quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Observações sobre a Jihad no rock e no cotidiano

“Jihad” é uma música de The Sisterhood em 1986. Esse projeto foi realizado sob a liderança de Andrew Eldrich (The Sisters of Mercy).
Na época, antes dos ataques de 11 de setembro de 2001, o termo era quase desconhecido dos ocidentais.
A música também não diz praticamente coisa alguma, o que vale é a sonoridade. Não existe a defesa do terrorismo ou algo parecido. Na letra só aparece:
“Two five zero zero zero
Jihad
(repeat ad infinitum)”
Trata-se de uma referência ao que os músicos estavam vivendo naquele momento (1986). Para quem se interessar, uma interpretação do contexto de “Jihad” (The Sisterhood) encontra-se em “The Three Stigmata of Palmer Eldritch”:
http://1959.tsom.org/sishood_notes.html
Depois de 2001, quando já não havia mais Guerra Fria, o terrorismo islâmico tornou-se a principal preocupação dos ocidentais. Na época, a principal organização era a Al Qaeda. Jihad, guerra santa, passava, aos poucos, a fazer parte do vocabulário de todos.
Com os ataques à Paris em 2015, o Estado Islâmico (EI) assumiu o centro das atenções (no lugar da Al Qaeda). Em comum entre os dois grupos, poucas coisas. Uma delas era a bandeira negra – que aparecia em manifestações populares no oriente médio.
Essa é a cor dos uniformes dos grupos suicidas (não só do EI). Um comentarista disse que uma característica fundamental do EI seria a capacidade de matar.
Existem inúmeros vídeos que fazem propaganda do grupo que servem para comprovar tal hipótese. Dezenas de prisioneiros são assassinados como se isso fosse algo natural. Prisioneiros ocidentais são decapitados como forma de demonstração de poder. O pior é que este tipo de vídeo serve para atrair jovens niilistas do ocidente no sentido de juntar-se ao grupo em suas ações violentas e (muitas vezes) suicidas.
Quanto ao rock and roll, bem, a capa negra do álbum Jihad do The Sisterhood não foi produzida assim ao acaso – essa era a cor dos álbuns oficiais do The Sisters of Mercy. O motivo, mais uma vez, em nada tem a ver com o terrorismo islâmico. Durante muito tempo, Andrew Eldritch e seus companheiros eram identificados como góticos ou gothic rock. Neste estilo, havia um padrão de sonoridade, a cor das roupas, o elogio a morte (imagens de cemitérios) e assim por diante. Depois de muito tempo, Eldritch tentou se distanciar de tudo isso. No entanto, parece que sem muito sucesso.

 © profelipe ™

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