que, num momento, Hilton pára a relação para atender o seu celular.

De 2000 para cá, os "sextapes" das celebridades ficaram comuns. A novidade, atualmente, são as gravações de pessoas comuns, gravadas com ou sem autorização, que são disponibilizadas na internet.

ESTILO DE VIDA: "TWO AND A HALF MEN"

Uma das frases do personagem Charlie Harper é:

"None of my friends are women."

Ele sai sozinho para os bares e sempre volta com uma garota. Diz todas as mentiras possíveis, faz sexo com ela e na noite seguinte procura uma mulher diferente. É o que ele chama de "estilo de vida". O seu maior medo é o casamento, em segundo lugar vem uma relação estável, como um namoro, por exemplo.

Charlie Harper é o típico solteirão. Tem relações mal-resolvidas com a mãe e recusa discutir o assunto. Quando visita sua terapeuta, é para saber se é gay ou para tratar algum problema com o seu irmão. Para esquecer os traumas da infância, bebe muito e todo dia. Sair sempre com mulheres diferentes demonstra o medo que ele tem de ser dominado pelo sexo oposto. Mais uma vez a mãe é a referência nas escolhas da vida adulta.

A série não trata, mas, na realidade, quem tem este estilo também se envolve com drogas. Tanto é verdade, que o ator Charlie Sheen é um consumidor de cocaína e um fã do sexo com prostitutas. Quando questionado sobre sobre o último tema, afirmou: "pago por sexo porque tenho milhões de dólares para gastar." A vida imita a arte... ou, no caso dele, seria o contrário?

Não conheço um indivíduo que assistia a série e, em algum momento, não dizia que gostaria de ter aquele estilo de vida. Costuma ser lembrado só o lado positivo - mulheres, dinheiro, casa na praia, carrão, entre outras coisas - e omitido os vários problemas que o personagem enfrenta no seu tipo de vida. É normal. Provavelmente, cada um precise de um mito como referência. No caso de um homem solteiro, Charlie Harper aparece como um modelo a ser seguido.

A DOR DA SOLIDÃO

Existe um tipo de mal-estar que não pode ser resolvido com remédios nem com terapias. Muitas pessoas fazem vários exames e os médicos não identificam a causa. Teoricamente, está tudo bem com aquele indivíduo. No entanto, o incômodo permanece.

Alguns tentam fugir, inventam um obsessão qualquer e acreditam que, assim, não sentiriam mais aquela dor. Uma alternativa comum é escolher o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Por um momento, pelo menos, existe a sensação de bem-estar, mas, posteriormente, vem a ressaca e aquela dor ainda está lá. Seria a dor da solidão? 

Como diria o poeta, "é impossível ser feliz sozinho." Em outras palavras, existem emoções que só podem ser plenamente satisfeitas com a intervenção do outro. Freud esclarece: 

"A experiência demonstra que, aqui, a primeira via a ser seguida é a que conduz a 'alteração interna' (expressão das emoções, gritos inervação vascular). Mas, como já explicamos no início (...), nenhuma descarga pode produzir resultado aliviante, visto que o estímulo endógeno continua a ser recebido (...). 

Nesse caso, o estimo só é passível de ser abolido por meio de uma intervenção (...) e uma intervenção dessa ordem requer a alteração no mundo externo (fornecimento de víveres, aproximação do objeto sexual), que, como 'ação específica', só pode ser promovida de determinas maneiras. 

O organismo humano é, a princípio, incapaz de promover essa ação específica. Ela se efetua por 'ajuda alheia', quando a atenção de uma pessoa experiente é voltada para um estado infantil por descarga através da via de alteração interna."

Em suma, é difícil admitir que o outro é necessário. É desagradável perceber que aquela fuga não passou de uma ilusão e que o problema permaneceu. Tentar ser feliz com alguém é admitir uma relação conflituosa. Mas, existe outra solução?

FESTA ESTRANHA COM GENTE ESQUISITA...

