sábado, 29 de março de 2014

L’WREN SCOTT & MICK JAGGER


Uma tragédia pode acontecer na vida de qualquer um. Com mais de 50 anos de história, os músicos dos Rolling Stones enfrentaram várias crises graves, incluindo a morte do guitarrista Brian Jones. Nada, porém, abalou o grupo a ponto de interromper a própria carreira.

Recentemente, em mais uma excursão com shows pelo mundo, um fato abalou o cronograma dos Rolling Stones: o suicídio, em Nova York, da namorada, L'Wren Scott, do vocalista Mick Jagger, que estava em Perth (Austrália) para um show.

Com base em informações publicadas no "The New York Post", o g1.globo.com divulgou que Jagger seria o único herdeiro de L'Wren Scott.* Isso deu razão ao músico dos Rolling Stones quando afirmou que era mentira que os dois estavam separados na época do suicídio de Scott. O texto escrito (e publicado no seu perfil do Facebbook) pareceu algo bem pessoal e sincero. 

Os companheiros de banda confirmaram que Jagger estava chocado e sem compreender o suicídio. As datas dos shows na Austrália e Nova Zelândia foram canceladas e Mick Jagger cuidou do velório de L'Wren Scott que aconteceu em Los Angeles, no cemitério Hollywood Forever.

Apesar de ter deixado 9 milhões de dólares para Mick Jagger, a ex-esposa de um dos guitarristas dos Rolling Stones, Jo Wood, afirmou que os problemas financeiros da empresa no setor de modas, provavelmente, foram as principais causas do suicídio de L'Wren Scott:

“Eu acho que esses problemas produziram uma crise pessoal. Ela era uma mulher orgulhosa quanto aos seus negócios, eu acho, e ter que encarar o fracasso na área, bem, talvez tenha sido o gatilho [do suicídio].”**

L'Wren Scott, antes de namorar Jagger, já tinha uma carreira como modelo e (posteriormente) como estilista e proprietária de uma respeitada empresa de moda. Era uma relação, aparentemente, entre iguais, o que colocaria Scott numa posição (quase) humilhante se tivesse que pedir ajuda ao namorado famoso.  

Em suma, para uma mulher famosa e orgulhosa pelo sucesso nos negócios, o fracasso financeiro a deixaria sem saída tanto no namoro como no setor que trabalhava. Neste sentido, veio a opção pelo suicídio.
  
(*) “Um apartamento em Manhattan avaliado em US$ 8 milhões e US$ 1 milhão em joias, roupas, móveis, carros e outros objetos pessoais, assim como seu seguro de vida, compõem a herança de L'Wren, que escreveu que seu único beneficiado deveria ser ‘meu Michael Philip Jagger’, utilizando o nome completo do líder da banda Rolling Stones.
Além disso, no texto ela ressalta que não queria que seu irmão Randy Bambrough e sua irmã Jan Bambrough Shane vissem um centavo de seu dinheiro. Ambos causaram problemas quando Jagger manifestou sua vontade de enterrar a namorada em Los Angeles.
‘Omiti intencionalmente a herança para qualquer outro dos meus herdeiros com vida no momento da minha morte’, assegura em seu testamento a estilista, que aos 49 anos se enforcou em seu apartamento em Nova York no dia 17 de março.”

Fonte: http://g1.globo.com/musica/noticia/2014/03/lwren-scott-deixa-us-9-milhoes-para-mick-jagger-seu-herdeiro-unico.html

(**) "I think it might have been, for her, a question of losing face," the 59-year-old Wood told CNN in an exclusive interview last week.
"She was such a proud woman that, I think, to face that, well maybe that was the trigger."

Fonte: Alan. Duke. Mick Jagger says goodbye to L'Wren Scott; designer's funeral kept private. CNN, March 26, 2014. http://edition.cnn.com/2014/03/25/showbiz/lwren-scott-funeral/

CHARLIE SHEEN, ANGUS T. JONES & WARNER BROS.

