quarta-feira, 29 de agosto de 2012

SEXO: ATO E DISCURSO


O adultos, em sua maioria, valorizam excessivamente o ato sexual. O "sexo em si" é a realização de um instinto natural. Só isso. Pronto.
Entretanto, muitos colocam um mero instinto como o centro da vida, como a razão de tudo. Parece que, como diria a personagem de Julia Roberts no filme "Closer", têm 12 anos...
A vida adulta, de um indivíduo civilizado, está, teoricamente, associada aos fatos complexos, daqueles que precisam de várias interpretações e apresentam, não raramente, várias possibilidades de resposta.
Neste contexto, o sexo é tratado não como o ato "em si" mas como uma estratégia de poder, um discurso que permite estabelecer regras para controlar o outro.
Quando os religiosos condenam a relação sexual fora do casamento ou o homossexualismo, eles não estão preocupados com o prazer ou não das pessoas e nem o que elas efetivamente fazem entre quatro paredes.
O que importa para eles é utilizar o sexo como uma estratégia de controle ou como uma forma de ser autoridade sobre o outro.
Matar o desejo do outro não gera grande prazer para uma autoridade. A satisfação vem do poder de dizer ao outro o que ele deve fazer.
Trata-se de controle, de manipulação. É, basicamente, uma questão de poder.
E o ato sexual? Quem se importa? Quem acredita? Sexo é só sexo.
E o amor, a moral, a religião, a ética e os outros valores? Esses conceitos representam exatamente isso: outros valores. Associá-los ao sexo é só uma maneira de desviar o foco do essencial e, assim, conseguir controlar o outro.

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