A experiência do "dark room" é utilizada em várias festas particulares em chácaras na região do Triângulo. Não é uma idéia nova.
Existem notícias da existência de "dark room", desde a década de 1970, em metrópoles na Europa.
Afinal, o que seria o "dark room"? Trata-se de uma sala escura, como diz o nome, onde quem quiser faz o que quiser com outras pessoas, sem saber quem é um e quem é o outro.
O "dark room" é comum em boites gays. Apesar disto, relatos indicam que trata-se de um espaço discriminado pelos homossexuais, que acham que seria um lugar para os desesperados.
  Por outro lado, a existência deste espaço revelaria algo associado ao homossexualismo masculino: o que importaria seria apenas o sexo em si, sem o envolvimento emocional das pessoas. 
Entretanto, as festas particulares em chácaras demonstram que isso não é totalmente verdade, ou seja, ter relações sexuais sem saber a identidade da pessoa parece algo natural também entre os heterossexuais.
A idéia do "dark room" não está relacionada necessariamente às orgias. Assim como o homossexualismo masculino era incentivado na Grécia Antiga, as orgias não eram algo novo na época do Império Romano. Neste sentido, o que acontece atualmente poderia ser interpretado como uma insatisfação quanto ao modelo de casamento monogâmico aceito como normal na sociedade burguesa.

domingo, 12 de junho de 2011

ELA NÃO RECLAMA, ELA MANDA...


Ela diz que dia de domingo é dia de almoçar com a mãe dela.
A sogra não gosta de dar indiretas... dá diretas mesmo: e o casamento ?
Ver Faustão parece que o inferno chegou... mas ela gosta.
Depois, claro, ir ao cinema... novamente... ver aquela comédia romântica...
Se falo num filme do Vin Diesel, ouço meia hora (no mínino) de DR...
Depois, o jantar... ela reclama da qualidade do camarão...
OK, a noite deve melhorar... afinal, a esperança é a última que morre...
No motel, finalmente, acredito que todo o esforço valeu a pena...
mas ela disse: calmaaaaaaaaaaaa... não é assim... já te falei que não gosto disso... e continua com infinitas reclamações...
Penso... logo, existo ?!

BEBER: SIM OU... SIM !!

"Beba com moderação" diz o anúncio... é possível ? Quem se importa ?
Quem sabe beber, sabe que isso existe independente de outros motivos - como usar o álcool para ter uma relação sexual no final da noite (o que é razoável, claro). É a "lógica" do usuário de droga: ela existe por si, não precisa de algo mais. Não é por acaso que o sexo é visto, na prática, como algo secundário para os viciados.
Não precisa ler filosofias complexas, basta assistir (sóbrio ou não) "Leaving Las Vegas" e "Trainspotting".

MASOQUISTAS DESCEREBRADOS 

Você acredita na ideologia do trabalho? Você trabalha muito para dar conforto para a sua esposa e para os seus filhos? OK. 
Você tem, durante as 24 horas do dia, pelo menos uma na qual você pode fumar um (legítimo) charuto cubano e tomar umas 2 ou 3 doses de um (legítimo) whisky escocês, assistindo e ouvindo o que quer numa televisão? 
Não ?!! Esquece. Você seria um dos masoquistas descerebrados (citados pela Maier) que, provavelmente, não entenderia o que acabei de escrever.

"NÃO FUI COM A SUA CARA"


Uma vez, uma professora comentou que estava no carro, no estacionamento de um supermercado, quando ouviu alguém comentar que ela seria um travesti. Passei por algo pior. Do nada, um travesti gordo, com uma maquiagem exagerada e num vestido branco, olhou para mim e falou: "você é muito feio". São situações inesperadas. A minha professora não era travesti. Ela era linda e com um corpo fantástico. No caso do meu excesso de feiúra, existe controvérsia... ou, pelo menos, tento acreditar nisso.
A questão, claro, é outra. Independente de ser (ou não) travesti e feio, o problema é o que levaria alguém a fazer tal afirmação? São pessoas desconhecidas fazendo comentários de pessoas que nunca viram na vida.
O indivíduo só por existir e ser do jeito que é, obviamente, gera incômodos nos outros. Daí, pode ser agredido com palavras ou até fisicamente. Trata-se do famoso "não fui com a sua cara". Em outras palavras, existe gente que sai para os lugares para ofender gratuitamente os outros e arrumar confusão. Isso é comum no trânsito. O marido chifrado, por exemplo, busca vingança falando palavrões para o motoqueiro.
Uma pessoa que ofende um desconhecido demonstra não só uma falha de caráter, mas revela insegurança e um mal estar com a sua própria existência. Agredir, beber em excesso, tomar drogas, nada disto, porém, será capaz de preencher aquele vazio. Não adianta correr... tentar fugir de si... afinal, você termina sempre onde começou: em você mesmo. Se você não se suporta e é covarde diante do suicídio, seria razoável, antes de envolver os outros em sua loucura, procurar ajuda com um psicoterapeuta ou com um psiquiatra. Se isso não for feito, de qualquer maneira, o fim de gente assim é o presídio ou o hospício. 

