terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Decadência do Padrão "Playboy" de Beleza

Hugh Hefner, da Playboy, admitiu que, no início, não sentia simpatia por garotas com silicones ou tatuagens, mas, com o tempo, teve que aceitá-las nas páginas de sua revista. Isso, contudo, não significava uma mudança no padrão "playboy" de beleza, aquele que é aceito como "normal" na sociedade.
Com a internet, porém, o modelo criado por Hefner a partir dos desenhos das "pin ups" entraria em decadência. O que existe em comum entre aqueles que compram a Playboy atualmente é a reclamação. As queixas são várias. Entretanto, por força do hábito, muitos não deixam de comprá-la.
Eu fui um desses leitores. Eu comprei a minha primeira Playboy em 1978. Farrah Fawcett estava linda na capa e esse foi o principal motivo da aquisição de um objeto que eu compraria regularmente durante décadas. Parei somente em julho de 2010. 
Ao longo desse tempo, imaginava que os problemas na revista seriam causados pelos editores brasileiros. Daí, passei a comprar a Playboy original, norte-americana. Depois, comprei algumas versões produzidas em outros países, como a França, a Alemanha e a Itália. Havia pequenas diferenças entre as produções de cada país, mas, no essencial, havia algo que já não satisfazia mais o leitor.
Imagino que o fim da Playboy em Portugal tenha mais a ver com a decadência do padrão "playboy" de beleza do que com a problemática capa que fizeram para destacar a importância de Saramago.
As coisas ficaram mais claras quando tive acesso ao website das Suicide Girls. O que era colocado na Internet é que não havia um modelo para a beleza feminina. Toda garota poderia ser considerada bela, independente se fosse tatuada, magra, gorda, alta, baixa, com cabelo azul ou cor-de-rosa. Houve uma democratização da beleza. As indústrias da moda e da publicidade, aos poucos, parecem perceber isso. As ações das pessoas comuns, claro, são mais rápidas do que a assimilação da chamada "industria cultural".
Infelizmente, a maioria ainda espera as informações dessa indústria para definir o seu comportamento cotidiano. Uma pena. Existe uma transformação importante na mentalidade dos jovens pelo mundo, que, certamente, vai além da aparência. A escolha do título do website - Suicide Girls - demonstra, por exemplo, que temas que antes eram evitados - suicídio, depressão, morte, sadomasoquismo, entre outros -, hoje são problematizados com mais naturalidade por pessoas que deixam o preconceito de lado e procuram viver livremente a sua felicidade. 

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