Chuck Lorre (ninguém conhece) demitiu Charlie Sheen, o ator da principal série nos Estados Unidos na época (2011). A crise poderia ter sido resolvida de outra maneira e a decisão de Lorre quase quebrou financeiramente a Warner Bros. (Ver, por exemplo, "Charlie Sheen’s $100m Lawsuit Against Warner Bros., Chuck Lorre"*) 
Pior do que isso foi Chuck Lorre começar a aparecer nas vinhetas associadas aos programas que criou para a emissora. O papel de um produtor, claro, não é esse. Trata-se de uma pessoa que trabalha nos bastidores. Provavelmente a crise que ele causou na Warner tenha a ver com isso.
Na época da demissão, Charlie Sheen foi claro:
"Eu recebi um texto [pelo celular] ou algo assim. Tem outra coisa - esses caras são baratas tão covardes que nem tiveram a decência de me ligar. Eu coloquei 5 bilhões [ de dólares] nos bolsos dos ternos baratos deles (...) e esse é o respeito que eu ganho? É deplorável e eles deveriam se envergonhar!"**
A argumentação de Chuck Lorre-Warner foi ridícula:
"Após consideração cuidadosa, a Warner Bros. Television encerrou os serviços com Charlie Sheen em 'Two and a half men', com efeito imediato"
(...) Vamos afirmar o óbvio (...) seu cliente [Sheen] tem se envolvido em conduta perigosamente autodestrutiva e parece estar bastante doente."**
Tal argumentação, além de ser baseada numa suposição “parece estar”, acabava sendo favorável ao ator, afinal, não parece adequado demitir alguém que estaria doente. Essa pessoa precisaria de tratamento médico e não de demissão.
Quanto ao comportamento “autodestrutivo” do ator, passava a ideia de que ele morreria logo, o que, obviamente, foi falso porque a demissão foi em 2011 e Sheen está vivo e com sua própria série na televisão (“Anger Management”) em 2014.
A série “Two and Half Men” continuou sem Charlie Sheen, mas sem o sucesso anterior e deixou de aparecer nas listas dos premiados pelos melhores programas de televisão.
O título - “Two and Half Men” - e toda a história estava baseada em um tio (Charlie Sheen), o seu irmão (Jon Cryer) e o seu pequeno filho, uma criança no início da série (Angus T. Jones).
Angus T. Jones “ foi considerado o ator mirim mais bem pago da TV norte-americana no ano de 2010.”*** Durante a segunda fase da série (portanto, sem a participação de Charlie Sheen) Angus T. Jones tornou-se adventista e gravou testemunhos dizendo que as pessoas não deveriam assistir “Two and Half Men”.(§)
O programa ficou totalmente descaracterizado e a permanência de Jon Cryer não justificaria a existência de “Two and Half Men”. O que foi um dos maiores sucessos da televisão tornou-se algo próximo do patético, aliás, como a performance do seu produtor (Chuck Lorre) após a demissão do principal ator da série.

(*)http://www.altfg.com/blog/movie/charlie-sheen-lawsuit-warner-bros-chuck-lorre/
(**)http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/03/warner-bros-demite-charlie-sheen-diz-site.html
(***)http://www.youtube.com/watch?v=wdI24GCkF7Q
 (§)http://www.youtube.com/watch?v=j3im4g7ZlGA

sexta-feira, 28 de março de 2014

DRUUNA E OS SONHOS



Eu gosto muito da Druuna de Paolo E. Serpieri. Eu sei que a maioria não liga para a história, mas acho fantástico a personagem participando de aventuras que estão associadas aos seus sonhos (ou são os próprios sonhos). No final de Aphrodisia, ela afirma:

“Shastar e Lewis não mais existem... Tenho que aceitar a triste realidade. Acabou. Devo dormir agora e mergulhar no sono sem sonhos. Estou farta de sonhos! Como o doutor diria: ‘é um pouco como morrer...’ Quero acordar num outro mundo onde, não sei... Pensarei nisso amanhã... Sim... Amanhã...” (Heavy Metal, Ano 3, No. 12, p. 119)

Druuna vive o inferno nos sonhos mas ainda prefere dormir. Eu sempre tenho pesadelos freudianos e também prefiro dormir. Lidar com fantasmas do meu passado não é bom. Entretanto, me cansa mais ter que lidar com a mediocridade da maioria atualmente.

