quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Presidente Dilma e História

Poucas pessoas, antes de 1994, acreditavam que um dia haveria o controle da inflação no Brasil. Houve várias tentativas e os resultados costumavam ser desastrosos. Por exemplo, “o governo de José Sarney terminou em 1990 com uma inflação de 1764,86%”*
Sim, o país já viveu uma época de hiperinflação. Além disto, havia o problema das dívidas do governo com o mercado internacional. A solução, ainda no governo Sarney, seria simples: foi decretada “a moratória da dívida externa.”**
O sucessor de Sarney, o presidente Collor só conseguiu piorar tudo com o seu plano econômico e com o confisco do dinheiro da população. A crise aumentou quando o próprio presidente da República sofreu “impeachment”.
O vice-presidente, Itamar Franco, assumiu. No seu governo, foi criado o Plano Real, o que representou, de fato, um marco no sentido de controlar a inflação. O seu ministro da economia, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foi eleito presidente da República, criou a reeleição no país, e teve um segundo mandato. Depois vieram os dois mandatos do presidente Lula, o primeiro mandato e a reeleição da presidente Dilma.
É importante lembrar que:
“Ainda que o Plano Real tivesse estabilizado a moeda, a realidade do setor público nacional, em especial da maioria dos Estados e Municípios brasileiros, era de completo desequilíbrio fiscal. Com o fim do ‘imposto inflacionário’, que mascarava as contas públicas, veio o choque de realidade.”***
Em outras palavras, além do Plano Real, a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal (em 2000) foi fundamental para mudar a imagem do Brasil no mercado internacional (o país receberia “o selo de bom pagador” em 2008), isso sem falar no importante impacto que tais medidas tiveram no cotidiano da população brasileira.
Tudo isso corre o risco de desaparecer. A presidente Dilma passará para a história como a responsável por essa mudança significativa, com as famosas “pedaladas fiscais”, as promessas que não foram cumpridas na sua reeleição em 2014 e todas as crises de 2015 - como o descontrole da inflação, a recessão, a perda do selo de bom pagador, o processo de “impeachment” e a prisão de vários políticos (do seu partido político ou de partidos aliados do seu governo).
A luta da presidente da República parece ser em permanecer no poder a qualquer custo, mesmo que isto signifique um retrocesso de décadas para a economia brasileira.

© profelipe ™ 16-12-2015

(*) Hugo Passarelli. Inflação: um problema que não pode ser esquecido. Estado de São Paulo, 07-09-2011. http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios,inflacao-um-problema-que-nao-pode-ser-esquecido,83215e
(**) Oscar Pilagallo, O Brasil em sobressalto, p. 174.
(***) Valdecir Paschoal. Os 15 anos da Lei de Responsabilidade Fiscal. Estado de São Paulo, 05-05-2015. http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/os-15-anos-da-lei-de-responsabilidade-fiscal/

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