domingo, 3 de novembro de 2013

EXCESSOS

A noite é definida antes da pessoa sair de casa. O seu estado de espírito será determinante para dizer como será o dia seguinte.
Os excessos – bebidas, drogas, paqueras, brigas, entre outros – serão apenas instrumentos para realizar algo que já estava traçado pela pessoa. Tristeza, frustração e rejeição fazem parte deste processo. Alegria e satisfação também, dependendo do estado de espírito de cada um.
Existem pessoas que bebem ou cometem outros excessos para esquecer os problemas do cotidiano ou ainda algo mais grave, como um trauma na infância. Não resolve. Piora. Elas estarão bem piores no final da noite.
Alguns falam em ressaca moral, mas pode ser mais complicado. No caso de algum trauma, além do mal estar, elas terão que enfrentar, ao dormir, tudo aquilo que queriam esquecer... em pesadelos terríveis que parecem cada vez mais reais.
 A tentativa de fugir do inconsciente não funcionou. Ele é implacável e a dor produzida, invisível e solitária, é tão intensa que leva a alguns na escolha de algo até então impensável.
Tudo isso pode tornar-se um ciclo de autodestruição. As fotos produzidas para as redes sociais, com gente bonita e belos sorrisos, parecem não enganar mais, o mesmo acontece com a constante troca de elogios tanto pessoalmente como pela Internet.
O tempo passa e a situação piora. Ficar em casa, vendo televisão e comendo, pode ser pior. Engorda. Piora a já debilitada autoestima. Mais gorda, mais a pessoa quer ficar em casa, quer esconder do outro e de si mesma. Entretanto, o problema, como antes, não está na aparência física. Ele vem de dentro... A emoção não pode ser controlada e os erros – escondidos no inconsciente – insistem em voltar a incomodar, sobretudo em momentos de fragilidade.
Não existe solução. Alguns diriam que o tempo seria a melhor resposta. Talvez. Mas nem ele resolverá o mal estar existencial da condição humana.

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