Voltando aos sonhos, na fala da personagem Druuna deve ser destacado a frase: [dormir] “é um pouco como morrer...” Talvez seja verdade. De qualquer maneira, parece inacreditável que o ser humano não leve a sério o período do sono, afinal, ele passa um terço de toda a sua vida dormindo.

Freud foi mais coerente em suas pesquisas quando colocou o sonho como um elemento fundamental para entender a condição humana.

quarta-feira, 19 de março de 2014

EX-NAMORO E INTERNET


Se a intenção é não ser descoberto; mentir, trair e cometer crimes tornaram-se tarefas mais difíceis atualmente. 
Quem nunca, durante o namoro, na empolgação e na confiança, não tirou algumas fotos mais ousadas ou mesmo gravou alguns vídeos.
O problema, claro, é que hoje tudo isso pode ir parar na internet e alguns momentos que eram íntimos viram, de uma hora para outra, material de domínio público. Todos (familiares, amigos e desconhecidos) podem acessar as fotos ou vídeos.
Conteúdo privado na esfera pública, naturalmente, significa constrangimento (para dizer o mínimo).
Isso pode acontecer de várias maneiras, seja o roubo de algum celular (ou máquina digital) seja (o que tem ficado bastante comum) a iniciativa de um ex-namorado que não aceitou o fim do relacionamento.
O fim imediato de um namorado gera rancor principalmente quando um dos dois vê o outro com outra (o). O que era amor torna-se numa passe de mágica em raiva, inveja e vontade de vingança.
Antigamente, sem a internet, tudo ficava nas fofocas (sem provas). Com as redes sociais hoje, o que era do casal vira público e processar o outro não resolve o que já aconteceu: todos tiveram acesso as cenas mais íntimas dos (até então) apaixonados.
Algumas celebridades (ou aqueles que desejam a fama) colocam propositalmente tais materiais na internet e, depois, alegam que tudo “fora vazado” sem o consentimento das partes envolvidas. É meio patético, mas acontece.
Depois do escândalo do primeiro vídeo que foi para a internet, a Paris Hilton, por exemplo, não se importou muito de expor a sua intimidade diante das câmeras sobretudo no seu cotidiano entre quatro paredes.
Risco ou desejo? Depende de cada um. A pessoa escolhe quem vai namorar e, assim, em quem deposita a sua confiança. Ela é responsável por essa escolha e pelas possíveis consequências. Apelar para a ingenuidade, num mundo globalizado como o atual, parece não convencer muita gente.

quinta-feira, 13 de março de 2014

OBESIDADE


Uma professora (mestranda) foi aprovada em um concurso público em São Paulo, mas foi impedida de assumir o cargo porque era obesa.

A argumentação oficial era que ela teria que dar aulas por uns 30 anos e a obesidade poderia causar várias doenças (hipertensão, ataque cardíaco, diabetes, colesterol alto, apnéia, entre outras).

A argumentação da professora foi boa. Ela disse que se isso (que o governo dizia) fosse verdade, também os fumantes não poderiam não poderiam assumir cargos públicos.

O problema central é que o preconceito aparece na própria fala (e a sonoridade “carregada”) ao pronunciar “obesidade mórbida”.

O gordo, além de ter problemas com a autoestima e com a rejeição dos olhares dos outros, agora teria mais um obstáculo: a rejeição do mercado de trabalho, partindo do péssimo exemplo dado pelas autoridades governamentais.

A obesidade, antes, era apontada como um problema nos Estados Unidos, “paraíso do consumo”, onde foi inventado o “fast-food” (baseado na organização do trabalho e da produção na indústria – ver, por exemplo, fordismo e taylorismo).

O irônico é que as pessoas são cobradas no sentido de apresentar comportamentos adequados ao século XXI, mas, ao mesmo tempo, por parte das elites, são obrigadas a enfrentar preconceitos dos séculos XIX e XX.

Viva Botero!!