quinta-feira, 13 de março de 2014

OBESIDADE


Uma professora (mestranda) foi aprovada em um concurso público em São Paulo, mas foi impedida de assumir o cargo porque era obesa.

A argumentação oficial era que ela teria que dar aulas por uns 30 anos e a obesidade poderia causar várias doenças (hipertensão, ataque cardíaco, diabetes, colesterol alto, apnéia, entre outras).

A argumentação da professora foi boa. Ela disse que se isso (que o governo dizia) fosse verdade, também os fumantes não poderiam não poderiam assumir cargos públicos.

O problema central é que o preconceito aparece na própria fala (e a sonoridade “carregada”) ao pronunciar “obesidade mórbida”.

O gordo, além de ter problemas com a autoestima e com a rejeição dos olhares dos outros, agora teria mais um obstáculo: a rejeição do mercado de trabalho, partindo do péssimo exemplo dado pelas autoridades governamentais.

A obesidade, antes, era apontada como um problema nos Estados Unidos, “paraíso do consumo”, onde foi inventado o “fast-food” (baseado na organização do trabalho e da produção na indústria – ver, por exemplo, fordismo e taylorismo).

O irônico é que as pessoas são cobradas no sentido de apresentar comportamentos adequados ao século XXI, mas, ao mesmo tempo, por parte das elites, são obrigadas a enfrentar preconceitos dos séculos XIX e XX.

Viva Botero!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.