quarta-feira, 9 de maio de 2012

DUAS REALIDADES NUM MESMO INDIVÍDUO


O que as pessoas racionalmente evitam? Morte, sofrimento, dor, rejeição, culpa, rancor, inveja... Emocionalmente, essas mesmas pessoas podem ser levadas a cometer atos que levem a esses resultados. Por quê? Ambiguidade do desejo. A base, claro, como lembraria Freud, seria encontrar num mesmo indivíduo, de um lado, um sentimento de valorização da vida e, de outro, o instinto de morte. 
As pessoas desprezam o fato de que passam um terço da vida dormindo... Neste contexto, o que acontece no sonho deveria ser importante para o indivíduo. No entanto, ele esquece o conteúdo do sonho e quando lembra, julga não ser relevante na medida em que não é "real".
Na realidade do dia-a-dia, predomina no indivíduo o discurso racional. Assim, ele julga que controla os seus atos (e até os outros), o seu passado e acredita num futuro feliz e seguro. No sonho, o "escudo racional" desaparece e o indivíduo se depara, não de maneira lógica, com desejos seus que, no fundo, não admite, e com seus piores medos... Tudo acontece numa velocidade desordenada e numa enorme complexidade de imagens e sentimentos. Seria como se o indivíduo tivesse uma "segunda vida" ou uma "segunda realidade" diferente da primeira, embora os fatos e os sentimentos "reais" interfiram nos sonhos. Existiria, portanto, um conexão entre as duas "realidades" que ocorreriam dentro de um mesmo "universo": o próprio indivíduo.
Para dar conta de tudo isso, o melhor conceito talvez seja mesmo o da ambiguidade. Ou seja, não seria nem "A" nem "B", mas "A" e "B" misturado e muito mais.

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