terça-feira, 12 de março de 2013

ZHIRINOVSKY & HOMOSEXUALIDADE

Para definir a heterossexualidade ou a homossexualidade como algo normal deve ser considerado, antes, a época histórica e o lugar. As formas amorosas hegemônicas no capitalismo não eram, por exemplo, as mesmas na Grécia Antiga.
Questionar se alguém nasce ou não homossexual é um retrocesso. A mesma pergunta não é feita no caso da heterossexualidade. Além do mais, antes de ser sexual, trata-se de um ser humano. Esse ser possui desejo que pode ser por homem ou por mulher. Esse desejo não é algo absoluto. Isso não significa que a pessoa mude a sua opção sexual o tempo inteiro e nem que ela teria alguma garantia de que a sua sexualidade seria aquela e que nunca mudaria.
Nem todos pensam assim. Muitos acreditam que a vida humana começou no capitalismo e que as suas normas seriam "naturais" e "eternas". Outros acreditam que um desejo seria natural e o outro seria uma "perversão". Muitos têm medo de problematizar a própria sexualidade. Acreditam no o fato de que bastaria ter nascido num corpo masculino ou feminino e, pronto, a sua sexualidade estaria definida.
Vladimir Zhirinosky apresenta uma teoria própria sobre o tema:

"A homossexualidade é um 'sputinik' (...) na história da humanidade. Mas não existem condições normais para relações sexuais harmônicas. Se as pessoas puderem casar ou ter relações sexuais no momento que desejam, ou se elas não estiverem isoladas, em exércitos ou prisões, talvez em 100 ou 200 ou 300 anos, a homossexualidade desapareceria." (Playboy, March 1995, p. 61)

Por um lado, Zhirinovsky esquece que o desejo por homem ou por mulher não tem a ver necessariamente em a pessoa estar num corpo de homem ou mulher. Por outro lado, é interessante a sua observação quanto as condições reais de existência como algo que incentivaria a prática do homossexualismo, como em exércitos ou prisões ou mesmo em lugares onde a população feminina seria muito menor que a masculina. Em outras palavras, com liberdade e desejo, um homem ficaria com uma mulher e não optaria pelo homossexualismo. Zhirinovsky estaria certo?
Conquistar uma mulher não é uma tarefa fácil. Podem existir situações em que o homem desista de uma relação normal e procure pagar pelos serviços de uma prostituta. Mas aqui surge um novo problema: se ele paga ele não é desejado. O homem, dificilmente, receberia uma cantada de uma mulher em um bar convencional. Entretanto, se ele estiver num ambiente GLBT, a possibilidade disto ocorrer é maior. O problema não é se ele aceitará ou não o convite, mas a questão fundamental é que ele se sentirá desejado.
São características humanas - e não só femininas - sentir-se útil e sentir-se desejado. O fato do homem receber convites em um ambiente GLBT (e não em locais heterossexuais) talvez tenha a ver com a teoria (simplista, por sinal) que entre os homossexuais, muitos seriam "maníacos" e, portanto, estariam interessados apenas no sexo em si e não em desenvolver uma relação amorosa.
A problemática permanece. Não há como negar que a fêmea é exibicionista e que o macho seria um "voyuer". Definir, por exemplo, se a fêmea estaria necessariamente num corpo de mulher é outra questão. O que não dá, certamente, é ainda acreditar em conceitos absolutos nem que seria possível classificar um ser humano a partir de um único adjetivo. Em resumo, tais práticas têm mais a ver com regimes totalitários do que com sociedades democráticas.

MELHORAR

O excesso é um erro. É óbvio. A pessoa, principalmente depois dos 30 anos, começa a lidar com o estresse. Talvez o primeiro sinal seja a insônia.
As cobranças aumentam. As coisas, emocionalmente, pioram. Tomar vários remédios torna-se comum.
Chega, finalmente, o momento que todos evitam: ir ao psiquiatra - que até então era considerado médico de louco - e iniciar a fase com antidepressivos.
Ruim? Complicado é olhar para o lado e ver gente da mesma idade sofrendo com AVC ou ataque cardíaco. Alguns precisam ainda de psicoterapia.
Sempre pode piorar, mas essa não é a questão. O problema é quando a pessoa não quer melhorar.
Isso não significa suicídio ou algo parecido. A pessoa até aceita viver. O fundamental, para ela, é que não faz mais tanta diferença estar vivo ou não. Se ela gosta de fumar, por que deveria parar? Faz o que gosta na medida em que a morte é a certeza.
Isso, porém, incomoda os familiares e os amigos. Afinal, como lidar com a perda de uma pessoa querida?
Esse sentimento pode ser verdadeiro, mas o que realmente preocupa, talvez de maneira inconsciente, é ter com conviver,a partir da perda, com a ausência e a culpa.
Pode parecer estranho. Entretanto, os familiares e os amigos estão mais preocupados em como vão ficar depois da morte do amigo do que se ele queria continuar ou não nesta vida.
Trata-se de um ato egoísta no qual a pessoa amada representaria apenas um objeto numa fantasia de plena felicidade que os familiares e os amigos criam para si mesmos e para os outros.
Triste? Nada. É só uma forma alienada de lidar com problemas da realidade.
Certamente esse é apenas um ponto de vista. Nem todas as pessoas são alienadas ou falsas quanto ao sentimento do amor.
Para essas que vivem intensamente com a pessoa amada, restam a dor da perda e o respeito por alguém que mais do que modelo serviu de razão para acreditar na vida, na ética, no respeito, na solidariedade e no verdadeiro amor.

sábado, 9 de março de 2013

IMBECILIDADE ²¹¹


Os homens civilizados pouco puderam fazer quanto ao processo de hegemonia da estética do corpo e da realização de instintos.

É constrangedor admitir, numa sociedade, o elogio do corpo em detrimento da capacidade intelectual da pessoa. O resultado disto aparece na superficialidade das relações sociais.

Não surpreende, portanto, ver uma maioria que acredita ser razoável trabalhar cinco ou seis dias e descansar (ter prazer) em um final de semana.

No caso brasileiro, a televisão ainda aparece como algo mais importante na educação dos indivíduos do que a escola ou a família. Aliás, que escola? Que família? BBB, Faustão, novelas, fanatismo no futebol, axé music... Isso sem citar o caráter religioso da população.

Pior do que o que os políticos fazem no Congresso Nacional, é reconhecer que eles são sim representantes de grupos significativos do povo.

Em suma, trata-se de uma população basicamente conservadora, na qual encontram-se racistas, corruptos, fanáticos religiosos, homofóbicos, nacionalistas, entre outros grupos antidemocráticos.

Como viver em um ambiente em que a imbecilidade é a norma? Freud estava certo quanto à espécie humana: o seu fim, definitivamente, não representaria a perda de algo relevante.

quinta-feira, 7 de março de 2013

ISOLAMENTO ³¹²

Diante das dificuldades em lidar com o mundo externo, resta ao indivíduo duas opções: o isolamento ou o suicídio. 

Como um Papa poderia supor que deveria tratar de lutas pelo poder, corrupção, casos de abuso sexual e pedofilia envolvendo a cúpula da Igreja? Fracasso é fracasso. Entretanto, talvez a escolha de Bento XVI tenha sido sensata.

A mesma coisa poderia acontecer com uma pessoa comum: como lidar com traições, falsidades e conspirações das pessoas mais próximas como familiares e amigos? Isolamento ou suicídio.

O isolamento é, sem dúvida, uma forma de evitar o suicídio.

Tentei o isolamento por quase dois anos. Não foi ruim. Talvez, algum dia, eu tente novamente.