sábado, 18 de fevereiro de 2012

FACULDADE: ESTILO DE VIDA?

Existe um mito (ou seria verdade?) associado a idéia de que o período da faculdade seria a melhor época na vida de um indivíduo. Eu vivi intensamente a fase da minha graduação: festas, bebidas, ficantes/namoradas (tanto colegas como professoras), militância política, viagens e, claro, estudos (eu era o que se chamava de "rato de biblioteca").
Foi uma ótima fase, mas não posso dizer que foi a melhor, pois não acredito neste tipo de hierarquia na vida. De qualquer maneira, muitos acreditam neste mito e é comum ver junto com os calouros nas salas de um curso universitário, pessoas com mais de quarenta anos, a maioria casada (ou divorciada) e com filhos.
O que leva uma pessoa, depois dos 40 ou 50 anos, a fazer uma graduação? Existem duas possibilidades: pode ser realmente a primeira vez do indivíduo, que antes não teve oportunidade de fazer uma faculdade ou pode ser a tal da crise da meia-idade, quando a pessoa não sabe para onde ir ou quer "recuperar o tempo perdido" ou reviver "a melhor fase da sua vida".
Qualquer uma destas opções leva a um risco para os casados: o divórcio, claro. É muito comum, aliás. Apesar de ter sido um período ótimo, eu não faria outra graduação. Já disse antes que não sou do tipo que gostaria de viver novamente os momentos de sua vida. 
Sem, necessariamente, sair da crise da meia-idade, existe uma outra maneira de viver a "fase da faculdade": basta ser professor universitário. Quando eu era casado, evitava participar de festas ou ir para bares com alunos. Após o divórcio, mudei de atitude. Voltei a ser solteiro e, apesar de algumas décadas mais velho, comecei a freqüentar esses ambientes. O motivo inicial era que, diferente das pessoas da minha idade, gosto de festas com música alta, andar de skate, rock... diversão, basicamente. Não sou do tipo que faz cara fechada o tempo todo e quer passar uma imagem de sério. Dificilmente, com o meio perfil, eu seria feliz, por exemplo, num baile da terceira idade no SESC.
Pago as minhas contas e os bares ou festas têm idade mínima para entrar - 18 anos -, mas não existe uma idade máxima - algo como: não pode entrar maiores de 30 anos - para ir nesses lugares. Pronto, tenho liberdade de escolha: prefiro ir numa "rave" que num baile de terceira idade. O engraçado é, na portaria, os seguranças insistirem para ver a minha identidade, como fazem com os adolescentes. É irônico, pois quando eu tinha 15 anos e ia em "boites", não me pediam documentos.
Enfim, acredito que as pessoas escolhem "os seus lugares da noite" com base no que gostam e não na idade que possuem. Cada escolha, porém, deveria ser analisada especificamente. Uma menina de 14 anos, por exemplo, que vai numa "rave" com carteira de identidade falsa, quer afirmar e mostrar alguns valores para os outros (inclusive os pais) e para si mesma. O mesmo acontece com um homem de 50 anos que frequenta a mesma festa. Os motivos são diferentes, obviamente, mas, no essencial, os dois querem, sobretudo, uma coisa só: diversão.  

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