quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

AS MENINAS CRESCEM


Tive vários amigos, na adolescência, que eram bastante machistas e adoravam utilizar frases como “ser virgem é bobagem”, “toda garota tem de dar mesmo”, “toda mulher deve posar nua”, entre outras. Eles cresceram, casaram, tornaram-se pais, tiveram filhas e mudaram completamente a postura.

 Chega a ser constrangedor ouvir um indivíduo falando que o sonho seria ver a filha casar virgem e na igreja – no passado, aliás, a mesma pessoa fumava maconha e dizia “pérolas” como “casamento é para babaca” ou “se eu tivesse filha, ela podia fazer sexo toda hora”.

As meninas crescem. Aprendem o poder da sedução. Tiram fotos no espelho. Querem se sentir desejadas. Elas fazem 18 anos. Confiam nos namorados. O que fazer? Diante de tal dilema, Renato Gaúcho, ex-jogador de futebol e conhecido pelo machismo e por ser um paquerador, mandou a filha - Carol Portaluppi - passar uma temporada nos Estados Unidos após serem divulgadas fotos nuas da garota. O interessante é que o próprio Gaúcho tirou várias fotos com a filha – com biquínis minúsculos – nas praias brasileiras. A “ingenuidade” teria sido do pai ou da filha ou dos dois? A visão do pai seria diferente da postura do homem – algo como “com a do vizinho pode mas com a minha não”?

Outros paqueradores famosos passaram por situações semelhantes. Mick Jagger tentou convencer uma de suas filhas de que não seria adequado posar nua para a Playboy. Não deu certo. A própria mãe da garota e ex-esposa de Jagger já havia posado nua.

As filhas de Keith Richards são modelos e tiraram fotos sensuais mostrando os seios. Richards, famoso “bad boy” dos Rolling Stones, não reclama (aparentemente). No máximo, intimida os namorados das filhas mostrando as suas habilidades com um punhal.

A filha de John Taylor (Duran Duran) também é modelo, fuma e bebe muito e diz que o pai seria muito “parado” e só falaria do “Discovery Channel” (bem diferente da imagem de playboy que ele tinha no auge do grupo pop).

Talvez o ponto central desta discussão seja a educação diferenciada para meninos e meninas pautada numa concepção (ainda) machista de sociedade. Não seria de estranhar o incômodo vivido por pais (com suas filhas) que antes, quando garotos, queriam só se divertir e “transar” com todas.

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