sexta-feira, 4 de novembro de 2011

ISSO É A VIDA

Obviamente, não sou um gênio capaz de elaborar conceitos fundamentais para se entender a condição humana. Além do mais, questões sobre a existência são pensadas e sistematizadas por religiosos e filósofos desde, pelo menos, o "I Ching" (para utilizar um exemplo), ou seja, há mais de 5.000 anos A.C. Assim, mesmo em textos opinativos, é necessário citar uma referência ou outra, afinal, a idéia inicial não foi sua. Isso não significa, claro, transferir os erros do seu raciocínio para as fontes. O desenvolvimento do seu texto é seu e de sua responsabilidade, o seu uso de conceitos nem sempre coincide com a definição dos autores citados. Em outras palavras, as coisas não começaram com você, mas o que você elabora é de sua exclusiva responsabilidade.
Disse isso pois achei interessante a maneira que Phil Mollon utilizou os conceitos de Matt-Blanco que, por sua vez, fez uma leitura de Freud.
Todos concordam que o sonho é o lugar por excelência do inconsciente. Na sua explicação, com base no pensamento de Matt-Blanco, Mollon associa o sonho com a percepção de uma esquizofrênica. Ou seja, o sonho não é o lugar da lógica e apresenta como características:
". a ausência de contradição ou negação
. a inexistência do tempo
. a profunda desorganização da estrutural racional
. a parte tomada pelo todo
. condensação e deslocamento (em que uma coisa é vista como se fosse idêntica a outra)." (no livro, essa citação está em forma de parágrafo - Phil Mollon, O Inconsciente, p. 71)
Nietzsche, antes de Freud, falava que o ilógico definia a vida. Associando as duas teorias, poderia se afirmar que a "verdade" estaria no inconsciente e não seguiria padrões racionais.
O reino da razão é fora do sonho e existiria como uma forma de defesa do indivíduo que não aceita a "sua verdade". Essa negação, muitas vezes, é resultado das pressões externas - família, escola, igreja, meios de comunicação, entre outros -, que impõem o que seria normal (aceitável) ou não.
Esse conflito entre o saber consciente (lógico) e o inconsciente gera os traumas em cada pessoa. Traumas que geram doenças psicológicas - como ansiedades, fobias e depressões - e afetam diretamente o corpo do indivíduo, com, por exemplo, a falta de apetite, a insônia e os problemas nas relações sexuais.
De certa forma, o esforço do ser humano para manter a sanidade é uma forma de negar a "sua verdade". Irônico. Faz sentido? Claro que não. Isso é a vida.

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