terça-feira, 28 de outubro de 2014

NEO IMPERIALISMO RUSSO

Não basta existir a crise do Ebola nem ameaça da guerra promovida pelo Estado Islâmico.
Vladimir Putin, líder de um país com grave crise econômica (mas com forte poderio militar), insiste em provocar o resto do mundo com seus jogos de guerra e ameaças - como se estivesse vivendo na época da “Guerra Fria”.
“Enquanto o mundo assiste o que acontece a Ucrânia, a Rússia apresenta um jogo muito mais importante de poder na região do Mar Báltico. Os números são surpreendentes. Em 2010, apenas um navio militar russo foi flagrado perto das águas da Letônia. Este ano, já foram mais de 40 casos, conforme foi informado pelo Ministério da Defesa da Letônia.”*
A identificação de um submarino russo (sem autorização) em águas da Suécia demonstra ainda que os jogos de Vladimir Putin vão além das ex-repúblicas da antiga URSS.
Ainda não está claro o que efetivamente deseja o líder russo. Para o coronel Jan Mörtberg do Colégio de Defesa da Suécia:
"É parte da arrogância do poder. (...) Ou pode ser um planejamento de contingência para um conflito no Mar Báltico, ou eles estão tentando nos fazer gastar mais dinheiro com a preparação da defesa do país. Preparação militar é caro, mas você tem que responder a provocações.”*
De acordo com a revista Newsweek:
“Existe, na verdade, um consenso entre os pequenos países vizinhos da Rússia na região rica e crucial em torno do Mar Báltico (que seria da antiga superpotência do Oriente): ou existe uma tentativa de intimidá-los, ou tais ações são no sentido de testar a defesa de cada país, ou poderiam ser as duas coisas.”*
De qualquer maneira, tudo não passa de um perigoso jogo de fumaça. Na Rússia, existe uma séria crise econômica. [Um dólar chegou a valer 48 rublos.] Essa crise, aliás, força as lideranças russas a voltar a negociar o que era apresentado como inegociável na crise da Ucrânia.
Os russos, inicialmente, debocharam das sanções impostas pelos líderes da Europa Ocidental e dos Estados Unidos. No entanto, diante do agravamento da recessão e da crise econômica interna, os líderes do oriente tiveram que voltar atrás.
Talvez compreenderam (finalmente) que, no mundo atual, de nada adianta ser uma potência nuclear se o país não for levado a sério economicamente.
Ameaçar não quer dizer ato. Provocar não significa necessariamente resultado.
Em outras palavras, o urso russo mais uma vez, na prática, mostrou-se um tigre de papel.

© profelipe ™ 25-10-2014
 

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