segunda-feira, 20 de outubro de 2014

TERAPIA

Fiz psicanálise entre 1995 e 2009. Foi importante mas acabou.
Lembro-me de uma antiga citação de Michel Foucault:
“Repito que não sou psicanalista mas surpreendo-me quando ouço dizer que a psicanálise é a destruição das relações de poder.” (A Verdade e As Formas Jurídicas, p. 151)
É, de fato, uma relação desigual. Trata-se, sem dúvida, de uma relação de poder. Entretanto, do ponto de vista de quem precisa de ajuda, não seria algo importante se submeter ao poder do psicanalista (exceto no caso de um profissional antiético).
Não acredito em cura nem pela psicanálise nem por outro método. A morte é a última parada e ponto final.
Antes da chegada da “velha senhora”, porém, a vida pode ser suportável e até agradável.
São válidos todos os esforços neste sentido. Não seriam desafios. Não existem muitas alternativas.
Estar vivo, basicamente, não representa uma vitória e nem deve ser visto como algo especial.
Esta tarefa é realizada por muitos animais de diferentes espécies.
Funciona (nem sempre por grande mérito do animal) até chegar o chamado definitivo da única vencedora neste processo.
© profelipe ™

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