quinta-feira, 30 de abril de 2015

O estresse e o saber científico do médico

O estresse do cotidiano atual e as inúmeras cobranças feitas pelo mercado, pela família, pela religião e pelos amigos (entre outros), adoecem as pessoas e elas tornam-se dependentes de inúmeros remédios - seja para emagrecer, seja para dormir, seja para ficar mais calma e assim por diante.

Neste contexto, Philip J. Cowen (2008) faz uma pergunta importante no título de um artigo: a serotonina e depressão - mecanismo fisiopatológico ou marketing de um mito? Esse tipo de questão existe porque há um poderoso mercado envolvendo os antidepressivos.
 

De fato, os médicos não sabem como os antidepressivos funcionam e nem como eles conseguem melhorar as condições dos pacientes. Não existem exames para avaliar a depressão e a partir daí indicar qual medicamento seria adequado a qual paciente.
 

Os médicos ouvem os pacientes e imaginam que tais remédios podem ajudá-los. Trata-se de “um chute”: pode dar certo ou não. Tanto é verdade que os médicos dizem: “se não funcionar, tentaremos outros remédios.”
 

Os médicos fazem questão de indicar remédios de determinados laboratórios (como a Pfizer) porque ganham vários benefícios com essas indicações. Os representantes destes laboratórios normalmente são recebidos pelos médicos antes dos próprios pacientes.
 

Uma doença grave, que é a principal causa de suicídio no mundo, tornou-se “uma indústria” que beneficia, de diversas maneiras, milhares de médicos e laboratórios.
 

O saber científico do médico é inquestionável (basta ler Michel Foucault) e ainda existe um grande corporativismo na categoria. O resultado é que a união entre os médicos e os laboratórios tem mais a ver com dinheiro do que com a saúde do paciente.

© profelipe ™ 23-04-2015

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