O DESESPERO DE FICAR SOZINHO

Nas escolhas e nas faculdades, as pessoas precisam dos grupos para construir as identidades. 
É uma forma de defesa. No fundo, os sorrisinhos combinados não passam de insegurança - quem nunca viu a cena numa típica festa universitária, sobretudo com um grupo de garotas?
Após o período da faculdade, as paqueras tendem a dar espaço para uma relação monogâmica. Daí para a condenação, digo, para o casamento, é um passo.
Após séculos de fracassos, os "dois pombinhos" acreditam que o casamento deles será diferente e tudo vai dar certo. Não vai. O filme que.melhor retrata essa realidade é "Guerra dos Roses".
Quem vive uma longa relação monogâmica, namoro ou casamento, tende a perder contato com o velho grupo de amigos. Existe um conflito entre a namorada e os companheiros de futebol. Normalmente, ela vence. 
Quando a tal relação acaba, o indivíduo encontra-se sozinho e mais velho. Não dá para fingir que o tempo não passou. Rir das mesmas brincadeiras que ocorriam dez anos atrás não faz sentido. 
Bate o desespero e ele deseja aquilo que um dia disse que nunca faria novamente: outra relação monogâmica. Dependendo do desespero, a pessoa pode casar duas ou três vezes (ou mais), deixando "um rastro" de pensões, filhos e ex-esposas furiosas (um exemplo de ex-esposa pode ser visto na personagem Judith de "Two and Hal Men"). 
No final, dependendo da idade, pode voltar a morar com os pais, ir para um asilo ou para um presídio por não pagar as pensões.

A CASA CAIU ?

É comum ver uma pessoa que mora num bairro popular, na periferia, paga aluguel, mas usa roupas de marcas famosas e dirige um carro novo e importado. Muitas vezes, esse carro é vermelho
O que significa isso? Ela finge para os outros que é milionária. O vermelho chama a atenção - não é por acaso que tornou-se a cor oficial da Ferrari, símbolo de status. 
O carro e as roupas de marca produzem uma imagem do indivíduo. Se ele for a um bar, por exemplo, é isso que os outros vão ver.
Aparentemente, para este tipo de pessoa, morar na periferia e pagar aluguel não seria um problema, pois os outros não teriam acesso a essa imagem.
Por quê? Qual seria o sentido de deixar de se alimentar para colocar gasolina no carro? Fingir para quem? Para o outro ou para si mesmo? Para quê?
Tentar convencer o outro seria uma forma de tentar convencer a si mesmo? Talvez. Mas, convencer de quê? Convencer que o indivíduo é um milionário é admitir, no ato, que ele não é milionário. Convencer o outro disto não é convencer, é enganar. Assim, enganar o outro representa uma tentativa de enganar a si mesmo.
Por quê? A pessoa finge quando algo a incomoda - no exemplo, o fato de ser pobre. Inventar uma imagem é uma forma de fugir do problema. Trata-se de uma recusa de refletir sobre a sua própria condição.
No fundo, é um exercício de alienação e como tal seria como construir um castelo de cartas: qualquer movimento pode desmascarar a fantasia. Isso seria representado pela expressão popular "a casa caiu", ou seja, os outros não acreditam e se recusam a participar da sua ilusão. Isso coloca o indivíduo diante de si mesmo, que era o que ele tanto temia. Não há mais como fugir, ou ele reflete sobre a condição humana e assume a dor de sua existência ou insiste sozinho na velha fantasia, acreditando, sozinho, que ela seria a realidade - o nome disto é loucura.