Não é possível entender a realidade atual sem  problematizar o papel da Internet.
As transformações no norte da África foram  possíveis na medida em que as pessoas trocavam informações pelas chamadas "redes  sociais". Na Espanha, elas também foram utilizadas nas  manifestações. Nos Estados Unidos, os indivíduos se reuniram para  protestar em Wall Street sobretudo a partir do uso do Tumbr.
No Brasil, as passeatas contra a corrupção não foram  organizadas pelos partidos políticos. Ao contrário, os militantes que  apareciam com suas bandeiras eram vaiados. A comunicação era feita  principalmente pelas "redes sociais". 
As lideranças tradicionais estão desgastadas com a  população. Antes, essas lideranças, ligadas ao Partido dos Trabalhadores  (PT), faziam oposição ao Estado. Quando o PT tornou-se governo, elas passaram  a ser questionadas pela população, como se tivessem sido cooptadas pelo  Estado. De fato, a partir do governo Lula, houve uma queda na atuação dos  movimentos sociais, o que gerou uma desconfiança quanto à legitimidade dos  seus líderes frentes às classes sociais. A conseqüência está aí.
Só recentemente o usuários brasileiros adotaram o Facebook  (FB) como ferramenta principal. Como muitos perceberam (e falaram), ele era  mais interessante pois reunia num único lugar as funções do Orkut, do  Twitter e do MSN. Nos Estados Unidos, pelos menos nas  manifestações em Nova Iorque, o FB perde espaço para o Tumbr,  que deverá ocupar o seu lugar, assim como o FB assumiu a posição que  antes era do Orkut.
Certamente, a Internet é só uma ferramenta. Ela não  faz coisa alguma. Os indivíduos são os sujeitos das mudanças sociais.  Contudo, não há como negar que ela, usada de maneira consciente, tem sido  importante na mobilização da população.
 
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