quinta-feira, 17 de março de 2016

Crise Política 17-03-2016

O principal problema do governo Dilma deveria ser tratar da grave crise econômica do país. A presidente da república não soube apresentar, porém, qual caminho escolheria para lidar com tal crise. A saída do ministro Joaquim Levy (18-12-2015) deveria ser um sinal de que a política do ajuste fiscal seria abandonada. Entretanto, não foi isso que ocorreu. De uma maneira contraditória, a presidente falava em ajuste fiscal e, ao mesmo tempo, apresentava um discurso que visava agradar o seu partido político (PT) e os movimentos sociais. Ficou em cima do muro, não fez nem uma coisa nem outra.
Além da crise econômica, havia também uma crise política. Essa última crise ficou mais grave a partir de dois fatos: a delação premiada de Delcídio do Amaral numa quinta-feira e a condução coercitiva de Lula no dia seguinte (03 e 04-03-2016).
Após a condução coercitiva, Lula, bastante irritado, deu uma entrevista chamando os militantes do seu partido e dos movimentos sociais para lutar pelos seus interesses (que seriam diferentes das intenções das “elites”). No dia, houve a polarização: de um lado, aqueles se identificavam com o governo, com o Lula e o PT; e de outro, os que eram contra o governo e o que acontece atualmente no país.
É importante lembrar que em sua campanha eleitoral, a presidente da República era otimista quanto ao futuro do Brasil e não via (pelo menos não admitia) que seria necessário fazer tantos ajustes e reformas para manter a estabilidade econômica do Brasil. Em outras palavras, o clima de “fla-flu” nas ruas já aparecia na época das eleições.
Na semana seguinte, Lula foi para Brasília e parecia ter mudado de estratégia, abandonando “o chamado das ruas” e optando por fazer acordos de gabinete com os políticos. A escolha levou ao caminho de indicar o ex-presidente ao cargo de ministro de Estado (ele teria foro privilegiado e não responderia mais às investigações da Lava Jato). Isso foi feito, mas, com muita polêmica, o que levaria, até o momento, a uma indefinição quanto ao papel que o ex-presidente irá assumir na crise atual.
Li vários artigos, vi entrevistas e, como todo brasileiro, fico preocupado com o que pode acontece no país.
Neste sentido, acredito que esse “clima de fla-flu” (na rua e fora dela) em nada ajuda para resolver os graves problemas políticos atuais. Os dois lados fingem não ver o que acontece de fato no país, nem parecem preocupados com as graves consequências que podem acontecer a partir da situação atual.
Esse é o grande perigo.
O que está por trás desse clima (de guerra e de irracionalidade)?
Dividir o país entre eles e nós, é bom para quem?
Houve excessos de todos. Está na hora de buscar alguma racionalidade, de identificar o que existe em comum nos dois lados e de lutar pelos interesses do país (e não de um lado ou de outro).
© profelipe ™ 17-03-2016

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