domingo, 29 de maio de 2011

MULHERES DE 30 E HOMENS DE 50 ANOS

No primeiro episódio de "Sex and The City", a personagem principal - Carrie - pergunta: por quê existem tantas mulheres maravilhosas solteiras e não existem tanto homens assim? Talvez entre os 15 e 20 anos, a mulher viva seu "auge" no ponto de vista da beleza e da atração em relação aos homens. Lolita é um dos livros que trata do tema: o fascínio que uma adolescente desperta no homem.
Antigamente, com os 15 anos, a menina era apresentada à sociedade em um baile de debutantes. A preocupação da moça era arrumar um bom casamento. As mulheres de "Sex and The City" sonham com isso também, com a diferença que são mais velhas, críticas e independentes do ponto de vista financeiro. A escolha pela carreira profissional dificultaria a realização do sonho do casamento? 
Talvez exista muita expectativa em relação ao papel do homem, tradicionalmente apresentado como "um príncipe encantado"... Sobre este tema, a atriz Marília Pêra disse, uma vez, em uma entrevista: "Ele transa bem? Leva você para comer bons queijos e vinhos? É seu amigo? Então fica com ele. É o máximo que você vai conseguir de um homem."
Os homens passam pela crise da meia-idade, quando chegam aos 50 anos. Querem, de certa forma, fazer o impossível: recuperar a juventude. Assim, compram carros esportes, freqüentam academias, namoram mulheres jovens e, atualmente, contam com o viagra como aliado. Claro que nada disso resolve o inadiável: a velhice... e em seguida, a morte. 
As mulheres são lembradas aos 30 anos. Mário Prata, numa crônica na revista Época (Edição 298), cita Balzac - "uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido" e conclui: "são fortes as mulheres de 30. E não têm pressa para nada. Sabem aonde vão chegar. E sempre chegam."
Os elogios, contudo, não resolvem o essencial: a crise aos 30, para as mulheres, ou aos 50 anos, para os homens. Certamente, os problemas graves de dúvidas pessoais não acontecem apenas nestes momentos. A vida é marcada por dilemas e, como diria Freud, por neuroses. Só não percebe quem é alienado, quem insiste acreditar em fantasias, deixando a realidade de lado. Lembra, claro, o filme Matrix: o indivíduo escolhe entre a pílula azul, a ilusão colorida, ou a pílula vermelha, o real, aquilo que está além das aparências. O real está associado também ao sofrimento. A dor faz parte da vida. As crises existem e pronto. A questão é saber se o indivíduo consegue percebê-las ou não. O mito da caverna de Platão permanece.

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