terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Crack e Cachaça

Alexandre Garcia disse que o crack substitui a cachaça no país. Será? Acredito que seja mais uma afirmação para chamar a atenção para a gravidade do problema, pois ainda existe uma mentalidade entre os brasileiros de que a droga seria algo errado enquanto as bebidas alcoólicas e os cigarros seriam não apenas legais mas também moralmente aceitos.
De fato, existem 2 milhões de usuários de crack no Brasil. Se fizerem uma pesquisa, provavelmente a maioria é de jovens. No caso do alcoólatra, aquele que bebe cachaça no bar da esquina, o perfil seria diferente: trata-se de uma pessoa mais velha, desiludida, muitas vezes, casada com filhos. Nos dois tipos - crack e cachaça -, o desemprego é a principal característica que existe entre os usuários.
A cocaína sempre causou vários problemas. No entanto, por ser considerada uma droga de ricos, nunca foi tratada como um verdadeiro problema social. Trata-se de uma droga que excita, alivia e vicia rápido. Do ponto de vista do tráfico, o crack foi uma grande invenção: conseguir vender a preços populares - mais baratos que os cigarros legais e as bebidas alcoólicas - uma droga baseada na cocaína e com um potencial de destruição muito maior. Vicia, destrói e mata rapidamente. É isso, aliás, que deve esperar a maioria que usa a droga. A desilusão leva ao processo de autodestruição. Quem não tem coragem de suicidar, dependendo do poder aquisitivo, apela para o crack ou para a cocaína.

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