sábado, 26 de maio de 2012

A SUPERSTIÇÃO E O ACASO

  • Quem tem superstição não gosta muito de conversar sobre o assunto e, muito menos, admitir que seria uma pessoa supersticiosa, pois isso significaria que ela não se sentiria como a verdadeira responsável por seus atos.
  • Freud esclarece as diferenças entre ele e um supersticioso:
  • "(...) primeiro,  ele projeta para fora uma motivação que eu procuro dentro, segundo, ele interpreta mediante um acontecimento o acaso cuja origem eu atribuo a um pensamento." (Psicopatologia da Vida Cotidiana, p. 223)
  • Explica ainda o que existiria em comum entre a sua teoria e a postura do supersticioso:
  • "Mas o oculto para ele corresponde ao que para mim é inconsciente, e é comum a nós dois a compulsão a não encarar o acaso como acaso, mas a interpretá-lo." (Psicopatologia da Vida Cotidiana, p. 223)
  • E daí? Ora, primeiro, o óbvio: um supersticioso não gosta de conversar sobre o assunto pois teme "aprender" outras formas de superstição - seria algo como um "contágio". Trata-se, de fato, de uma situação de insegurança do indivíduo.
  • Portanto, ele até pode não abandonar a superstição, mas deveria compreendê-la, sobretudo a sua origem, para poder não levá-la tão a sério.
  • Em segundo lugar, na medida em que "não encara o acaso como acaso", o supersticioso deveria utilizar a sua metodologia de desconfiança também num processo de autocrítica.
  • Assim, além de se conhecer, ele poderia melhorar a sua relação com o outro e diminuir a sua ansiedade quanto ao futuro. 

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