quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

EUROPA, BRASIL E ILUSÃO

O desemprego é grave na Europa. Muitos brasileiros, antes, sonhavam em trabalhar e viver nos países do continente. A situação inverteu. Quem foi, volta agora. Se não existe trabalho para o europeu, imagine a situação do imigrante.
Entre 2000 e 2006, fiz algumas viagens para conhecer países como Portugal, Espanha, Itália, França, Inglaterra e Alemanha. Era outra época. Fiquei surpreso ao ver, na televisão, a quantidade de pessoas que estavam morando nas ruas de Lisboa - situação bem diferente quando estive na cidade.
A situação na Espanha é pior. O desemprego atinge metade da população, sobretudo os mais jovens. Apareceu, na reportagem, uma família em Madri, que oito pessoas viviam da aposentadoria do mais velho. Entre elas, três jovens que antes eram bem empregados e tinham bons salários, inclusive um chefe de cozinha.
Na Grécia, existem tantos problemas na economia, que o  país se vê ameaçado de ser expulso da União Européia. A crise é grave. O futuro da moeda, o Euro, é incerto.
Algo que surpreende é que o desemprego atinge principalmente os jovens formados e qualificados. Já se fala em uma "Geração Perdida". O velho pretexto de colocar a culpa nos imigrantes não funciona mais. O modelo neoliberal é questionado abertamente nos inúmeros protestos que acontecem nas ruas e praças.
O ocorre na Europa faz parte de um modelo econômico que gera o "desemprego estrutural". Elimina vagas de trabalho e profissões. Milhares são excluídos das empresas privadas e públicas. Perdem os empregos e as suas profissões não existem mais. Neste contexto, a questão fundamental é: o que fazer com essas pessoas?
Na Espanha, as pessoas vão morar nas ruas pois não conseguem pagar os financiamentos de suas casas. Aqui no Brasil, agora em 2012, os indivíduos que compraram carros em várias parcelas estão com dificuldades para honrar os seus compromissos.
Em suma, se no presente alguém possui emprego, ela é incentivada a acreditar no futuro e a investir em projetos a longo prazo como casas e carros novos. Se perder o trabalho ou ocorrer uma mudança na economia, tudo pode ser comprometido.
Os resultados? Perdem as casas e os carros.
E a ideologia que criava a ilusão de estabilidade no emprego e que mostrava o futuro como uma evolução?
Os neoliberais tratam o sucesso como resultado do seu modelo econômico e o fracasso como uma incompetência individual. Mesmo que esse fracasso acabe atingindo milhares de indivíduos ao mesmo tempo.
Não é justo, diriam alguns. Claro que não, diriam outros, por isso que é uma ideologia... Quem mandou acreditar na ilusão? 

2 comentários:

  1. Debatendo o final do texto: Quem mandou acreditar na ilusão? Para alguns pode ser visto como uma ilusào, mas para mim nào vejo dessa maneira. Isto è, a " ilusào " faz parte do crescimento de cada individuo. Se o individuo nào tem ilusào e ambiçào, ele nào amadurece, ele nào cresce e acaba vivendo em um cìrculo vicioso. Que depois no futuro se arrepende. Daì vem o livre arbìtrio de acreditar ou nào em certos paradigmas como: mudar de vida, viver fora, mudar de trabalho, mudar de relacionamento e etc. Na questào abordada: Europa, Brasil e Ilusào, muitas pessoas saem para morar fora por vàrios motivos.Nna questào economica obviamente para querer ganhar mais que no paìs de origem, mas outros fatores tbm favorecem como a fuga (de alguma "coisa"), o desejo de viver uma outra cultura, o desejo de se realizar como pessoa e profissionalmente, ou na busca de algo que atè entào, o paìs de origem nào oferecia as " oportunidades ". E por aì vai... Por acaso vc viu a entrevista do Jò de uma escritora que aos 49 anos decidiu largar tudo e mudar de vida? E interessante tem mais ou menos haver com o tema. Voltando ao assunto Crise: a crise na Europa è uma realidade. Mas, como Eike Batista em uma entrevista fala: que nòs brasileiros sempre aprendemos a viver com a crise, que è um fato. Para o europeu è uma realidade que eles nào conheciam e estào aprendendo a viver agora. Nòs brasileiros sabemos como viver com o pouco, o europeu nào. leidi

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  2. Leidi, adorei o seu comentário sobretudo pois sei que você tem experiência no assunto. Eu viajei algumas vezes para países da Europa sempre de férias e, portanto, o que sei de brasileiros que moram fora leio nos jornais ou vejo na televisão. O seu depoimento foi muito importante. Obrigado.

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