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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

PALAVRAS E SEXO

As mulheres são sutis. Os homens são explícitos. As mulheres não falam o que desejam, enviam sinais. Os homens são óbvios e não disfarçam o que querem. Barbara De Angelis:

"Muitas pessoas evitam usar palavras durante o sexo, porque as palavras de desejo as fazem sentir-se expostas. 
Eu posso sentir que o toque do meu amante me excita, mas se eu disser a ele, 'o seu toque me excita, agora eu tenho certeza de que ele sabe, e agora estarei mais vulnerável. 
Minhas palavras dão-lhe poder sobre mim, o poder que vem de saber que a sua sedução foi bem sucedida, de saber o que eu gosto."

Barbara De Angelis usa "pessoas" no início, quando deveriam utilizar "mulheres". No resto da citação, ela assume que seria uma mulher diante de um homem e diz que a mulher evita falar pois isso daria poder ao homem na medida em que ele saberia "que a sua sedução foi bem sucedida."

Poder e saber, diria Michel Foucault. O problema é: qual o problema dele saber que ela o deseja? Falar significaria dar ao outro a certeza de seu poder. Mas, o sexo não deveria estar relacionado a algo emocional e a perda da razão?

A questão é que muitas pessoas, não só as mulheres, usam o sexo como um meio para atingir um objetivo (casamento, dinheiro, um carro novo...) e não percebem que o sexo existe em si como algo natural e agradável para os envolvidos.

Sexo é bom porque existe a necessidade biológica da procriação, da preservação da espécie... mas na hora do ato, as pessoas não deveriam pensar nisso (nem em outra coisa) e sim deveriam sentir o que a natureza proporciona na "união de dois corpos." Qualquer reflexão sobre os motivos que levariam aquele casal para a cama, deveria ser feita antes do sexo. Afinal, na hora do amor, "fuck the rest."

* Barbara De Angelis, em 1995, no seu livro: "Real Moments for Lovers" (apud, James R. Petersen, Playboy, September 1996, p. 42).

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

SEXO: ATO E DISCURSO


O adultos, em sua maioria, valorizam excessivamente o ato sexual. O "sexo em si" é a realização de um instinto natural. Só isso. Pronto.
Entretanto, muitos colocam um mero instinto como o centro da vida, como a razão de tudo. Parece que, como diria a personagem de Julia Roberts no filme "Closer", têm 12 anos...
A vida adulta, de um indivíduo civilizado, está, teoricamente, associada aos fatos complexos, daqueles que precisam de várias interpretações e apresentam, não raramente, várias possibilidades de resposta.
Neste contexto, o sexo é tratado não como o ato "em si" mas como uma estratégia de poder, um discurso que permite estabelecer regras para controlar o outro.
Quando os religiosos condenam a relação sexual fora do casamento ou o homossexualismo, eles não estão preocupados com o prazer ou não das pessoas e nem o que elas efetivamente fazem entre quatro paredes.
O que importa para eles é utilizar o sexo como uma estratégia de controle ou como uma forma de ser autoridade sobre o outro.
Matar o desejo do outro não gera grande prazer para uma autoridade. A satisfação vem do poder de dizer ao outro o que ele deve fazer.
Trata-se de controle, de manipulação. É, basicamente, uma questão de poder.
E o ato sexual? Quem se importa? Quem acredita? Sexo é só sexo.
E o amor, a moral, a religião, a ética e os outros valores? Esses conceitos representam exatamente isso: outros valores. Associá-los ao sexo é só uma maneira de desviar o foco do essencial e, assim, conseguir controlar o outro.