segunda-feira, 18 de junho de 2012

MITOS: COELHO, MOORE & PAGE


Li entrevistas de Paulo Coelho, Alan Moore e Jimmy Page. Eles sentem simpatia pelo ocultismo.
Não gostei do perfil do Paulo Coelho na medida em que ele insistia no autoelogio e se dizia melhor que os outros por causa dos seus bens materiais. Alan Moore se mostrava mais discreto, mesmo sendo considerado o melhor escritor de quadrinhos para adultos - "graphic novels" ou "comic books". Jimmy Page, mesmo sendo um dos melhores guitarristas do rock e líder de uma das principais bandas - Led Zeppelin -, não citava bens materiais e discutia assuntos gerais, sobretudo no que dizia respeito a sua música.
Para mim, o Led Zeppelin foi o melhor grupo de rock. A primeira história que li do Alan Moore foi "A Piada Mortal" ("The Killing Joke") sobre o Batman e o Coringa. Fiquei impressionado. Depois li sobre John Constantine e outras histórias. Tornei-me fã do seu trabalho. Considero MooreFrank Miller as principais referências no universo dos quadrinhos. Não me interessei pelos livros de Paulo Coelho.
Na década de 1970, me incomodava ser fã de uma banda que seus músicos eram associados ao ocultismo. Depois, separei as coisas. Eu sou fã do trabalho de Jimmy Page, o que ele acredita ou não, na sua vida pessoal, era, claro, de interesse só dele. Vi o filme "Exorcista" no cinema, quando era adolescente e fiquei muito assustado na época, principalmente porque conhecia várias pessoas que acreditavam em religiões, superstições e mitos.
Após algumas décadas, essas preocupações ficaram sem sentido. Se antes o rock era "música do diabo", atualmente existe vertente evangélica no heavy metal. Filmes como "Exorcista" não assustam mais. As pessoas têm medo de assaltos e não de coisas sobrenaturais. Antes os indivíduos acreditavam em grandes projetos, religiosos ou políticos. Hoje predomina o ceticismo e o cinismo.
Nos anos 1970, eu não sabia inglês, não podia ler em alemão, não tinha viajado para a Europa, não conhecia os autores clássicos da filosofia, da história, da economia ou da ciência política. O ano 2000 parecia algo distante na minha adolescência.
Anda lidamos com mitos. Muitos se recusam a pensar na própria morte. Outros temem o fim do mundo. Para esses últimos, 2012 será interessante por causa das profecias de Nostradamus e dos Maias. Contudo, acredito que a maioria possui uma visão crítica e a mentalidade das pessoas das décadas anteriores aparece, na atualidade, associada a uma certa ingenuidade.

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